Há
muitos mistérios na vida que, talvez, o homem com toda a sua inteligência e
sabedoria nunca conseguirá desvendá-los.
Era
uma manhã linda de sábado quando um ônibus de excursão saía da cidade de São
Lourenço, Minas Gerais com destino a Curitiba, capital do Paraná, com distância
de 634 km. No interior do ônibus tinham trinta bundas, ou seja: trinta cabeças
contando com o motorista. No meio daquela alegria boba em que ninguém falava o
que prestava, de repente, um silêncio total. Todos fazem uma pausa e respiram
um ar desagradável. Janelas fechadas, ou melhor: lacradas e, o pior: o ar
condicionado do ônibus havia pifado. O cheiro tinha um aroma doce, salgado, amargo e
azedo. Aquilo era um peido.
Leandro,
o organizador da excursão grita alto para o motorista:
-
Pare o ônibus.
O
motorista para o ônibus e, Leandro vai bufando de ódio em direção a Aroldo, o
gordo.
- Você não tem vergonha de fazer o que
fez? Acreditei em você, gordo. Dediquei toda a minha vida numa amizade linda,
que agora finda. É você.
E Aroldo regala os olhos.
- Não fui eu.
Leandro, muito inteligente diz:
- Acabou de confessar, gordo. Fora do
ônibus.
Coitado de Aroldo. Ficou na estrada e
o ônibus segue a viagem. De repente...
- Pare o ônibus.
Leandro vai bufando de ódio em
direção a Josiel, um moleque que comia um pastel.
- Fora do veículo, seu moleque
atrevido e fedido.
Coitado de Josiel. Ficou na estrada
também. E o ônibus segue a viagem. De repente...
- Pare o ônibus.
Leandro vai bufando de ódio em
direção a Adala, uma menina que chupava uma bala.
- É você, Adala. Eu esperava de tudo
nesse mundo de segredos, menos que você fosse a autora desses peidos. Fora do
veículo.
Coitada de Adala. Ficou na estrada
também. E assim, Leandro vai expulsando um por um daquele ônibus devido aos
peidos, até que fica só ele e o motorista. De repente...
- Pare o ônibus. E Leandro vai
bufando de ódio em direção a Batista, o motorista.
- É você Batista. Eu tinha tanta fé
que você fosse o cara, o motorista artista, mas, me enganei com meus desejos.
Você é o autor dos peidos. Fora do busão, peidão.
Coitado do Batista. Ficou na estrada
também. Leandro era quem dirigia o ônibus agora. De repente, ele grita:
- Pare o ônibus.
Ele mesmo para o ônibus e vai bufando
de ódio para o banheiro, mas, verifica que lá estava até cheirosinho, limpinho.
Olha detalhadamente debaixo dos bancos e não encontra nenhuma sujeirinha.
Aquele cheiro fedorento aumentando, aumentando e, Leandro fica agoniado e grita
para si mesmo:
- Não peidei! Não peidei!
Sai fora do ônibus para respirar o ar divino e,
enlouquece quando vê o ônibus seguindo viagem. Que absurdo, sô! Quem peidou?
Incrível! Sábios do mundo
inteiro afirmam que era Parido Aparecido, o legítimo e inimitável espírito do
peido, ou melhor: o próprio peido. Se não for, eu pergunto pra ti: Quem
peidou?
doutorboacultural.blogspot.com/
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