quarta-feira, 4 de setembro de 2013

AMOR INCONDICIONAL


Não há nada que seja mais sublime do que o amor. Cito um amor de verdade; aquele que é capaz de suportar toda a dor e superar todos os obstáculos. Tudo na vida pode findar um dia, menos o amor que é imortal e infinito.
Jeniffer era uma mulher linda em todos os sentidos. Deixava transparecer uma beleza interior verdadeira, o que encantava a todos. Nasceu em berço de ouro na pacata cidade de Socorro, interior de São Paulo e era filha única do Sr. Albert White, um milionário inglês que a deixou uma rica fortuna de herança. Jeniffer estudou nos melhores colégios da Europa e, sem dúvida, tinha uma inteligência brilhante. Quando esta jovem encantadora completou vinte e um anos, seu pai promoveu uma grande festa de aniversário para ela. Lamentavelmente, nesse mesmo dia, Jeniffer perdeu seu melhor amigo: seu pai, que sofreu um infarto do miocárdio e não resistiu, entrando em óbito.
Jeniffer morava num casarão em Socorro. Vivia rodeada de amigos e pessoas da alta sociedade. Muitos deles queriam namorá-la, porém, Jeniffer não quis se comprometer com nenhum deles. O que deixou muitos rapazes indignados e surpresos foi o interesse desta jovem tão bela e tão rica por um mendigo de rua.
Ela se apaixonou por um homem que vivia bêbado, maltrapilho e sujo, dormindo nos bancos da praça. Jeniffer investiu tudo de melhor para com aquele homem, que em pouco tempo, abandonou seus vícios e saiu das ruas. Muitos rapazes planejavam matar aquele homem, porém, todas as tentativas foram fracassadas felizmente. Jeniffer casou com Aparício (o ex-mendigo) e, ambos foram morar em Londres, na Inglaterra. Pelo menos lá, ninguém conhecia o histórico de Aparício.
Aparício estava adorando sua nova vida. Estudou muito, graças ao incentivo de sua amada mulher Jeniffer. Jamais se encheu de orgulho e arrogância em seu coração, pelo poder que agora tinha em mãos. Seu lema era praticar o bem para com todos, assim como sempre fazia Jeniffer.
O amor de Jeniffer e Aparício era muito bonito.  Não dependia este amor de nenhum fator externo;  não era aprisionado,  nada tinha haver com sexo;  um amor que não causava dor, sofrimento, ciúmes, enfim, um amor incondicional.
Sucedeu que um dia, Jeniffer saiu de Londres e foi visitar sua avó que estava doente em Liverpool. Ocorreu um trágico acidente na estrada. Um ônibus vinha de contramão em alta velocidade e bateu contra o carro de Jeniffer que conduzia o veiculo sozinha. Seu carro capotou várias vezes e explodiu. O motorista daquele ônibus morreu na hora, porém, Jeniffer sobreviveu. Seu corpo ficou totalmente carbonizado e ela ficou irreconhecível. Lastimavelmente, horrível. Ela morreu e, da pior forma que se pode morrer em vida: morreu nas orelhas, no cabelo, no nariz, na face, nos dedos das mãos, nos olhos. Com mais de 60% do seu corpo queimado, morreu no espelho.
Quando Aparício recebeu esta trágica notícia caiu em  total depressão, porém, deu uma volta por cima e reforçou ainda mais seu amor por Jeniffer. Com o dinheiro que tinha poderia contratar os melhores enfermeiros para cuidar de sua mulher que ficara inválida, que passara por diversas cirurgias, que morria de dor a cada dia que passava, porém, não fez isso. Ele mesmo é quem se comprometeu a cuidar de sua amada mulher. Dava-lhe os medicamentos, alimentava-a, banhava-a, enfim, ficava 24 horas ao lado dela, que dois anos depois não resistiu e veio a falecer nos braços do marido.
Aparício perdeu total interesse pela vida. Toda a sua autoestima caiu de verdade. Aquela fortuna deixada para ele não tinha nenhum valor significativo. Antes de cometer suicídio, deixou uma carta:

“O amor é muito mais que pensei ou sequer imaginei. Aqueles que dizem viver sem amor enganam a si mesmos. Eles não vivem. Eles vegetam. O amor é como um diamante verdadeiro no sol que nunca envelhece. Este amor me surpreendeu. Estive morto e esse amor me trouxe à vida; aprendi a amar e, neste dia soube o que é viver de verdade, porque valorizei a minha própria vida. Sim, este amor era quem coloria todos os meus sonhos, que satisfazia meu ego, que me incentivava a viver. Não. Eu não quero morrer como um velho cavalo; não há nada, absolutamente nada na vida que vai me fazer sorrir, que vai me fazer esquecer este amor. E agora? Para onde foi o meu único e verdadeiro amor? Não importa. Estou indo ao seu encontro”.


doutorboacultural.blogspot.com/

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