Napoleão
era um homenzarrão. Tinha 2 m de altura, corpo musculoso de
halterofilista; boa pinta que calavam até mesmo as cadelas, por onde ele
passava. Olhos tão verdes feito o jardim de Madonna. O homem tinha quarenta
anos, mas, aparentava ter vinte. O cabra era bonito demais.
Anita
era uma mulher muito rica e bonita. Qualquer homem que ela quisesse tinha
debaixo da sola dos seus pés, porém, ela queria fazer a escolha certa. Não
importava se o cabra fosse pobre, porque ela lhe daria do bom e do melhor, caso
gostasse dele. Ela, solteirona, trinta e cinco anos, saudável, cheia de vida,
virgem, estava pronta para se entregar ao homem da sua vida.
Napoleão
e Anita se conheceram pela internet. “Jesus,
que glórias!” Quando Anita viu a foto do perfil de Napoleão, por
pouco não estourou seu computador a porradas. A emoção foi forte.
-
É ele! É ele!
Quando
ela viu outras fotos loqueou de vez. “Que
homem lindo, Jeová Giré dos giros, gerações e girassóis!”
Napoleão
morava em Manaus, no Amazonas e, Anita em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Era
um pouquinho longe, porém, pra quem tinha dinheiro, era só um pulinho.
Iniciaram um romance só trocando ideias e ideais pela internet. Só nos dígitos,
Nenê. E Napoleão escrevia versos, poemas dos mais lindos. “Que homem romântico, pico do picolé que, agora
tenho em meus pés”. E ficavam namorando pela internet até altas horas
da noite e, isso, era direto. Casaram-se via internet. O padre foi o Google e,
as milhares de testemunhas foram os internautas.
Que
sorte a de Napoleão, sô! O camarada estava desempregado há dez anos e quem lhe
sustentava era a velha Minâncora, sua avó. Agora, graças à bem sucedida na
vida, Anita, Napoleão estava em boas mãos.
Chega
de dígitos, Nenê. Agora era bater pra valer. Anita pegou um avião com destino a
felicidade. Seu amor, seu marido Napoleão Espada estava aguardando-a no
aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus.
De
longe, ainda no alto, Anita, por pouco, não se enfartou, pois, podia ver
Napoleão e, enfim, o amor é lindo. No que o avião aterrissa, ela é a primeira a
sair e corre para abraçar Napoleão, o homenzarrão da sua vida. Foi lindo de ver
o encontro excepcional do casal apaixonado. Internautas do mundo inteiro
estavam lá filmando tudo. Ué, o que houve, minha couve? Notaram certa decepção
no semblante de Anita. Napoleão foi o primeiro a lhe perguntar:
-
O que houve, meu amor? Será o calor de Manaus? Está passando mal? Aqui tem
hospital.
Anita
ficou decepcionada com a voz fina, de gralha e, também hiper delicada do
marido. Não disse isso a ele para não magoá-lo, porém, não gostou nem um pouco
daquela voz tão fina feita uma veia. Quem diria, Maria? E agora, Aurora? Que o
amor seja benvindo. Isso não é lindo?
Anita
ficava envergonhada cada vez que seu marido falava. Cair fora agora não seria
tão fácil assim. Suas amigas lhe deram bons conselhos.
-
Anita, você se casou com ele e, não com a voz dele.
-
Não perca esse super homem, bobinha. O importante é o calor do amor debaixo dos
lençóis. Já fez amor com ele?
Anita
pensou bem e chegou à conclusão de que ser casada com um fala fina não
seria algo assim tão ruim na vida. Finalmente, a noite de núpcias. Anita o
levou no motel mais chique de Manaus e, notou que ele estava preocupado. Ué,
gente! Será que ele era impotente? Anita abraça o maridão fala finão e o pergunta:
-
Algo te aborrece, amor?
Napoleão,
muito triste, despe-se e diz:
-
Nem sei como lhe dizer isso amor. Não tenho pênis.
O
que?! Pode parar! Anita até que ficaria com ele por ter fala fina, mas, sem
pênis, entorta a colher da sopa, meu! Por que ele não jogou limpo com ela desde
o início?
Anita,
muito educada tem um diálogo sério com Napoleão.
-
Napoleão, sinto muito mesmo, mas, podemos ser simplesmente bons amigos, porém,
marido e mulher, neneca, boneca.
Napoleão
faz cara de choro.
-
Só por que não tenho pênis, amor?
-
É que fica assim tão diferente, entende? Toda mulher deseja ser preenchida e...
-
Mas, existem pênis de silicone, amor. Inclusive eu tenho um.
Anita
fica brava.
-
Eu não quero nada artificial, caramba!
Sou natural e adoro coisas naturais. Darei-te um bom dinheiro pra você ser
feliz, porque sei que você é um homem caído, azarado e fodido.
Napoleão
chorava igual nenenzinho etíope. Anita fez um checão no valor de um milhão e, boa. Deixou-o no criado-mudo, ao
lado da cama. Saiu daquela suíte do motel, sem olhar para trás. Quando Napoleão
olha o valor do cheque tem na hora um piripileque. Liga para Braulião, com quem tinha um caso:
-
Amor, tenho um checão em mãos no
valor de um milhão. Que tal fazermos um“love” agora?
Xii! Olha que fria Anita ia entrar,
gente! O“Fala Fina” gostava
de um Braulião. Como pode?
doutorboacultural.blogspot.com/
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