segunda-feira, 30 de setembro de 2013

UMA CARTA PARA DEUS


Fernanda era uma menina muito bonita, inteligente, educada e amada por todos que a conheciam. Morava num bom lar na cidade de Araraquara, interior de São Paulo, onde nasceu. Contudo, ela não era totalmente feliz.
(como ninguém é). Tinha um único sonho que era acreditar no impossível. Foi assim que ela decidiu expressar seu sonho para o Autor de sua vida escrevendo uma carta para Deus.
“Senhor, desde muito pequena, ouço falar de ti. Suas qualidades, aptidões são muitas e creio que são infinitas. Posso vê-lo em todas as coisas que admiro, principalmente sabendo que é o Autor da minha vida. Como todos os seus filhos, suas criaturas, têm o direito de sonhar e sonham, eu também sonho, porém, quero que este sonho que sonho acordada se realize um dia para que nunca morra como morre tudo aquilo que é ilusão. Quero conhecer o meu pai. Não pela internet ou programas de televisão. Quero ver ele face a face. Ouvir sua voz e também o que ele tem a me dizer. Sei que muitos falam contigo através de orações, porém, decidi fazer diferente, escrevendo para ti. Ouço dizer que és o Deus do impossível e, posso afirmar, mesmo não o conhecendo, que não duvido disso. Responda-me Senhor e, que assim seja”.
Fernanda colocou a carta que escreveu num envelope.
Remetente: Fernanda White.
Destinatário: Deus
Endereço: Céu
CEP: Estrelas

Selou com um beijo e guardou tal carta.
Sua mãe precisa fazer uma viagem urgente para o Rio Grande do Sul, pois, seu pai estava muito doente e queria lhe falar.
- Fernanda, minha filha, arrume sua mala que vamos viajar em poucas horas.
- Para onde, mamãe?
- Para o Rio Grande do Sul. Seu avô está doente.
E Fernanda levou consigo aquela carta e, no interior do avião, sua mãe notou que ela estava triste e trêmula segurando aquela carta nas mãos.
- O que foi desta vez, minha filha?
Fernanda com os olhos lacrimosos diz à sua mãe:
- Escrevi uma carta para Deus, mamãe.
Sua mãe sorri:
- Acaso está ficando louca, minha filha? Mesmo que esse Deus existisse, nunca iria receber uma carta sua e nem de ninguém.
- Mas eu creio que Ele exista e que vai receber a minha carta.
Sua mãe se zanga e pega com estupidez aquela carta e joga para fora do avião.
- Não me aborreça com esse papo de Deus. Você é muita nova, bonita, inteligente para crer em tolices, ilusões e fantasias.
Fernanda simplesmente se cala. Chegam à cidade de Criciumal com quase 500 quilômetros distantes de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul.
O avô de Fernanda morreu no hospital uma hora antes da chegada de sua filha e neta. Lá, ficaram até a missa do 7º dia do falecido e, após, retornaram para Araraquara.
O mundo dá muitas voltas. Mudaram-se de lá, mãe e filha indo para São José dos Campos, também interior de São Paulo. Sucedeu que numa manhã de quarta feira quando Fernanda abria o portão de sua casa para ir pro colégio, ficou surpresa. Um homem grisalho, de boa aparência, estava com um envelope nas mãos. Sim, era a tal carta que outrora Fernanda escreveu para Deus. Ela ficou sem palavras e chorou ouvindo por instantes aquele homem lhe falar.
- Não abri este envelope porque não sou Deus. Sou apenas um carteiro e encontrei esta carta em minha mochila lá em Curitiba, capital do Paraná. Pelo remetente, sei quem tu és. Abrace-me minha filha porque sou o teu pai e temos muito, mas, muito mesmo pra conversar.
É incrível o trabalhar de Deus! Quantas maravilhas Ele que é o Autor da Vida pode fazer, não é? Quem já não contemplou a maravilha de uma gota de orvalho a brilhar refletindo a luz do sol? Uma simples teia de aranha e sua engenharia perfeita? O entardecer, quando o sol se despede deixando rastros em vários tons dourados como se fosse ouro derretido, levemente espalhados por mãos invisíveis...
A lua cheia refletindo num lago, parecendo um grande espelho líquido...
O olhar de um cão solitário, pedindo companhia...
O ir e vir das ondas, acariciando a areia quente como querendo amenizar o calor...
O dia, que a cada amanhecer renova o convite para que vivamos em harmonia, imitando a natureza...

Este é o Autor da Vida a quem devemos lembrar sempre.


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domingo, 29 de setembro de 2013

HOMEM DE GELO

Marie Joeli era uma mulher muito linda. Sua presença era tão significante feita uma gostosa goiabada em caldas. Riquíssima e, digo mais: bilionária. Nasceu em Paris, na França, onde foi parida por sua mãe Aline, casada com o trilionário Gilbert que colecionava, por hobbie, pedras preciosas como: ametista, ágata, diamante, esmeralda, granada, jade, jaspe, pérola, ouro e muitas outras.
O homem gostava tanto de pedras preciosas que não resistiu: engoliu várias delas e, é claro que ele morreu, porém, como uma terça parte da vida é doce, deixou uma gorda e melada herança para sua esposa Aline e sua única filha Marie Joeli.
Pena que a vida é curta, amados. O dinheiro pode não comprar tudo, mas, garanto que quase tudo ele compra. Pensem na infância de Marie Joeli. Ela brincava com bonecas de ouro voadoras; papagaio de diamante que só falava verdades preciosas. Seu quarto era um palácio e, imaginem o restante do substantivo domicílio, cujo nome parece ser meio pobre.
Marie Joeli tinha pavor de gente pobre, principalmente daquelas que adoram contar dramas. Ela olhava com desdém para os 144 mil rapazes que queriam namorá-la. Tinha rapaz de todo tipo, porém, quem fosse pobre morria na fila.
Marie Joeli era muito vaidosa. Seu maior prazer era pisar nas feias e, cito isso, literalmente mesmo. Era uma mocréia ou uma lacraia cruzar o seu caminho que ela já pisava na cabeça até sangrar.
O amor não é um bichinho bonzinho como muitos pensam. Só faltava o amor (não o de Zezé Di Camargo) para completá-la. A vida de Marie Joeli estava ficando muito rotineira e ela queria sair da maldita rotina, fazer algo diferente, entende? Fez uma viagem para o lugar mais frio do mundo onde ninguém conseguiu chegar até lá, só ela.  Fica lá nos confins do Pólo Sul. 
Lá, ela conheceu Gerlin Gelin, o homem de gelo. Apaixonaram-se no ato e já se rolaram na neve e fizeram amor. Aquilo sim era algo diferente que tanto Marie Joeli queria fazer.
Marie Joeli se casou com aquele homem e o trouxe para Paris. O homem de gelo estava adorando não só Paris como toda a Europa, porém, Marie Joeli estava achando tudo aquilo rotineiro demais. Levou seu amado para conhecer o Brasil, especificadamente o Rio de Janeiro, Carnaval, praias e tudo mais.
Tristeza do Jeca é outra história. Não demorou muito e, lamentavelmente, Marie Joeli voltou sozinha para Paris e chorou durante quarenta dias e quarenta noites nos ombros de sua mãe Aline, que era muito amorosa e compreensiva.
- Mas, o que aconteceu com Gerli Gelin, minha filha? Vocês se amavam tanto.
E Marie Joeli jogou todas as etiquetas, bons costumes que aprendeu pros ares. Pulou, babo, encheu sua mãe de porradas e disse aos gritos:
- Ele derreteu, mamãe!

Caramba! Fico aqui me perguntando: O que é que deu na cabeça de Marie Joeli pra levar seu amado homem de Gelo logo pro Brasil, meu Deus? Se ele fosse irmão do fogo, tudo bem, mas era o homem de Gelo. Sem dúvida, derreteu, é claro.

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VILA DO SOSSEGO



Pensem num barulho, numa poluição sonora 24 horas por dia. Cães latindo, gente discutindo, soltando foguetes em comemoração as drogas, mocinhas virgens sendo violentadas; contenda geral briga total de facas, canivetes, explosivos, armas de fogo, etc. Assim era a Vila do Sossego, que hoje, geograficamente está fora do mapa.
Para se ter uma ideia, a polícia cansou de apanhar de bandidos mascarados da vila, porém, nas batidas de rotina não podia prender ninguém por falta de provas. Cadê as máscaras?
Grandes supermercados, lojas diversas nas cidades ficaram numa miséria total. Na miúda. Faliram porque os ladrões mascarados da Vila do Sossego se reuniam e atacavam e o lema era roubar. Até mesmo em Brasília, capital do Brasil, o Palácio do Planalto foi assaltado e levaram até a caneca de leite da presidente. Imaginem o resto. Caos geral. Socorro! Gritavam os fracos. A polícia não podia prender ninguém. Cadê as máscaras?
Sucedeu que um dia, logo pela manhã, a polícia baixou lá na vila e ficou observando o movimento. Que movimento? Estavam todos dormindo e, isso era um milagre. A polícia nada podia fazer. Prender a quem? Cadê as máscaras? Quando a polícia pensava em sair da vila, voltar para a cidade, bem numa rua deserta, ouviu nitidamente uma voz aguda:
- Podem voltar pra vila homens da guerra. Vou passar o endereço completo e inclui até o CEP de alguns homens que estão apavorando por aqui.
Os soldados ficaram boquiabertos. De onde vinha aquela voz? Desceram do carro e olharam pra cima. Pensem numa árvore grande. Lá, no último galho havia um papagaio. E aquele lourinho sabia de tudo. Sabia de todos os podres daquela vila. Que maravilha! O louro caguetou. Entregou todos os traficantes e até mesmo onde é que eles escondiam as máscaras.
Aquele papagaio misterioso ninguém sabe até hoje de onde surgiu. Provavelmente era de um dos moradores da vila que sabia de todos os podres dali. Só pode. Só que o lourinho não ficou famoso não. Coitado. Quem levou fama e recebeu até um troféu de bronze da presidenta foi à polícia. Mesmo quem não tem saco, sabe o que é sacanagem, não é? Pois é, e o lourinho sumiu e, finalmente, agora, aquela vila fazia jus ao nome: Vila do Sossego. A paz reinava e todos, principalmente os covardes diziam: Amém.

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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

BOLINHOS DA VOVÓ

Dona Gonorréia depois que ficou viúva do falecido saudoso velho Pinto, ficou meio desgostosa da vida. Quer dizer: afirmam as testemunhas, incluindo as de Jeová, que ela nunca foi gostosa. Ela queria ser tanta coisa na vida antes de ficar velha, porém, nada de concreto conseguiu, com exceção os joanetes e rachaduras em seus pés.
O velho Pinto não passava de um velho caído, derrubado em todos os sentidos. Coitado. Era aquele tipo de sujeito que queria aparecer de qualquer jeito. Alinhava-se todo, metia um gel da hora nos cabelos, tomava um banho de perfume e ia pro boteco do Mané Vicente. Quem não o conhecia, pensava que ele era um doutor, pois, o velho Pinto falava bonito. Após a terceira dose de conhaque, sua fala já ficava doce. Melada mesmo. Ele era metido em falar em Astrologia e, olha, que entendia bem do assunto. Então, o velho Pinto, querendo sempre falar bonito, quando lhes perguntavam qual era o seu signo, ele dizia: “Sou do signo de Vergem”. Bêbado feito um besouro chapado de veneno ia pra casa trocando as pernas, fazer uma média com sua velha Gonorréia.
Por felicidade do destino, não tiveram filhos. A pobreza era tanta no barraquinho em que moravam em Diadema, na grande São Paulo, que os ratinhos e as baratas ficavam com pena deles. Dividiam a gema de um ovo cozido e só comiam as claras no escuro. E assim, sobreviviam. Miséria total, amados. Ora que melhora, como diz muitos dementes. A curiosidade não só matou o gato como mata qualquer curioso que me perguntar do que é que o velho Pinto morreu. Morreu de fome, é claro. Sonhou que estava saboreando uma picanha e, pensem no tamanho da delícia. Ele lambia e chupava cada detalhe do picão grosso, até que o sonho virou dos avessos, como todos os sonhos viram. A picanha comeu o velho Pinto e cientistas paraguaianos afirmam que a causa mortis foi a Pilory. Mas, tudo bem, ele já morreu.
Dona Gonorréia feia feita uma chapa dos pulmões de um tubérculo superou a dor em lágrimas. Ela tomava suas próprias lágrimas. Vichi!
Dona Gonorréia envelheceu como envelhece um escroto, uma vulva e isso é triste. Até hoje, a ciência ainda não conseguiu provar o “por que” de tudo aquilo que envelhece, fede. E a velha Gonorréia, guerreira das antigas ficou velha. Todo mundo a chamava de vovó e, ela, numa pobreza miserável, chupando pau pensando em pinto de galinha (salsichinha franguina) teve uma ideia brilhante: juntou o útil ao agradável numa só frase: Bolinhos da Vovó. Sim, ela era mais querida do que a mão quente do bêbado que te cumprimenta o tempo todo, só que a velha (meu chapa) queria um troco. Esse papo de “bom dia! Como vai? Tudo bem?” estava enojando a velha Gonorréia. Foi exatamente aí que ela teve uma excelente ideia: a de fazer algo que ficaria na história e ficou mesmo: “Bolinhos da Vovó”.

A velha Gonorréia se chapou de crack e, acreditem se quiser: conversou com seu fogão, geladeira e tudo mais. Arregaçou suas mangas, deu uma porrada numa goiaba bichada e disse pra si mesma: “Agora não tem pra ninguém”. Não é que a coisa deu, Deus? A velha fez uns bolinhos de trigo com certo segredinho e, é claro: a coisa pegou. Todo mundo queria saber qual era esse segredinho. Ela vendia seus bolinhos para gente até da alta, gente. O engraçado é que ninguém sabia ou queria saber da procedência daqueles bolinhos como muito de vocês que comem carne de gato pensando ser carne de gado. A velha Gonorréia, muito inteligente como toda velhinha sacana é, tinha um óleo velho que renovava a cada fritada. Depois de frito ela ainda assava os bolinhos. Pois é, vovó. Graças a um paparazzi paraguaiano que filmou, fotografou tudo, a senhora foi presa. Quantas vidas mandastes pro pau, lacraia? Que vergonha, vovó! A senhora soltava um grito pro alto, enchia os pulmões de catarro e escarrava na massa? Esse era o segredo? Depois, juntava grande quantidade de bolinhos e seus fregueses eram aqueles olhinhos puxados que não queriam nem saber da procedência destes bolinhos. Só que os olhinhos puxados não comerem dele não , viu vovó? Quem comeram deles foram os trouxas. Está presa vovó.


Que esta história sirva de exemplo para muitos: cuidado com aquilo que andam comendo por aí. Depois, pode ser tarde, hein!


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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

PAPO DROGADO

É evidente que uma pessoa chapada de drogas na cabeça não tem um diálogo agradável. Delira nas ideias, viaja em pensamentos absurdos num mundo ilusório criado por ela mesma. E aí, fica aquele assunto vago, sem nexo.
Chico Lobo era um cara louco, porém, não rasgava dinheiro e também não comia bosta. Não era agressivo, mas, era capaz de tirar a paz de cães e cadelas fiéis e honestos da vila onde morava. Queimava uma erva, não a daninha, mas, a danada mesmo e, ficava conversando com a lua feito um débil mental. Bastava Chico Lobo passar pelas ruas e a cachorrada já protestava. Muitos cães e cadelas, pais de famílias, se enfartaram e, nos atestados de óbito fora comprovado que era de pura raiva.


