sexta-feira, 11 de abril de 2014

O ET


Numa cidadezinha chamada “Recolhe” (já fora do mapa geográfico), no interior de Minas Gerais, havia pouquíssimas casas. Uma delas, era a mansão de João, o caipira tranqüilo e, as outras doze, eram barracos cobertos com telhas de Eternit.



João era casado com Joanésia (a rainha das caipiras) e, o casal só tinha uma filha: Joana. Eta, menina bonita, Sô!

Joana tinha em seu quarto, um big de um computador e, acesso a internet. Fez um círculo de amizades mundial no tal do twitter, Orkut e face book.
É importante: um aviso do Dr. Boa: Papais e mamães, verifiquem com quem seus filhinhos estão conversando na internet, pois, isso pode ser muito perigoso.
Joana se trancava em seu quarto e, só saía da frente de seu computador para urinar e defecar. A peste da moleca era mais viciada nas teclas do que coceira nas frieiras dos pés ou no reto do nenê bichado de vermes.
Joanésia, sua mãe, ficara preocupada.
- Fia, o que é que tem de tão interessante nesse computacomdor  que ocê não larga dele nem pra coçar os péis de vosso pai?
Joana tira a mãe às tapas de seu quarto.
- Vixi cruz! Peidou Jesus? Já mamei mamãe. Agora estou conversando com um amigo muito importante e não posso lhe dar atenção.
Nossa! Que amigo tão importante seria aquele, sô? Joanésia foi ter uma conversa séria com João, seu maridão que estava tranquilão com sua bunda gorda sentada no vaso sanitário.
- João, é ocê? Tua fia deve de ta com sem-vergonhice  no quarto. Tocou-me de lá como se eu fosse cadela sarnenta entrando no Pranaltro do Palhaço do Lula.
E João, tranquilo, do privativo luxuoso responde:
- Deixa a bichinha Joana em paz, mulher.
E a caipira Joanésia, movida pelos vírus caipiródromos, invade o quarto da filha Joana como peidos em festas de bolos.
- Me deixa  com quem que ocê conversa tanto nesse computacomdor.
- Não mamãe! Não mamãe!
Joanésia tinha pouquíssima leitura, quer dizer: conhecia as letras de A a Z, embora não soubesse juntá-las. Mas, ela viu uma figura estranha e, ao lado dela, duas letras bem grandes: ET. Vixi! Como ela tinha uma língua maior do que uma musculosa e robusta perereca, correu pra contar pra vizinhança.
- Ajudem-me! Minha fia ta namorando um ET.
E a caipirada temia e comentava:
- ET não é o tal do: E ta na terra?
- ET não é o tal do Esquadrão Terrorizante?
- ET não é o tal do Espião da Terra? Ou será: Eunuco Tarado?
Vixi! Até a policinha da cidade vazou de lá. A vizinhança caiu fora também, sô! Só ficou Joana na cidade, pois, até os bunda-moles de seus pais vazaram dali. Joana achou foi bom. 

 Agora, finalmente, poderia receber em sua mansão ET, ou seja: Etelvino Teodoro, o grande amor de sua vida. Casaram-se e foram felizes para sempre. Como caipira é bobo, né sô?



doutorboacultural.blogspot.com/

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