quarta-feira, 9 de abril de 2014

UMA PIRANHA APAIXONADA




Havia um lago que, há muito tempo atrás era o paraíso dos peixes. Lamentavelmente, até mesmo lá, em suas profundezas, chegou à violência. Existem peixes ferozes, violentos, ladrões, assassinos, porém, felizmente, existem também peixes pacíficos, humildes, que sonham com um Planeta Água melhor.
Solitária era uma piranha diferente das outras piranhas. Era extremamente apaixonada. Que lástima! Ela chorava por saber que sua paixão era impossível. Mas, peraí! Como é que uma piranha pode se apaixonar? Peixes não se apaixonam, não amam. São mistérios nenê. Pode acreditar que o amor existe até nas profundezas do mar e também nos rios e lagos.
Solitária odiava sua geração que era toda igual. Confundia a piranha da sua mãe com o piranha do seu pai. Solitária sonhava com um peixe diferente e queria encontrá-lo.




Sonhou que estava no mar. Que maravilha! Tinha lá nas profundezas até sereias.


 No mar conheceu Olvo, um polvo, porém, o odiou logo de cara e protestou:
- Seu bêbado! Você só sabe abraçar?




Conheceu Ada, um peixe espada, mas, descobriu que ele também era uma farsa. Só tinha nome.




Conheceu Arão, um camarão, mas, o achou muito vagaroso. Não fez o seu tipo..


Opa! Quem vinha vindo lá em sua direção? Um peixe diferente de todos os outros peixes que Solitária já havia visto. Barão, o grande e temido tubarão.
- Que tórax, Iemanjá! Já que a senhora é a rainha do mar, fisgue esse peixão pra mim.
Barão esnobou a coitada da piranha solitária. Ele estava com muita fome, mas, comer aquela EM (extra mar) magrinha, raquítica, não seria um bom filé para ele.

Barão era temido até por Eia, a grande baleia.
- Se esse peixão me fura vai ser uma explosão fatal.


Solitária não teve medo de Barão, não. Pense numa perseguição nenê. Solitária seguiu aquele tubarão e chegou uma hora que ela não agüentou mais.
- Olhos nos olhos agora, grandão. Quero ver o que você diz. Você é veado?
Barão, macho feito um dente de leão responde:
- Veado? Isso é coisa da terra. Estamos no mar, piranha e este não é o seu mundo.
O coração da piranha Solitária samba de tanta emoção por estar ali diante daquele peixão.
- Eu quero ser sua.
Barão olha com pena para Solitária e diz:
- Deixa quieto, menina. Você tem uma vida toda pela frente. Apesar de eu estar com muita fome, não vou comê-la. Quero comer um elefante que acabou de se afundar aqui no mar. Volte para o seu mundo, piranha.
Solitária chorou muito, mas, muito mesmo e, felizmente acordou desse sonho maluco.
De repente, topa de cara com Cu, o grande peixe pirarucu e fica maluca de vez. Ele a pede em namoro. Que lindo final teve essa história, nenê! Solitária e Cu foram felizes para sempre.


doutorboacultural.blogspot.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário