quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O HOMEM MAIS CARIDOSO DO MUNDO


Genival, sem dúvida, foi o homem mais caridoso que conheci em toda a minha vida. Um sertanejo que, por mérito, ficou rico graças a seu trabalho de servente pedreiro e, também por ganhar sozinho o prêmio da mega sena acumulado.
Podem reparar: quando um pobre do tipo cheirando a peidos fica rico, geralmente, fica nojento. O sujeito antes que era assim tão humilde feito um chinelo ou uma conga; que arrotava em silêncio por respeitar os surdos, agora virou num sujeito insuportável, arrogante que acha que tudo sabe e que tudo pode.
Com Genival, tudo foi diferente. Se ele já era bom, sua bondade por pouco não ultrapassou o sétimo céu onde mora Deus.

Pensem num homem bom. Aquele da fala mansa, vagarosa, carinhosa. Um homem que paga um táxi para atravessar uma velhinha no cruzamento das avenidas; que, por misericórdia, ajuda os cegos, surdos e aleijados do mundo inteiro. Aquele homem que quando olha para um cãozinho de rua virando latas de lixo a procura de comida e, o pega e leva-o para uma churrascaria para comer um espeto corrido com direito a Coca-Cola e sobremesa. Grande Genival.
Genival casou com uma linda mulher. Genilda filha de sertanejos alagoanos nasceu na Alemanha, país de primeiro mundo. Lá, a galegada a chamava de Frida e, ela se sentia nos céus, Cidadã alemã, te mete.
Genival e Frida moravam numa das maiores fazendas da Europa, na Alemanha.

Sucedeu que, um dia, Abelardo (não o Barbosa), amigo de infância de Genival apareceu por lá. Abelardo veio do Brasil, não sabe como e, queria rever o amigo Genival.
O que?! Quando Genival viu o estado lastimável do amigo Abelardo deu-lhe um abraço prolongado que durou, no mínimo uns quarenta minutos e, só rolava lágrimas dos olhos de ambos. Que amizade linda! Frida chega de repente e, solta um peido e, finalmente, os amigos conversam.
- Que saudades de você, meu amigo irmão Abelardo, enviado por Deus em minhas terras.
Abelardo meio tímido revela o motivo de estar ali.
- Estou carente de tudo, meu amado Genival. Literalmente, estou quebrado e fodido.
Genival aperta bem forte as mãos do amigo Abelardo e diz:
- Eu sou a solução para todos os seus problemas amigo irmão. Vou tirá-lo dessa perrenga de vida que tu levas, agora. Venha comigo.
Genival leva Abelardo para dentro do casarão e o hospeda numa das maiores suítes.
- Tem até freezer nesta suíte amigo. Tudo o que está aqui é teu. Abra as portas daquele guarda-roupas.
Abelardo abre uma das portas do imenso guarda-roupas e fica bobo, que até baba e chora. Tinha até sobretudo dentro dele. E voltam a se abraçar e chorar por uns quarenta minutos até aparecer Frida soltando um peido. E eles voltam a conversar.
- Na verdade, amado Genival, estou muito endividado no Brasil. Devo até um litro de conhaque alcatrão pro Lula e uma Sidra pra Dilma.
Genival sorri.
- Isso é muito pouco, amigo irmão.
- Meu aluguel de “duzentão” está atrasado há três meses.
Genival sorri.
- Isso é muito pouco, amigo irmão.
- Estou usando uma cueca há seis meses e, não posso lavá-la porque não consigo comprar outra; doido pra tomar um café alemão, mas, que seja preto.
Genival manda Frida preparar um café alemão, porém preto. Eles se abraçam e choram até que Frida aparece com o café na bandeja e solta mais um peido.
- Pois é, meu amigo irmão Abelardo, quanto é que tu precisas de dinheiro ao todo para saldar tuas dívidas?
- Creio que uns dois mil reais, dá.
Genival da um sorriso amoroso para o amigo Abelardo e diz:
- Lhe darei “dois milhões de reais” fora a tua passagem de ida e volta: Alemanha e Brasil, Brasil e Alemanha. Mas, tu prometes que volta?
Vichi! Quem desta vez solta um peido de pura emoção é Abelardo.
- É claro que eu volto, meu amado, mas, eu não queria lhe incomodar e...
Genival sorri sonolento feito um maluco chapado de maconha e diz:
- Incomodar? Jamais, meu amigo irmão. Caso não queiras morar aqui mais eu e minha mulher Frida, lhe darei uma fazenda com um castelo aqui próximo.
Abelardo se coça todo e não consegue tirar seus olhos maliciosos das pernas de Frida. Genival pergunta:
- Quer mais alguma coisa, amigo irmão?
Abelardo sabendo que tudo o que pedisse ao amigo Genival ganharia, então, foi direto.
- Eu queria passar só uma noite com tua mulher Frida para tirar meu estresse, sabe? Relaxar um pouco, entende?
Genival da um sorriso misericordioso e, calmamente tira de seu bolso um revólver de calibre 38 e dispara seis tiros certeiros na cabeça do ex-amigo irmão Abelardo.
- Frida?! Frida é minha, seu louco. Vá pro inferno que teu caixão e enterro são por minha conta, abutre.
Que final trágico teve Abelardo! Pois é, com isso, chegamos à conclusão de que caridade também tem limites, não é?



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terça-feira, 26 de novembro de 2013

O CIUMENTO


Olhe Diabo Menino, posso afirmar categoricamente pra tu que ninguém no mundo entende mais de ciúme do que eu. Sou o homem mais ciumento do mundo, entendestes?
Agnalda pra mim é a primeira maravilha do mundo, a porta do paraíso, depois vem minhas filhas Jocréa, Fedeléa, Leonéa, Germinéa e Chuchuléa.

Sou um homem rico, poderoso e dono de muitas terras, mas, não confio em ninguém, nem em mim. Não existe um cabra que seja mais safado e sem vergonha do que o bicho homem, duvidas? Ele vem com esse papo de amigo, mas, no íntimo, não é amigo de ninguém. Nem dele. Ele tá de olho na manga, esse pilantra. Paralisa os olhos feito um bode velho quando vê uma cabrinha adolescente e isso é safadeza. Eu por exemplo, tive muitas mulheres que, somando no total de filhos dão vinte e três, o último não conto porque já está morto. Não sei o porquê que o bicho homem gosta tanto de sexo. Diabo Menino, sexo não é tudo na vida não, entendestes?
Sucedeu que Irineu, meu irmão do coração veio do Sul do Nordeste passar uns dias aqui no Sudeste do Oeste onde moro. Antes de eu lhe botar pra dentro de minha casa, fui direto com ele no portão:
- Irineu, evite olhar para minha mulher, entendestes? Quanto as minhas filhas podem até sentar no teu colo, pois, afinal, são suas sobrinhas e as menininhas adoram um colo de tio. Agora, minha mulher é diferente. Tu ainda não conheces nem minha mulher, nem minhas filhas. Vai devagar às virilhas. Comporte-se que vou chamar uma por uma para lhe pedir uma bênção, pois, aqui em casa você será semelhante a um padre, um santo, um anjo, ou melhor: um eunuco.


Chamei minha primeira filha:


- Jocréa! Veja só que pêssego de filha Deus me deu Irineu. Peça bênção pro titio, minha filha.












- Fedeléa! Essa é mais cheirosa do que um peido da Xuxa. Peça bênção pro titio, minha filha.










- Leonéa! Veja só que maçã gostosa é esta semelhante à fruta. Peça bênção pro titio, minha filha.









- Germinéa! Esta faz gemer até o Diabo. Peça bênção pro titio, minha filha.








- Chuchuléa! Esta cura até chulé de sereia.






Irineu, meu irmão ficou foi é besta ao ver minhas filhas. Tive que lhe perguntar:
- Perdeu a fala, Irineu? Quer mais? Vou chamar minha deusa pra lhe pedir a bênção final. Agnalda!
Vichi! Irineu morreu infartado, coitado. A beleza da minha deusa supera tudo e todos. Tire os olhos da manga, Diabo Menino. Esse caldo suculento é só meu.



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SUPER HOMEM

Como definir o amor físico, atrativo, colorido, conjugal, legal, emocional, dinâmico, sublime que sinto pelo meu marido? Ele para mim é um pudim. Seu cheiro e sabor são doces. Não me canso de cheirá-lo e beijá-lo dos pés a cabeça.

