Evangelista era uma mulher muito bonita. Eu disse era. O
destino para muitos pode ser seu maior inimigo. Esta mulher tinha desejos
doentios, absurdos, anormais e, alguém assim, não pode ser considerada uma
pessoa normal. Evangelista era masoquista.
Gostava de apanhar de Leôncio, seu marido que era tão forte
feito um leão. Eu disse era. Com o tempo até mesmo o tempo pode virar um vento.
Assim caminha a humanidade.
Evangelista tinha o prazer diabólico de provocar seu marido
Leôncio, tão manso feito um veado francês. O sujeito era servente pedreiro e
chegava cansado de seu árduo trabalho a casa onde morava, que por sinal, ele
mesmo construiu. Não deixava faltar nada a sua mulher e mesmo assim, ela o
criticava. Leôncio queria mais era tomar um banho, comer umas sambiquiras
(pedaços de frango concentrados em gordura) e enfim, relaxar. E era nessas
horas que a legítima pernilonga Evangelista de sua mulher, gostava de
provocá-lo, só para ter o prazer de apanhar dele.
- Você é um animal. É um frouxo, um mole. Muito doce para o
meu gosto.
E Leôncio, pacífico como Jó, João e todos aqueles que têm bom
coração, dizia:
- Estou cansado, meu amor. Não quero brigar com você.
E sua mulher, incorporada no Exu Intriga queria briga.
- Cansado? Você está sempre cansado. Quem gosta de um homem
cansado feito você, de uma bunda sem resultado é o sofá mofo onde está sentado.
Aproveite e solte uns peidos nele,
seu peidão.
As provocações eram tantas que Leôncio. Às vezes, esquecia
que era um homem bonzinho e dava umas porradas
em sua mulher, que por sinal, era tudo o que ela mais queria. Depois fazia amor
com ela e mudavam de canal. Iam dormir.
Para se ter uma ideia, Evangelista era tão problemática que
bebia água da privada. Beliscava-se toda, cortava-se para ter um motivo para
chorar de dor.
Contudo, Leôncio a amava demais. O casal não tinha filhos e,
esse era o maior dos pretextos para Evangelista provocá-lo.
- Um homem que não produz frutos é um brocha, um morto.
- Amor, podemos adotar uma criança, o que acha disso?
- Adotar não é a mesma coisa, sua anta. Uma mulher deseja
gerar um fruto com a semente de um macho que entra dentro dela. De você o que
posso esperar? Nada. Você é um impotente.
Vixi! Se tem uma coisa que muitos homens não podem ouvir é
este nome: impotente. Leôncio fica bravo feito um galo índio e diz para
Evangelista:
- Quem não pode gerar frutos é você, sua doente. Sou pai de
dezoito filhos e, por sinal, estou voltando para eles. Sei que vou apanhar
muito, pelo fato de eu ter os abandonado, mas, sem problemas. Antes eles do que
você. Conviver com uma praga feita você é como esperar o nenê crescer. Ele
cresce e pode virar um monstro como você.
Pois é, Leôncio de um pontapé na traseira de sua mulher que
foi parar longe.
Ao invés de Evangelista procurar um real tratamento, não fez
isso. Achou que as drogas iriam ajudá-la. Como ela gostava de sofrer como
qualquer doente delirante, morreu nas mãos de traficantes.
Se você gosta de sofrer, admita que é um doente. Procure um
tratamento, porque isso não é normal. Não pense que as drogas poderão ajudá-lo.
Podem levá-lo para o inferno, que é o lar que abriga todos aqueles que gostam
de sofrer. Pense nisso.
doutorboacultural.blogspot.com/
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