terça-feira, 15 de abril de 2014

O BURRO URRO


Urro era um burro inteligente e, por falar nisso, por que é que o homem deu nome de burro ao burro? Porque é burro e não sabe que todo burro é inteligente.
Está certo que o burro Urro era teimoso, mas, teimosia nada tem haver com burrice. Ninguém é obrigado a concordar com ninguém e, muito menos o burro.
Urro era pacato, doce feito um mamão adulto. Admirava os cavalos (seus parentes) e desejava ser assim como eles. Ter pernas longas. Muitas vezes, Urro questionava pra si mesmo: Além de eu ser burro, ainda sou pequeno. Que lástima!
Jerico, seu dono era tão feio feito um chumaço de cabelo de velha no cio. Ele gostava muito de seu burro Urro porque tinha paciência de ficar escutando suas ideias. Sim, Jerico tinha ideias diversas e ganhava dinheiro com isso vendendo-as.
Sucedeu que um dia, Jerico resolveu prestar mais atenção em seu burro. Notou que ele estava assim meio deprimido e foi falar com ele.
- Meu burro Urro, companheiro de muitas décadas, estou notando que você está deprimido muito mais do que um paralítico astronauta que até hoje não sabe como é que conseguiu chegar à lua. É uma bolinha longe daqui, mas, ele chegou lá. Você, meu burro, já está ficando velho e, graças a minha sábia psicologia de vida, noto que queria voltar a ser moço. Pensarei nisso no futuro. Isso é possível aos que crerem. Darei a você uma burra nova, cheirando a leite, para que mate a saudade dos velhos tempos.
E Jerico deu a seu burro Urro, Urra, uma burra menina. Só que Urro não gostou dela não. Achou aquela burra muito infantil e preferiu ser para ela seu tio.
Jerico deixou Urro e Urra presos por quarenta dias e viu que nada aconteceu entre eles e, dispensou sua burra.
- Vá curtir sua adolescência longe daqui, sua praga.
Jerico prendeu Elha, uma burra velha junto com Urro. Vixi! Ele não gostou não daquela burra que só sabia reclamar das artroses, reumatismos e, Jerico vendo que em quarenta dias não aconteceu nem um lance legal de Guilherme Arantes nem antes, durante e depois, botou Elha, a burra velha pra correr.
- Evapore daqui, sua burra velha.
Jerico ficou observando o comportamento de Urro que continuava deprimido feito um piolho lambido que se afoga na saliva da língua do Chupeta e, resolveu fazer um esquema diferente.
Prendeu Alinho, um jovem cavalinho com seu burro Urro. Opa! Deu certo mesmo, gente! Quando Jerico foi conferir o resultado, ficou admirado demais. Alinho e Urro estavam pernados, não abraçados porque cavalos e burros não têm braços, mas, é a mesma coisa.
Jerico soltou os dois que saíram num Love abençoado.
- Minhas idéias são porretas demais.
Ficou tão convencido de ver a felicidade de seu burro Urro, com seu cavalinho Alinho que olhou para Alo, seu galo e disse:
- Agora vou tomar um rabo de galo.
Corra galo Alo! Jerico te pega. He, he, he, he, he!


doutorboacultural.blogspot.com/








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