Linho era um coelhinho muito bonitinho, porém, muito tristinho. O que será que passava em sua
cabecinha, hein? Será que era saudade de Elho, seu pai coelho? Ou será que era
saudade de Ebre, sua mãe lebre?
Paulinho, um menininho muito bonzinho, ganhou de seu querido
paizinho um lindo coelhinho bem no dia de Páscoa. Paulinho o batizou com o nome
de Linho.
Paulinho brincava com seus amiguinhos e, de repente, ficou
muito tristinho que até chorou.
Seu querido paizinho Luizinho ficou comovido de ver seu amado
filhinho chorar e foi consolá-lo:
- Por que chora, meu filhinho?
Paulinho desabafa:
- Paizinho, eu tenho meus amiguinhos, mas, meu coelhinho
Linho não tem. Vive trancado na gaiola como se fosse um passarinho. Está sempre
tristinho porque vive sozinho. Enquanto estamos aqui comendo ovinhos de
chocolate, o coitadinho está comendo alface.
Luizinho tem uma ideia:
- Dê para ele uns ovinhos de Páscoa, filhinho. Tem um monte
lá na cozinha.
E Paulinho corre para a cozinha e pega os dois únicos ovinhos
de chocolate e dá para Linho, seu coelhinho. Linho cheira, cheira e despreza
aquele ovinho. Continua tristinho.
- Parecem que coelhinhos não são chegados em ovinhos,
paizinho.
E Luizinho tem outra ideia:
- Dê para ele uns biscoitinhos, filhinho. Tem um monte lá na
cozinha.
E Paulinho corre para a cozinha e pega os dois únicos
biscoitinhos e dá para Linho, seu coelhinho. Linho cheira, cheira e despreza os
biscoitinhos.
- Parecem que coelhinhos não são chegados em biscoitinhos,
paizinhos. Vamos arrumar um amiguinho para ele.
- Boa ideia, filhinho.
E Luizinho compra mais um coelhinho e dá de presente para
Paulinho, que o batiza com o nome de Inho e o coloca na gaiola com Linho.
De repente, Paulinho grita para o seu paizinho:
- Paizinho, olha! Olha! Briga na gaiola.
Vixi! O que é que não deu certo dessa vez? Será que era por
que Linho era branquinho e Inho era pretinho? Mas, coelhos não racistas. Para
eles, os direitos são iguais e, estão certos. O amoroso pai Luizinho separa os
dois bichinhos, dizendo:
- Agora cada um vai ter sua gaiolinha.
Linho continuava tristinho
e, pior que Inho também. Paulinho fica preocupado.
- Paizinho, o que vamos fazer com Linho e Inho? Eles estão muitos
tristinhos.
Luizinho fica pensativo, depois diz:
- Quem sabe eles querem comer uma cebolinha.
- Cebolinha?
- Sim, meu filhinho, ouvi dizer que coelhinhos gostam de
comer cebolinhas. Tem muitas lá na cozinha.
E Paulinho corre para a cozinha e pega as únicas duas
cebolinhas que encontra. Os coelhinhos cheiram, cheiram e ignoram. Continuam
tristinhos.
- Parecem que coelhinhos não são chegados em cebolinha,
paizinho.
- Lembrei filhinho: coelhinhos gostam mesmo é de cenoura. Tem
muitas lá na cozinha.
E Paulinho corre para a cozinha e pega as duas únicas
cenouras que encontra em cima da mesa e dá para seus coelhinhos que nem
cheiram. Comem prazerosamente as cenouras. Adeus tristeza.
- Quem pegou as cenouras de cima da mesa?
Luizinho tenta acalmá-la.
- Calma, loura Teresa.
E ela pega um chicote.
- Quem pegou as cenouras de cima da mesa?
- Calma, loura Teresa.
A loura Teresa desabafa sua fúria dando uma coça de chicote no maridinho Luizinho e
no filhinho Paulinho.
- Tanta coisa acontecendo no mundo e vocês preocupados com
depressão de coelhos com esse papo de viadinhos:
Linho, Inho, paizinho, filhinho? Vão me ajudar a limpar a casa seus abutres sem
asas.
Os coelhinhos Linho e Inho, por pouco não se afogam com a
cenoura de tanto rirem da coça de chicote que paizinho e filhinho levaram da
loura Teresa. Que coelhinhos malvadinhos!
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