 Lúcia Pura era uma santa até se envolver com Chico Lobo. O único vício estranho da menina donzela era roer as unhas dos pés com sua boca. Tirando isso, Lúcia Pura estudava a Bíblia com as testemunhas de Jericó e boa. Pois é, a menina se envolveu com Chico Lobo, começou a queimar ervas e aí o barulho na vila se multiplicou.

Muitas velhinhas, cito aquelas fofoqueiras que adoram uma janela, morreram sem saber como é que Chico e Lúcia sobreviviam, pois, eles não faziam nada, absolutamente nada de concreto na vida, exceto perturbar a paz dos inocentes.

Certa noite, o casal chapado viaja num assunto que, como dizia a crente Maria: Só pela misericórdia de Deus. Lúcia Pura lia a Bíblia, quer dizer: ria das letrinhas. Chico Lobo, muito louco pergunta:

- Está lendo o livro de Genésio?

- Ainda não cheguei lá. Estou em Gênesis.

- O barato mesmo é o livro de Júnior, pode crer!

Lúcia pura discorda:

- Júnior? Júnior não escreveu livro nenhum da Bíblia.

- Não?!

- Júnior escreveu o Alcorão.

- E Jesus? Não escreveu nada?

Lúcia Pura sorri:

- Só escrevia na areia pelo que estou sabendo.

- Pô meu, pode crer! Que viagem foi aquele barato de fazer a água virar vinho?

- E a multiplicação dos pães e dos peixinhos?

- Será que já vieram fritos?

- Vai saber, né?

Chico Lobo e Lúcia ficam observando uma mosca voando, até que a coitada cai de corpo e alma num panelão de sopa. Chico Lobo da uma risada diabólica.

- Chapada pra caracas essa mosca, pode crer!

- Teve uma morte bonita. Morreu na fartura.

De repente, sobe pela parede uma barata e Lúcia Pura diz:

- Olha outra louca lá. Para onde será que ela está indo?

- Provavelmente numa reunião dos tomates. Olha só as antenas dela. Estão captando alguma coisa.

De repente, Chico Lobo e Lúcia Pura ouvem tiros diversos e, por instantes, parece que o efeito daquela droga passa. Ouvem mais tiros e se ajoelham e choram. Seria os traficantes? Seria a polícia? Ouvem mais tiros. Oram e choram. Ouvem mais tiros. Acalmam-se quando ouvem o plim plim. A TV estava ligada na Globo e o filme era de bang bang.

Chico Lobo da uma gargalhada.

- Caracas! Até a Globo está tirando uma com a gente, cara! Muda de canal. Bota no Gugu.

Pois é, não tem jeito. O papo drogado é assim mesmo. Que absurdo, Sô! Livro de Genésio? Livro de Júnior? Júnior escreveu o Alcorão? Peixinhos fritos? Mosca que morreu na fartura? Barata indo pra reunião de tomate? Bota no Gugu? Pode parar! Internem estes loucos.



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terça-feira, 24 de setembro de 2013

A REVOLTA DE UM VEADO

Cherrí era um veadinho delicado, porém muito revoltado. Ainda adolescente teve o desprazer de ver 
Jubão, um leão feroz e malvado comer sua mãe, seu pai e seus irmãos. Cherrí conseguiu escapar de Jubão, senão, seria comido por ele também.





O veadinho Cherrí vivia tristinho na selva, nem mesmo dormia tranquilo, porque temia ser atacado por Jubão, o leão comedor.


Cherrí conheceu Chaninha, uma veadinha muito linda e ambos deram início a um romance.



Sucedeu que um dia, Cherrí e Chaninha trocavam carícias na selva quando avistaram de longe Jubão, o leão danado. A donzela Chaninha ficou apavorada.
- Que leão grande! Se ele nos pega vai nos comer. Proteja-me veado Cherrí.

Coitado de Cherrí! Não tinha como ele proteger sua amada e muito menos a si próprio. Correu mais do que uma avestruz mocinha e, de longe, com seus olhinhos rasos d’água ficou assistindo Jubão comer Chaninha.
Cherrí estava deveras muito, mas, muito revoltado mesmo. Tudo o que mais queria era se vingar de Jubão, o leão folgado. Deitou-se no mato e resolveu dar um cochilo, pois, estava muito cansado.
O que?! Essa não! Deu de cara com uma cobra macho daquela bem grande e grossa e ficou apavorado.
- Não me coma, por favor.
Maguila, a cobra macho,ficou com pena daquele frágil veadinho.
- Fique tranquilo veadinho. Procuro uma carne com mais substância.
Cherrí teve uma ideia maldosa.
- Cobra, eu sei onde mora um leão que é forte, másculo, saudável e, pior: ele é muito folgado. Só ele quer comer. O miserável comeu toda a minha família e, por fim, ainda comeu minha namorada.
- Onde mora esse leão folgado?
- Na selva.
A cobra macho Maguila se zanga.
- Estamos na selva veadinho. Onde é que está este leão comedor?
Cherrí leva Maguila, a cobra macho até a toca de Jubão e, vichi! Maguila deu um bote só em Jubão que chorava de pura dor e clamava.
- Não me coma não! Não me coma não!
Cherrí ria feita uma hiena nenê.
- Bem feito pra você, seu leão comedor.
Pois é, Jubão foi comido mesmo. Não teve outro jeito. Cherrí correu pela selva feliz da vida e ficou ainda muito mais feliz como seu amigo touro chifrudo quando se encontrou com Chaninha. Ficou sem entender.
- Amor, Jubão não te comeu?
E Chaninha diz toda feliz.
- Veado Cherrí, ele queria apenas fazer um lanchinho, bobinho.
- E é?
Sem o comedor Jubão na área tudo ficou melhor. Cherrí e Chaninha foram felizes para sempre.


