Dona Pitanga era uma mulher apaixonada por culinária, porém, não tinha a arte de preparar bons pratos. Montou um restaurante em Balneário Camboriú, litoral catarinense, bem de frente a praia e, poderia ter ficado rica se tivesse a arte de cozinhar. Sua freguesia foi caindo, caindo, até que caiu de vez. O arroz que preparava era tão papa que nem o Papa comia. Mal temperado, sem sabor, horrível.
Coitada. Ela fazia um panelão de arroz, outro de feijão, temperava frango, peixe, fígado, bife, etc., tudo com muito carinho, porém, não entrava em seu restaurante nem uma viva alma. Quanto desperdício de comida, meu Deus!
Certo dia, bem na boca do meio dia, entra um sujeito em seu restaurante. O homem era
semelhante a uma unha encravada de tão feio que era, porém, um ser inteligente como um ET.
Jerico tinha bom gosto. Comeu duas pratadas completas de arroz e feijão, uns cinco pedaços de frango gordo, uns cinco fígados de galinha e, depois de satisfeito, soltou um peido tão alto, daqueles de assustar o gatinho que cochilava em cima do telhado. Como se não bastasse o peido, dá um arroto daquele alemão e, indignado chama a dona Pitanga.
- Minha senhora, sua comida é ruim. É péssima. Muito ruim de mais.
Dona Pitanga não sabia nem para que lado olhar de tanta vergonha. Jerico continua a falar, antes, pede licença para soltar mais um peido.
- Só comi e, até lambi os beiços para não fazer desfeita e, até porque sou muito educado. Se me permite, RÓUUUUUUUU!
O porco ainda arrota tão alto que assusta uma baratinha criança que estava concentrada comendo uma lasquinha de lingüiça numa das mesas daquele restaurante. E o cara de pau ainda protesta:
- A senhora é porca e tua comida fede. É um roubo querer me cobrar.
Dona Pitanga diz:
- Não precisa me pagar nada não, senhor. Eu vou fechar este restaurante e abrir outro negócio. Quem sabe um brexó.
Jerico solta mais um peido e, desta vez, nem pediu licença.
- Brexó?! Deixe de ser bocó. Pense grande. Continue com seu restaurante.
- Mas, eu não sei cozinhar e também não posso pagar cozinheira. Pago um aluguel muito caro e, meus filhos estão todos desempregados.
- ROISTROSKIIII! – esse arroto foi russo.
Jerico, depois de ouvir tantas lamentações daquela senhora, lhe diz:
- Sou vendedor de idéias e, olha que elas costumam dar certo. Só que tudo tem um preço. Estou vendo os catarinas brigando em fila para entrar aqui dentro.
Dona Pitanga nem piscava os olhos.
- Está?
- Quantos filhos a senhora tem?
- Seis boys e uma moleca.
- Vamos conhecer seus filhos.
Jerico malandro feito um bode velho cresce seus olhos em Tininha, a molequinha.
No dia seguinte, seu restaurante começou a crescer. Quem provava daquele arroz saboroso, com certeza voltava no dia seguinte e trazia amigos e parentes e, em menos de uma semana, aquele restaurante lotou. Tinha até argentino comendo lá. Jerico ajudava a servir os pratos. Os comentários eram muitos.
- Que arroz delicioso.
- Tem puro sabor de queijo.
- Qual será o segredo, hein?
Ficou tão lotado que a comida acabou. Dona Pitanga informa a todos:
- Aguardem um instante, que vai sair um arroz novo.
Juninho, um molequinho curioso feito um rato, vai até a cozinha do restaurante, esconde-se atrás de um freezer e vê como é que Dona Pitanga preparava aquele arroz tão saboroso. Corre de volta para a mesa onde estavam seu pai delegado e sua mãe agente de saúde e diz:
- Seis molecões lavam seus pés numa bacia grande e a velha Pitanga despeja aquela água num panelão junto com arroz para cozinhar.
Grande Juninho! Esse era o segredo do arroz saboroso? Por isso que tinha um gostinho especial de queijo. Dona Pitanga foi presa, seus seis filhos boys para o juizado de menores para aprenderem a ter juízo e, Jerico, muito esperto foge dali levando consigo Tininha, a molequinha.
doutorboacultural.blogspot.com/
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