UMA INFORMAÇÃO, POR FAVOR

Dizem que paulistanos não são chegados a dar informações para ninguém, se bem, que tem certas perguntas idiotas quem nem mesmo o Google é capaz de responder.

Vaginilda era uma nordestina porreta. Saiu do sertão do Piauí de mala e cuia com sua renca de filhos e veio parar em São Paulo, capital, uma das maiores cidades do mundo. Logo no Terminal Rodoviário do Tietê perguntou para um punk:

- Menino, uma informação, por favor: como é que eu faço para chegar à casa do Sílvio Santos?

O punk vira as costas para Vaginilda e sai dando gargalhadas:

- Sei lá, falei? Tô fora.

Vaginalda observa uma mocinha sentada num dos bancos do terminal, lendo um livro e faz a mesma pergunta á ela. Gentilmente, a mocinha responde:

- Ouvi dizer que ele mora lá no Morumbi.

- Fica longe daqui?

- Fica meio longe. É melhor a senhora pegar o metrô. É aquele ali ó. Ta vendo ele? Ali ó.

E Vaginilda toda atrapalhada com aquele fervo de população, pega o metrô lotado, com sua renca de filhos que chora dentro daquele trenzão que não tinha visto nem pela televisão. Vaginilda pergunta para um velhinho.

- Senhor, uma informação, por favor: como é que eu faço para chegar à casa do Sílvio Santos?

- Hein?!

- No Morumbi. Esse trem passa por lá?

- Hein?!

Que fria! O velhinho estava a caminho da surdez total.

Um gay simpático, ouvindo a pergunta, responde:

- Minha senhora, o Morumbi não tem estação de metrô ainda, portanto, este metrô não passa por lá.

Vaginilda fica apavorada:

- E agora, o que é que eu faço?

Finalmente, um anjo lindo estava no interior daquele metrô. A famosa cantora e apresentadora Angélica. Com toda a simpatia do mundo ela responde a Vaginilda que se coçava toda.

- Vá de taxi.

Vaginilda até que achou uma boa idéia. Desceu do metrô com sua renca de filhos bem na estação Sé onde viu muitos conterrâneos seus e, finalmente, sentiu-se em casa. Vê um baiano louco tomando uma pinga num boteco e lhe pergunta:

- Seu moço, uma informação, por favor: como é que eu faço para chegar à casa do Sílvio Santos?

- Cuma?!

- Como é que eu faço para chegar à casa do Sílvio Santos?

Cuzildo, o baiano louco, depois de ouvir essa pergunta se viu obrigado a tomar mais uma pinga. Ficou com pena das crianças de Vaginilda e pagou um salgado para elas. Comeram e ainda queriam mais. Cuzildo diz para aquela pobre mulher ingênua:

- Está falando com um dos empregados do Sílvio Santos, minha senhora.

Vaginilda se emociona tanto que até peida.

- Perdoe-me pelo peido. É que fiquei emocionada. Estou vindo lá do nordeste e tudo o que eu quero é conhecer Silvio Santos e lhe pedir um emprego. Quero falar com ele e, se possível, eu possa pousar na casa dele e...

Cuzildo toma mais uma pinga.

- Minha senhora, primeiro tem que comprar o carnê do baú (não do Raul) do baú. Eu lhe vendo

Vaginilda compra o carnê das mãos daquele baiano louco. Toma com ele também umas pingas e depois vão todos para um hotel. Vaginilda é quem pagou tudo, é claro. Aquele miserável não tinha nem mesmo onde dormir. Era um trecheiro.

Dias depois, aluga uma casinha numa das quebradas da grande São Paulo e, quem fica morando com ela e sua renca de filhos? Cuzildo, o baiano louco. O destino amarrou os dois.Quer dizer, a família toda.

Com o passar dos dias, Vaginilda compreendeu que para falar com Silvio Santos não era assim tão fácil como ela imaginava, porém, eu não disse a vocês que ela era uma nordestina porreta? Quem queria falar com ela agora era Silvio Santos. Sim, o próprio. O carnê do baú que ela comprou das mãos de Cuzildo, o baiano louco, foi sorteado. Ela ficou muito rica. Valeu à pena ir perguntandinho para chegar até a estação Sé do metrô onde tudo começou.

Hoje Vaginilda com sua família e, isso inclui o ex falido Cuzildo do baiano louco moram no sertão. O dinheiro que ganhou das mãos de Silvio não deu para ela comprar uma mansão ao lado dele, porém, ela voltou para o nordeste e comprou o sertão todo. Garante que arrota e peida caviar.

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