O que sinto por Fedorildo, meu marido, é muito mais forte do que o ódio. É puro amor condensado. Ele é semelhante àquela broa gostosa da vovó; uma geleia; um bolo de coco; uma bolacha de maisena com leite dissolvido na boca. Fedorildo é minha vida. Não me canso de exaltá-lo, de olhá-lo, senti-lo e tocá-lo. Sem ele eu não respiro, não vivo.
Ah que encanto de homem! Quando seus braços me abraçam, me apertam, sinto-me no paraíso. Seu sorriso é de anjo. Fedorildo é santo. Acaricio seu tórax, sua barriguinha, seu umbiguinho e ele sente um friozinho e me chama de amor.
Fedorildo faz o meu tipo. Não há homem nenhum no mundo que posso comparar com ele. É meu pêssego em caldas; minha bala de iogurte; meu doce de abóbora; meu picolé favorito.
Amo Fedorildo em todos os sentidos. Seu cheiro me dá prazer e é capaz de fazer me enlouquecer. Adoro cada detalhe do seu corpo e, quando o acaricio lhe deixo louco.
Quem disse que não acredito em alma gêmea? Sim, ele é meu macho e eu sou a sua fêmea. Morro de ciúmes dele e tenho muito medo de perdê-lo pra essas mocréias lambidas que adoram fisgar feitas as piranhas.
Fedorildo é meu paraíso. É dele que eu preciso, que eu necessito. Sinto-me protegida na vida quando estou com ele. Chamo-lhe carinhosamente de Fedô. Que lindo é o nosso amor!
Sinto que preciso ser mais segura por causa dessas filhas das mães que vivem dando em cima dele. Querem morango mocréias? Vão pro nordeste filhas da peste. Deixem meu homem em paz, animais.
Enfim, se alguém roubar este homem de mim eu juro que mato. Ele é meu carrapato e dele não largo. É ele, unicamente ele que mata a minha fome. Fedorildo é meu super homem.


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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

ENCONTROS INESPERADOS


Era mais um daqueles dias tristes, cinzentos e nublados. Era um domingo e, o centro de Curitiba (PR) estava praticamente vazio. Vi muitos andarilhos, moradores de rua, alguns pedindo moedas e cigarros; outros vândalos chutando latas ou outros objetos que encontravam pelas ruas. A cidade, naquele dia, parecia estar virada num caos.
Eu caminhava pelas ruas também sem destino. Entrei na Catedral da Pça. Tiradentes e, nem sei por que dobrei meus joelhos se nem tinha fé; tinha dúvidas da existência de Deus. Senti muita vontade de chorar, meu coração estava aflito, mas, não consegui derrubar lágrimas dos meus olhos. Saí daquela Catedral e voltei a caminhar pelas ruas. Entrei no Passeio Público, um imenso jardim, ideal para relaxar, meditar e tentar esquecer-se dos problemas. Vi muitas pessoas do bem, casais de namorados, crianças, jovens, idosos, mas, sei lá, todos pareciam estar tristes assim como eu. Deu-me vontade de fumar e, essa não, eu estava sem cigarros. Queria tomar um café, mas, também estava sem moedas.
Fiquei sentado num daqueles bancos e, de repente, avistei de longe um rosto bastante familiar. Não! Não podia ser minha mãe, pois, ela havia falecido há muitos anos. Não era possível. Era ela mesma que estava naquele jardim. Corri a seu encontro, mas, foi em vão: a perdi de vista, ou simplesmente ela desapareceu. Que estranho!
Sentado num daqueles bancos estava Marivaldo, um colega que havia falecido há alguns anos. Fiquei confuso, totalmente perturbado e também com certo medo. Achei a pensar que estava sonhando ou então ficando louco. Aproximei-me dele e não hesitei em lhe perguntar:
- Você é o Marivaldo?
Ele, com um semblante triste, exatamente o mesmo de quando morreu, só fez sinal com a cabeça, dizendo que sim, que era o Marivaldo.
- Mas, como pode isso?! Fui a seu velório. Você morreu.
Marivaldo levantou daquele banco, me deu as costas e caminhou. Fiquei ali perplexo, chocado, sentindo grande opressão. O que afinal estava acontecendo comigo? Senti extrema necessidade de falar com Deus e, por isso, voltei para aquela Catedral da Pça Tiradentes. Só havia dentro dela algumas pessoas e, entre elas, um colega meu de muitos anos. Sim, Lima estava tão vivo feito eu. Fiquei perturbado de vez porque ele me ignorou, fingiu não me ver e saiu daquela Catedral.
Meu Deus! Aquele estava sendo o dia mais triste da minha vida. Dobrei meus joelhos e, desta vez, chorei de verdade. Com meus olhos fechados, senti o toque de mãos sobre meus ombros e cabeça. Eram meus pais. Eu tinha certeza disso, mesmo sem abrir meus olhos. Eu estava morto. Não queria aceitar isso. Saí correndo daquela Catedral atravessando ruas e avenidas, sem olhar para a direita ou para a esquerda, como fazem os animais. Não se pode morrer duas vezes, mas, naquela hora, desejei intensamente morrer para sempre.
Nem sei como fui parar no Hospital Cajurú. Lá, vi meu corpo estirado numa maca e uma enfermeira dizendo para outra:
- Quando o IML vem buscar este corpo? Está morto há horas.
Lembrei que horas atrás estive ali, naquele hospital, com minha pressão bastante alterada. Tive um derrame cerebral.
Achei que tudo fosse diferente após a morte, porém, não é, pelo menos para muitos como eu. Só se vê o outro lado da vida, o lado bom, quando se parte da terra sem dúvidas, crendo na existência de um Criador, de um Deus, Autor de nossas vidas. Eu, ainda apegado a matéria, as coisas materiais ainda não sou digno de conhecer outro plano. Terei que vagar aqui mesmo na terra e, sabendo hoje que estou morto. Confesso que nada, absolutamente nada pode ser mais triste do que isso.