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FARSAS DA VIDA


Não cito “peças cômicas de teatro”; nenhuma obra de ficção; cito sim, uma peça real, nada baseada em fatos; aquela que deixa transparecer uma única e exclusiva verdade pelos seus atos ridículos que chamo de Farsas da Vida.
Seres humanos, em contingência, estão por aí, pelos quatro cantos da terra sobrevivendo aos trancos e barrancos e, poucos sabem de onde vieram e porque aqui estão se é que esperam ir para além deste lugar um dia. O mal, como desde o princípio da raça humana parece prevalecer e dominar. A violência só tende a aumentar, porque os bons são frouxos e covardes, na regra geral. A sociedade, com um jeito joanado de amar, acolhe a todos sem fazer acepção. Pode parar. Quem não é digno de viver, tem que morrer. Solidariedade tem que ser compartilhada com os bons, os retos, por méritos. O mal tem que ser decepado definitivamente da terra, do nosso meio, para que Deus, o Autor da Vida aplauda e que seus anjos digam amém.
Não é nada difícil botar ordem no galinheiro que, lamentavelmente, se tornou a terra. Quando homens de verdade deixarem de ser frouxos e covardes, com o poder nas mãos, decidirem quem fica aqui ou não, a paz, finalmente reinará. A terra, de um modo geral fede e tal catinga humana prolifera; vândalos estão tomando conta do planeta e ninguém faz absolutamente nada para reverter este quadro. Nada posso fazer também, porque não tenho o poder em mãos. Então, pensando em receber o galardão divino do Altíssimo Deus, surgem os misericordiosos da faixada distribuindo alimentos aos vândalos para fazer propagandas de suas seitas religiosas. Isso não faz sentido e não tem a menor graça. O amor teria que ser aplicado de forma coerente, jamais de forma conversível. Deus não precisa de barganhas e, embora, muitos não saibam: Ele não precisa de nós. Nós é quem precisamos Dele.
Um sujeito fez tudo e mais um pouco de errado e sórdido na vida e, agora, resolveu se aposentar das baixarias outrora cometidas e se converte ao cristianismo. Vai ter que pagar pelos erros do passado, seu crápula. Quantas donzelas você estuprou lá atrás, quando você era mais jovem? Quantas vidas você mandou para o inferno? Agora, você é um novo homem? Vai querer enganar a quem? Não posso julgá-lo, mas, a vida se encarregará de fazer isso.

Quantos que aqui estão, quantos que me leem, podem perceber que, quase tudo na vida não passa de pura ilusão? Quando a verdade é citada, poucos querem ouvi-la, porque na realidade, para eles, é mais uma ilusão. O homem, na regra geral, não vive de ilusão e sim de mentira. Desafiam a ciência, crendo em milagres, naquilo que é sobrenatural. Geralmente, estes coitados são míseros em todos os sentidos e nunca conseguirão ter nada de concreto na vida. Primeiro: porque não querem por serem conformistas; segundo: porque não querem abrir seus olhos para enxergarem as Farsas da Vida.

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SACANAGEM DOS ANJOS


O clima parecia ser bom no sul do Brasil. Nem muito frio, nem muito quente, entende? Sabe aquele “arzinho” fresco assim, que dá vontade na gente de fazer umas frescurinhas também? Viam-se nas cidades interioranas aqueles velhinhos comendo pipocas, estreando suas dentaduras e contando “causos”; as velhinhas assassinando as galinhas pelo pescoço pra fazerem uma canja da hora; as caipirinhas paquerando em fila os boys do circo que vieram das grandes cidades e elas adoram palhaços e palhaçadas; molequinhos vendendo picolés para torrarem todo o dinheiro que ganharem em fliperamas; casaizinhos apaixonados num grude de cheira e lambe bocas que da até nojo; o peão que chega do serviço e tira as botas de borrachas pra refrescar os pés cheios de feridas, frieiras, joanetes e chulé; cachorros apostando corrida com pilotos de motos; enfim, o clima realmente estava bom para todos.

Sucedeu que num desses dias de clima bom, ar fresco e tudo mais, uns anjinhos fresquinhos, malvadinhos que viam tudo do céu, resolveram fazer umas sacanagens com os humanos. Coitados dos terráqueos, gente.
Um homem, estilo galã de cinema, usava um lindo sobretudo, pois, parecia que a frescura do clima queria gelar e gelou mesmo por causa dos anjos. O bacana era paquerado até mesmo pelos homens barbados de tão chique, elegante e bonito que estava com aquele sobretudo. E aquele homem pisava até diferente, olhando com desdém pra muitos que batiam seus queixos de tanto frio, que usavam apenas camisetinhas ou aquelas camisas tergais finas sem graça. De repente, rápido feito um raio, mudou o tempo. Mas, foi uma virada radical mesmo. Baixou um calor tão forte daqueles de molhar cuecas e calcinhas, de fazer suar as axilas das vovós e sai de perto porque a coisa fede. E aquele bonitão ficou sem graça, é claro. O povo queria linchá-lo achando que ele era um psicopata. O que?! O povo o botou pra correr de sobretudo e tudo.
Como estava muito quente, a chinesada que não sorri nem mesmo para uma mosquinha simpática, tão séria feita uma aranha menina concentrada na mosca, neste dia, ria feita a hiena adolescente. É claro, suas lanchonetes estavam lotadas porque o povão queria tomar cerveja e, aliás, veja também pastéis e coca colas para as crianças. O que?! O tempo virou feito um virado, que, aliás, nunca vi algo que fosse mais virado do que um virado. A temperatura caiu tanto que aquelas cervejas explodiram nas mesas e, o povo entrou em pânico. As velhinhas reumáticas, com osteoporose e artrose foram pro pau. Morreram como morrem as goiabas. Pensem num frio. E passava pelas ruas sorrindo feito o inventor do Sonrisal, aquele homem do tipo galã e, desta vez, além de estar com sobretudo, usava um cachecol peludo da hora. Deixando esse babaca de lado, o que saiu de gente daquela lanchonete chinesa sem pagar a conta não foi brincadeira.
Na região nordeste brasileiro, cito especificamente, o sertão, não chovia há mais de um ano. Juntava toda aquela sertanejada numa reza fatal, forte feito trovão e nada de chuva no sertão. O sol, testemunha sádica tem o único prazer de queimar e queimava as bundinhas dos bebês. Os polaquinhos sofreram mais. E o povo queria chuva. O fedor dominava feito chulé de gambá e, fico imaginando a catinga que deve ter um escroto velho. Deve ser horrível.
Quem disse que os anjinhos não têm sentimentos? Se o povo queria chuva tiveram chuva. As nuvens celestiais entraram num clima de dancyn days da peste nordeste e pensem numa chuva. Choveu até prata. Foram quarenta dias e quarenta noites de chuva. O sertão virou mar na marra e as baleias sulinas comeram toda a sertanejada nordestina. Pensando por outro lado: morreram nadando e, isto, sem dúvida, é melhor do que nada.
A sacanagem dos anjos estava demais com os seres humanos da terra. Aproveitaram que Deus estava de férias, mas, um dia ele voltou, assim como o Roberto que parou em frente ao portão. Só que Deus fez diferente: delicadamente deu umas porradas numas nuvens passageiras que estavam embaçando a sua chegada e pegou os autores do clima em flagra.
- Seus sacanas! Imagino se vocês tivessem sacos, pois, a sacanagem seria dupla. Que prazer é esse de aborrecer meus bichinhos na terra? Sumam do meu reino, víboras asentas.
Deus não é violento. Deu apenas um soprinho e aqueles anjos foram parar no inferno, bem lá nos quintos. Fico imaginando se ele tivesse dado um tapa. Provavelmente aqueles anjinhos malvadinhos iriam parar nos sextos, sétimos do inferno. Sei lá.
E assim, a paz provisória voltou a reinar na terra. Só que, segundo a meteorologia do Diabo, esse arzinho fresco vai acabar, viu? Deixa escapar da prisão pra vocês verem.




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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

IRMÃOS DO FOGO


Sabe aqueles dias de inverno, de frio intenso em que é comum a gente encontrar lagartixas mortas de barriga para cima; passarinhos tristes, sem cantar; os velhinhos batendo o queixo, queixando-se de suas doenças como reumatismo, artrite, artrose e outros males? Nesses dias, para aqueles que amam o inverno assim como eu, vestir um casaco ou um sobretudo cai bem, aquece, combina com o clima e, sem dúvida, deixa a gente elegante, concorda? Por outro lado, pelas ruas da cidade, deparamos com alguns, (não são muitos) os quais chamo de irmãos do fogo.
Existem certas criaturas neste gigantesco, esplêndido e fabuloso universo, que, sinceramente, me metem medo. Isto porque sou uma pessoa normal. Cito certos homens que desafiam o próprio tempo. Presumo que estes seres querem provar sua masculinidade ou exibirem seus corpos para outros. Isso é ridículo e não tem a menor graça. “Quem exibe aquilo que tem por fora, nada de valor tem por dentro”. Querem provar pras meninas que são heróis, vão comer gelo. Vão refrescar suas bundas na neve ou então, injetarem em seus retos picolés com sabores de frutas diversos, diferentes, porque, sem dúvida, presumo que eles estejam quentes e ardentes.
Geralmente estes machões de faixada não são nem um pouco delicados, gentis e educados porque acham que isso são coisas de boiólas. Satisfazem-se levando a vida nas porradas, numa grossura capaz de violar as leis da natureza. Desafiam o próprio tempo. São doentes, só pode.
O homem de bom gosto, aquele que tem estilo, charmoso e elegante, passa por perto destes “lixos humanos”, usando, quem sabe, um lindo sobretudo, um cachecol e, os tais machões da faixada, quando não dizem, insinuam: “Olha o boióla lá”. Lamentavelmente, tem mulheres que amam este tipo de criatura, de grossura. Sentem-se fêmeas protegidas por serem casadas com machos. Por isso é que eu sempre digo que gosto se discute sim. Para quem não sabe, cães e cadelas, na regra geral, adoram comer fezes humanas, em especial, as dos bebês que têm um sabor concentrado de leite, presumo. Fico imaginando quando estes peões calorentos chegam do serviço em suas casas e resolvem refrescar seus pés tirando seus botinões de borracha. Pros ratos e baratas, o cheirinho é idêntico ao da bolacha e, pra muitos animais, o cheiro é dos legítimos queijos coloniais. Vão lavar seus pés, suas imundícies.

Os irmãos do fogo são insensíveis e, não sabem brincar, exatamente como é o fogo. São estúpidos e não perdem tempo com diálogos, porque, na verdade, nem sabem dialogar. Geralmente, são aqueles que coçam o escroto, escarra, arrotam e peidam em público. São nojentos. Brigar, para eles, é coisa de macho e, tudo aquilo que vem da educação, da boa educação é frescura e coisa de boióla. Em suma, são os legítimos irmãos do fogo. Isso me dá nojo.


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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

DR. BOA – QUEM PODE ENTENDER?


Um ser ciente, presente, uma consciência a serviço, de serviço, um expoente para ser usado, se apoiado. Esta consciência ouve, escuta, dedica-se ao cociente e ao subconsciente da vivência, da convivência da ausência com o existente lógico, axiológico do ser.
O que há de errado em minhas palavras? Quem está sendo lesado com as coisas que escrevo? Tem como remover a verdade? É possível, a não ser que você minta, porque a verdade, para muitos costuma ser dolorida.
Não trabalho com mentiras; obras de ficção não são mentiras, são obras de ficção.
Não sou formado em doutorado, porém, amo o título de doutor.
Respeito à natureza, não certos seres que, lamentavelmente fere ela.
Tenho sentimentos, porque meu coração não é de plástico e amo muito mais a vida do que possam imaginar.
Não guardo mágoas de ninguém porque, sei que isto vai me prejudicar e muito.
Não invejo ninguém, por isso é que eu trabalho.
Amo os poucos que me entendem. Não sou ambicioso e nem tão pouco matemático.
Não vivo de passado, exatamente, porque sei que ele não pode voltar para que eu possa corrigir aquilo que já fiz.
Amo as crianças e, lamento dizer, que lá atrás, ficaram algumas que hoje, por mau entendimento me condenam, me julgam. Sim, eu ficaria muito mal se ainda, elas fossem crianças.
Creio no amor incondicional e, talvez, eu seja o único.


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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

OPERAÇÃO NASAL



O sonho de Edilene era simplesmente cheirar. Sim, sentir o perfume exuberante das flores como as borboletas; o cheirinho do café Pelé que todas as manhãs era preparado com carinho por sua vovó Zezé; o queijinho em forma de salgadinhos; o cheiro definido EROS dos machos; enfim, Edilene perdeu seu olfato desde menininha quando escorregou numa casca de banana e caiu de nariz num vaso de cristal que foi pro pau também, é claro. Para que ela voltasse a cheirar, seria necessária uma cirurgia nasal tailandesa, a mais cara do mundo. Danou-se tudo de vez. A pobrezinha nasceu na pereba da goiaba murcha e bichada do sertão. Não tinha jeito não.
Edilene cresceu como cresce toda a raiz e seu único sonho era dar vida a seu nariz. Olhava-se direto no espelho e dizia pra si mesma: “De que me servem estes dois buraquinhos se não inalam sequer nem um agradável cheirinho?” Tadinha de Edilene. Juntou todas as suas roupas, literalmente “trapos”, saiu do sertão e foi pra São Paulo. Arrumou um excelente trabalho de “limpadora de chiqueiros de porcos” e, seu maior hobbie era ficar apreciando de pertinho o famoso Rio Tietê. Os paulistanos diziam que ela não passava de uma doida.
Nas caminhadas da vida, tudo pode acontecer e, observem só o trabalhar de Deus: Edilene conheceu por acaso, Edvaldo. Pensem num homem inteligente, gente. O que?! Cruzes! Tom Cruise perdia feio para ele no que se diz respeito à beleza. Um sujeito do tipo mesmo entende? Dispensou todas as maravilhas da vida, com exceção a Edilene, pois, desde que bateu os olhos nela, gamou. O amor é lindo e é por isso que todos nós temos que ficar sorrindo. Lindo?! O homem, além de lindo era um otorrino. Era tudo o que Edilene precisava e, digo mais: Edvaldo era demais. O maior otorrino do mundo, gente. Edvaldo Pereira de Almeida. Pererês Almeidas podem pular alto, porém, jamais como Edvaldo. Não insistam.
Gente, eu sempre digo que o dinheiro ajuda e muito, porém, não é tudo, porém, novamente, eu pergunto: o que Edilene queria mais? O homem, além de rico era lindo e, além de lindo, um excelente otorrino e pra fechar: vivia sorrindo e, num desses brancos sorrisos, pediu a mão de Edilene em casamento. O que?! Edilene deu-lhe não só suas mãos, como seus pés, seu corpo todo e, isto inclui seu nariz. Seu amado Edvaldo, o grande, incomparável e inimitável cirurgião teria pela frente agora, algo que ficaria na história mundial: “A Operação Nasal”.
Edvaldo trabalhava com carinho naquele nariz, porém, por infelicidade do destino, sua amada Edilene não cheirava não. O tempo passou muito mais do que aquele ferrinho elétrico de última geração e, Edilene não cheirava não. Caramba! O homem ficava praticamente vinte e quatro horas trabalhando no nariz da mulher e, nada. Nem um bom resultado.
Sucedeu que numa noite de sábado, Edilene que também era uma excelente cozinheira, preparou uma deliciosa feijoada que incluía ovos cozidos e repolhos refogados, como sempre fazia. Fartaram-se de tanto que comeram. Edvaldo, naquela noite, botou até seu cachorro magro pra correr. Raspou até o fundo da panela e, na sequência, deu aquele beijo sabor de porco em sua amada. Foram dormir e, aquela noite parecia ser propícia para umas frescurinhas, porque o arzinho estava fresco como veadinhos irlandeses. Pois é, gente. Quando Edvaldo acordou pela manhã de domingo, cadê sua amada Edilene? E o vento levou já é outra história. Ela sumiu dali feitos àqueles ratinhos debaixo da pia da cozinha quando ouviam os peidos da velha Jocréia. Eles ficavam assustados, é claro, exatamente como ficou Edvaldo. Sua amada Edilene, aquela bonitinha que cheirava a leite sumiu e, digo mais: escafedeu. Ué? Por que será, hein?
Foram três dias de choro nos ombros da mamãe de Edilene.
- Mamãe, não me casei com um doutor. Casei-me com um fedor. Pense em quantos peidos já engoli sem saber deste porco. Pense na catinga de uns peidos fedidos, mamãe! Uma catinga tão fedorenta que me dá nojo.
Que destino cruel, meu Deus do céu! O amor supera tudo e, não é possível que não pudesse superar aqueles cheiros de peidos, também. Caramba! Todo mundo peida. Até mesmo Edvaldo Pereira de Almeida.


