Meu nome é Wilma Lagoas. Amei como amam os deuses. Creio que
não exista na face da terra alguém que amou mais do que eu e, pra falar a
verdade que ainda ame, como eu amo.
Aparício foi o homem mais lindo que apareceu em minha vida.
Qual a mulher que não daria carinho, atenção e muito amor para um homem como o
meu Aparício? Só se fosse uma besta.
Posso afirmar categoricamente e, principalmente,
religiosamente que, este homem sim era e continua sendo o meu pão da vida.
Éramos tão ingênuos! Brincávamos de esconde-esconde e, quando ele me achava gritava feito um retardado:
- Achei! Achei!
E quando era eu quem o achava, dizia:
- Vamos brincar de pega-pega.
Eu gostava de pegá-lo, mas, era um pegão daqueles bem caprichados, entendem? Ele ficava tão vermelho feito
aquele tomate podre de final de feira .Como ele era tímido, meu Deus! Quando
era ele quem me pegava, gritava feito um débil mental:
- Te peguei! Te peguei!
Aparício era uma aparição. O homem tinha uma luz que reluzia
tudo. Carinhoso feito um piolho bailarino que adora dançar na cabeça coberta de
cabelos. Aparício era o meu grude. Lambia até minhas feridas como faz todo
cachorro.
Tenho guardado até hoje seus lindos poemas escritos em rolos
de papel higiênico. Só que passaram-se muitos anos e estes rolos ficaram
amarelinhos. Mas, meu Aparício continua cada vez mais lindo.
- Ha ha ha ha ha! - Ha ha ha ha ha! - Ha ha ha ha ha!
doutorboacultural.blogspot.com/
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