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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A REDE


Edir como muitos homens, também tinha sonhos e, a maioria das pessoas que o conhecia achava que seu sonho era fácil demais de se realizar, pois, afinal, ele só queria comprar uma rede.
Com o passar do tempo, parentes e vizinhos chegaram à conclusão de que Edir não passava de um tremendo vagabundo, porque o tranqueira não queria trabalhar não. Roubava o dinheirinho de sua avó velhinha que o guardava debaixo do colchão; ia pros botecos tomar cachaça e contar mentiras, etc. Xii! Esse cara era um pilantra.
Edir arrumou um trabalho e isso surpreendeu a todos que o conhecia. Parou até de beber e afirmava a todos que, um dia, seria alguém na vida. Saía de domingo a domingo de sua casa, maltrapilho, de chinelo nos pés calejados, enfim, o povo dizia que aquele coitado estava de certo trabalhando numa obra, ou quem sabe na roça, sabe-se lá. Nada disso. O pilantra ia aos postos de gasolina manguear os caminhoneiros com sua triste história:

- Moço, pelo amor de Deus, estou juntando uns trocados de um e de outro porque o meu único objetivo na vida é comprar uma rede. Olhe só os meus pés que situação miserável que estão.
Como Edir era bastante obeso, o povo ficava com pena dele e o ajudava. Às vezes, até ia pro seu bolso notas graúdas de R$ 50 e R$ 100 reais. E o descarado, lacraia, ordinário e vagabundo, além de um excelente ator, até simulava um choro:
- Só preciso descansar. Olhem só o meu estado. Mal consigo andar.
Edir ia manguear também nas rodoviárias das cidades e, por incrível parecer, como neste mundo tudo pode acontecer, o pilantra estava ficando rico. Não precisava mais roubar o dinheirinho de sua avó velhinha. Fez diferente: a internou num asilo dos bons e, quem pagava as contas era ele.
O tempo passou e Edir já tinha uma coleção de carros, casas, apartamentos e morava numa belíssima mansão no Morumbi, bairro nobre de São Paulo. Às vezes, fazia viagens longas tipo de São Paulo a Manaus e, sua história era sempre a mesma:
- Moço, pelo amor de Deus, estou juntando uns trocados de um e de outro porque o meu único objetivo na vida é comprar uma rede. Olhe só os meus pés que situação miserável que estão.
Dizem que aquilo que está em oculto um dia é descoberto e também que a mentira tem pernas curtas e, talvez, isso seja até verdade. Edir foi pego em flagrante pela polícia do Paraná no aeroporto Afonso Pena, situado em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. O delegado ficou sem palavras e não pôde prendê-lo, o que surpreendeu o mundo.
- Seu delegado, nunca menti quando disse ao povo que meu único objetivo na vida era o de comprar uma rede. Hoje já tenho esse dinheiro e, além de comprar uma rede de televisão, pretendo também comprar uma rádio. Passe bem e até logo. Estarei no canal 171 e mandarei para ti e família e a todo esse povão bom de coração que me ajudou um abraço.
Não é que Edir comprou uma rede mesmo, Sô? E com o dinheiro do povo. Eu morro e ainda assim não vejo tudo.



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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

AÍ É MAL, CHERRY!


Putz grilo, meu! Meu nome é Aline e, odeio gíria, te liga? Só que tá no sangue, nas veias que ligam o miolo do cérebro e, fica difícil não piar na fala quando eu falo, falei?
Caracas! Conheci um cara que era a minha cara e isso já tem uma cara. O cara era assim serelepe, meio quadrado, careta, mas, tinha tutu, pode crer. O cara era um pão, mas, muito cafona, boa pinta, mas, gostava de um bode que só ele. Nos pulos do tempo notei na miúda que o cara era careta demais, sacou? Tinha um gosto muito cafona daquele que a maioria das cabeças curte, te liga na fita? Menos eu, é claro. Pirei nas ideias e pensei em dar no pé, apesar do cara ser barra limpa e batuto. Pô, meu chapa! De chocante o cara virou num chato de galocha, sacou? Chuchu beleza! Sempre curti algo que fosse assim supimpa pra dedéu e foi aí que ele dançou pra mim pra sempre, compreende? Curtia um som assim semelhante a um reto sujo, goiaba bichada e isso era muito grilo pro meu miolo, pode crer.

Putz, meu! Se o careta curtisse um Bob Dylan, um som dos Beatles, dos Carpenters e até um som maneiro da Aba, vá lá, mas, pombas! O quadrado só curtia aquele som redondo, parecido com um reto, meu! E cara que curte merda o que pode ter no miolo?
Tudo bem, tudo bem. Ninguém é perfeito, nem mesmo eu, porém, gostar daquilo que cheira peido, é ruim hein? Quando entrei no carango do boneco senti que ia à onda dele. Pensei até que ele ia estourar a boca do balão quando ligou seu som, te liga? Pensei que ia ouvir um som do Cazuza, da Legião Urbana, da Rita Lee, do Lulu, mas, não. O babaca deixou rolar no carango só música do tipo cú. Caí fora no ato e ele ficou grilado porque estava gamado por mim, te liga na fita? Patavinas, um cara que curte o que esse babaca curtia não tem como trocar umas ideias, mira no miro do disco da fita? O boa pinta correu atrás de mim nos pulos e berrou:
- Ontem retornei na areia branca e ardente, então te esperei. Ouvi os teus risos que eram vindos que uma onda trouxe aos meus pés. E eu chamei, chamei Aline! Estou aqui. E eu chorei, chorei, um mar só ti.
Fiquei na mira do boneco e não teve como eu não dar uma gargalhada, falei? Putz, meu! Se fosse original do Christopher mandava bala e até pagava um doce pra ele, te liga? Mas, o que me deixou grilada era o que saiu de sua boca, meu! Cruzes cruzadas cruas! Que cheiro horroroso de catinga condensada do inferno era aquele, meu? Um cheiro assim semelhante a uma mistura de alho, cebola e escarro de velha tubércula tudo batido no liquidificador, tá no miolo das ideias? Dar um selo numa boca daquela seria como fazer uma autópsia num urubu, te liga?

Caí fora e pra sempre. Aí é mal, Cherry! Hoje estou aqui em Paris, morando com minha melhor amiga Marie Joeli. Ela não é uma gata? Pode crer que também tem bom gosto, falô? Adieu!













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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

MENSAGEM SATÂNICA


Um homem cansado de ser abordado por vândalos que viviam lhe pedindo cigarros teve uma ideia que, a princípio deu certo: escreveu uma mensagem em seu computador, depois imprimiu cinco mil cópias. O texto dizia assim:
“Mensagem Satânica”
“Somos em muitos espalhados na multidão; somos anjos caídos; somos demônios encarnados em homens e mulheres humanos; somos fumantes. Você que tem por maldito hábito “serrar” cigarros de outros pode ser a próxima vítima. O veneno que injetamos nos cigarros é mortal e pode mata-lo em poucas horas. Fume. Precisamos de você no inferno”.
Este homem subiu no terraço de um dos mais altos edifícios da cidade de São Paulo e, discretamente, jogou pela janela as cinco mil cópias daquilo que escreveu e, por incrível parecer, isso causou pânico na multidão. A notícia, em poucas horas tomava conta do planeta graças à internet, televisão e rádio. Não se falava em outra coisa. Ninguém sabia ou sequer desconfiava quem era aquele misterioso homem.
Os vândalos, na regra geral, se divertiram com tal mensagem e continuaram abordando pessoas, pedindo cigarros. Coincidência ou não, um vândalo morreu e a causa da sua morte foi constatada de insuficiência respiratória devido ao tabaco. Na mesma semana outras mortes de vândalos devidas tal dependência química ocorreram.
Os fumantes, na regra geral, não pararam de fumar por causa destas notícias, porém, muitos, quando eram abordados por vândalos que lhes pediam cigarros, ainda brincavam dizendo: “Posso te dar um cigarro, porém, cuidado: pode estar envenenado e você pode ser a próxima vítima”.
Se é que a palavra, a escrita, realmente tem poder, o número de mortes de fumantes, independentes de serem vândalos ou não, aumentou de certa forma que, fumar cigarros era considerado um crime. Era proibido fumar e, isso em todos os lugares. As indústrias de cigarros foram fechadas pela polícia federal. Quem fosse pego fumando era multado e preso por desacatar a lei.
Felizmente, o mundo respirava melhor e o número de mortes causadas pelo cigarro como: derrame cerebral, infartos, enfisema pulmonar, câncer dos pulmões, entre outras, baixou.
Alguns anos depois, povos de todas as raças do mundo inteiro se surpreenderam com uma nova mensagem que dizia assim.

“MENSAGEM SATÂNICA”

“Nós, anjos caídos, demônios, conseguimos eliminar parte do mal para sempre da terra. Até quando vocês vão viver de esperança, achando que breve virá dos céus, justiça divina? Nunca haverá. É em vão a vossa fé”.

Lamentavelmente, esta mensagem foi tão forte para as pessoas, na regra geral, que inúmeras igrejas da face da terra foram fechadas por falta de fiéis. Como sem fé é impossível agradar a Deus, o amor foi retirado da terra. O mundo inteiro virou num caos como nunca antes e a violência se multiplicou. E graças ao homem, a criatura mais estúpida que Deus criou, o mundo acabou.


terça-feira, 12 de novembro de 2013

OPORTUNIDADE


Segundo o dicionário da Língua Portuguesa oportunidade significa: “Qualidade de oportuno; ocasião própria; momento favorável; conveniência”.
Oportunidade não existe, ou seja: existe apenas nas mentes dos fracos, covardes, dos oportunistas, que são aqueles que aproveitam circunstâncias inesperadas; que são partidários do oportunismo.
Cito alguns exemplos:
Uma moça linda, formosa e gostosa aos olhos dos tarados, sonhava desde criança em ser famosa na vida, quem sabe uma modelo, uma atriz. Filha única de um casal de mendigos parecia impossível ela conseguir chegar tão alto. E chegou. Só que a bonita moça teve que abrir suas lindas pernas e brincar com bonecos.
Sua melhor amiga, de corpo surrado, feia como a fome da Etiópia, apelidada por muitos de “pé-de-cabra”, não conseguiu chegar a lugar algum. O máximo que a vida pôde lhe dar foi um emprego de faxineira num bordel, e um marido alcóolatra.
O que existe na realidade é a sorte. Esta existe até mesmo para aqueles que não acreditam nela. Não se iludam com oportunidades porque elas não existem. Uma pessoa feia, horrorosa até mesma aos olhos dos cegos, se tiver sorte pode ficar famosa, rica da noite para o dia graças a sua feiura, ou porque ganhou na loteria ou então, o que é melhor, ao seu talento, caso tenha. Se ao contrário, vai morrer na ilusão como morrem muitos oportunistas.
Existem muitos talentos escondidos e que nunca serão reconhecidos. Não é necessário correr ao encontro do sucesso, pois, se ele tiver que acontecer em sua vida vai acontecer.
No mundo, na regra geral, nem tudo o que brilha é ouro, é diamante. Pode ser vagalume ou estrume dos ETS. Vai saber.
Tem pessoas que se dedicam tanto aos estudos e acabam limpando seus bumbuns com seus diplomas por viverem de ilusões, achando que um dia, a oportunidade baterá em suas portas.
O mesmo acontece com a fé. É claro que é necessário crer para se viver melhor na vida, porém, tudo o que tem de ser será, independentemente de ter ou não.
O ideal é trabalhar e, se não tiver dom, talento, tem que trabalhar dobrado ou apostar na sorte. Não pensem que criaturas angelicais estão espreitando suas vidas querendo enriquecê-los. Isso é ilusão. Nem todo esforço é ou será recompensado.

Com sorte vocês podem acertar sempre, sem ela, vão sempre errar. Pra finalizar, quem não tem mais o que fazer na vida fica a espera da oportunidade, exatamente como aquele nenê que hoje já está grisalho. Isso é ridículo.




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