Artrose era uma velha sábia de primeira. Tinha muito bom
gosto por sinal. Apesar de tanta sabedoria, não se lembrava mais que herdou uma
fortuna de herança do velho Tubérculo, seu pai.
Reumático era o velho da velha Artrose. Eles tinham dois
netinhos: Juninho e Joaninha.
A velha Artrose amava contar estórias para seu netinho
Juninho.
A velha sentava o netinho em seu colo e lhe contava estórias:
- Era uma vez uma velhinha muito apaixonada por seu netinho. Ela
dava-lhe de comer de tudo, porque desejava vê-lo crescer. E o menininho foi
crescendo, crescendo e, cresceu tanto que agora, quem sentava no colo do
netinho era sua vovó. Deixa a vovó sentar no seu colo agora, moleque. Acaricie
minhas nádegas.
- O que são nádegas, vovó?
Reumático, sentadão numa cadeira de balanço coloca a netinha
Joaninha em seu colo e também a contava estórias:
- Era uma vez uma menininha muito bonitinha, boazinha,
comportadinha que adora sentar no cavalinho de pau do vovô. E o cavalinho
pulava e gritava: Up! Iuup! E a
menininha ficava meia assustadinha. Ta gostando, netinha?
- Do que, vovô?
- De sentar no cavalinho de pau do vovô.
- Seria melhor me sentar nas costas da baleia, vovô. Meu
bumbum ta doendo.
- Up! Iuup!
Que velhos sem vergonhas, gente! Aquele tipo de amor estava
assim, meio cheio de malícias. Isso é pedofilia.
Sucedeu que um dia, Juninho ficou tão nervosinho que deu uma
surra de pau em sua avó. Mas, pensem numa surra de pau, gente. A velha era tão
sem vergonha que morreu sorrindo e babando. Nunca tinha apanhado tanto assim de
pau.
Joaninha também queria se livrar de sua avó. Deu-lhe uma
surra de bacalhau. Como assim? O velho comeu tanto, mas, tanto que, não
resistiu: seu coração explodiu.
Juninho e Joaninha sabiam da fortuna que iriam receber e só estava
esperando os velhos morrerem.
Têm coisas na vida, eu sempre digo, que a gente tem que provar,
tolerar, suportar, para depois se livrar e, também herdar, é claro.
doutorboacultural.blogspot.com/
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