quarta-feira, 20 de junho de 2012

CORTINA DE BOLINHAS

Feliz era um homem triste, depressivo em todos os sentidos. Muito sentimental, chorava até pela morte da barata. Não era rico, porém, o pouco que tinha dividia com os mais necessitados. Ele era casado com Dona Boa, uma mulher vistosa, muito atraente e linda.
Certo dia, Feliz estava triste num boteco de frente a casa onde morava. Tomava uma pinga nas lágrimas ouvindo Aurélio, um bêbado inteligente.
- Feliz! Eu me sinto até malem lhe dizer isso, mas to sabendo uma de sua mulher que só a peste, rapaz!
Feliz arregala seus olhinhos tristes e diz:
- Conte-me tudo. Não me esconda nada.
- Toda manhã, quando você Feliz sai para o seu trabalho, não demora muito, em poucas horas de minutos chega lá um sujeito.
E Feliz exclama:
- Conte-me mais. E daí? E daí?
- Aquele cabra senta em seu sofá, agarra sua mulher e enche ela de beijos...
- Que mais?! E daí? E daí?
- O cabra safado puxa os cabelos dela, chupa até o dedão do pé dela e, vixi! Eu vi tudinho daqui do banquinho desse boteco. Ele deu uns agarros nela e...
Feliz exclamava em desespero:
- Que mais?! Conte-me tudo. E daí? E daí?
- Aí ele se satisfaz Feliz e, acredito que a sem vergonha de sua mulher também, me perdoe. Só que tem um, porém...
- Que, porém? Fale-me do, porém. Que, porém?!
- O camarada é tão porco que enxuga o que sobrou do prazer dele naquela cortina de bolinhas, tá vendo?
Feliz fica indignado e muito furioso.
- O que?! Cabra da moléstia, filho de uma praga parida! Na minha cortina de bolinhas, não! Eu mato esse cabra por ter abusado da minha cortina.
E Feliz fica muito triste. Manda sua esposa lavar a cortina e lhe pede em lágrimas:
- Não suje minha cortina de bolinhas se não vou lhe dar uma surra da peste, entendestes?

Nenhum comentário:

Postar um comentário