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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

LIÇÃO DE VIDA


Três grandes milionários, após trágicos acontecimentos ocorridos com eles e seus familiares, tiveram uma ideia de acabar, parcialmente com a violência das grandes cidades.
Victor, grande armador, possuía frotas de navios, viu sua única filha ser violentada sexualmente e assassinada por bandidos de alta periculosidade. Não o mataram, se bem, que Victor desejou morrer depois do que viu.
Vagner, grande fazendeiro, tinha muito bens materiais no Brasil e também no exterior, ficou num cativeiro por quarenta dias e foi humilhado de todas as maneiras por marginais. Conseguiu escapar deles, e hoje, nem mesmo saber explicar como.
Vicente, grande empresário de indústrias diversas, almoçava com sua família no terraço de um luxuoso edifício quando foi abordado por marginais que deram voz de assalto. Sua pequena filha, de apenas sete anos ficou assustada e por isso gritou. Um dos marginais disparou um tiro em sua cabeça. Ela sobreviveu, porém, hoje, com 17 anos de idade é paraplégica e vive numa cadeira de rodas. E pensar que seu grande sonho era o de ser bailarina.

Os três grandes milionários, indignados com a política que defende os Direitos Humanos, decidiram fazer justiça de forma inteligente. Implantaram escolas, pequenas indústrias, hospitais, etc., num grande retiro de uma imensa fazenda no estado brasileiro de Minas Gerais. Contrataram pessoas de bem como professores, médicos, enfermeiros, etc., para trabalharem no retiro em troca de um bom salário. Pensem num grande retiro. Uma fazenda com mais de 500 alqueires de terra. Seus habitantes eram pessoas de má índole, marginais, que foram recolhidos das grandes cidades. Obrigatoriamente teriam que trabalhar e estudar muito ali e, após receberem o certificado de nome “Lição De Vida”, sairia dali formado.
Sim, lambadas de chicotes não eram em vãos para os ócios e mal educados. Teriam eles por lei trabalhar, caso quisessem comer; ler e escrever eram prioritários e obrigatórios para ganharem pontos de educação e, assim, por mérito recebido, o lazer.
Neste retiro não havia credos religiosos. Nenhuma igreja, nenhum templo, ou seja: crer na existência de um Deus era opção própria.
Por outro lado, nas grandes cidades, reinava a paz. Raramente, ouvia os moradores, noticiários de violência de vândalos e vandalismos. A violência, na regra geral, caiu à zero. Parecia reinar realmente a paz e a segurança tão esperadas pelas pessoas de bem.
Passaram-se anos e muitos anos e, muitos que chegaram ali (a maioria) se regeneraram. Sim, jamais queriam voltar à vida do crime, pois, receberam o certificado da “Lição de Vida”. Ali, naquele retiro, chegaram à conclusão de que, somente o amor é capaz de superar tudo e, de que, sem ele, nada de concreto pode ser realizado na vida; seja material ou espiritual.
Contudo, nem todos foram libertos do mal, aquele que parece prevalecer desde o princípio da raça humana na terra. Muitos daqueles que saíram dali não entenderam que voltar para a vida do crime seria se degenerar. Pior do que isto: difamaram às autoridades sobre o tal retiro, mentindo que ali foram torturados e tratados como escravos. Consequentemente, foi fechado pela polícia.
Hoje, as ruas das grandes cidades continuam num caos ainda maior do que outrora. O que impera, como antes são os Direitos Humanos, não importando se isto pode causar danos à sociedade. Enfim, só resta cumprir tal profecia bíblica:


“Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniquidade. Porque cedo serão ceifados como a erva e murcharão como a verdura. Pois ainda um pouco e o ímpio não mais existirá; olharás para o seu lugar, e não aparecerá. Mas os mansos possuirão a terra e se deleitarão na abundância de paz”. (Salmos 37).


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