sábado, 19 de abril de 2014

COELHINHOS DA PÁSCOA



Linho era um coelhinho muito bonitinho, porém, muito tristinho. O que será que passava em sua cabecinha, hein? Será que era saudade de Elho, seu pai coelho? Ou será que era saudade de Ebre, sua mãe lebre?

Paulinho, um menininho muito bonzinho, ganhou de seu querido paizinho um lindo coelhinho bem no dia de Páscoa. Paulinho o batizou com o nome de Linho.
Paulinho brincava com seus amiguinhos e, de repente, ficou muito tristinho que até chorou.
Seu querido paizinho Luizinho ficou comovido de ver seu amado filhinho chorar e foi consolá-lo:
- Por que chora, meu filhinho?
Paulinho desabafa:
- Paizinho, eu tenho meus amiguinhos, mas, meu coelhinho Linho não tem. Vive trancado na gaiola como se fosse um passarinho. Está sempre tristinho porque vive sozinho. Enquanto estamos aqui comendo ovinhos de chocolate, o coitadinho está comendo alface.
Luizinho tem uma ideia:
- Dê para ele uns ovinhos de Páscoa, filhinho. Tem um monte lá na cozinha.
E Paulinho corre para a cozinha e pega os dois únicos ovinhos de chocolate e dá para Linho, seu coelhinho. Linho cheira, cheira e despreza aquele ovinho. Continua tristinho.
- Parecem que coelhinhos não são chegados em ovinhos, paizinho.
E Luizinho tem outra ideia:
- Dê para ele uns biscoitinhos, filhinho. Tem um monte lá na cozinha.
E Paulinho corre para a cozinha e pega os dois únicos biscoitinhos e dá para Linho, seu coelhinho. Linho cheira, cheira e despreza os biscoitinhos.
- Parecem que coelhinhos não são chegados em biscoitinhos, paizinhos. Vamos arrumar um amiguinho para ele.
- Boa ideia, filhinho.
E Luizinho compra mais um coelhinho e dá de presente para Paulinho, que o batiza com o nome de Inho e o coloca na gaiola com Linho.
De repente, Paulinho grita para o seu paizinho:
- Paizinho, olha! Olha! Briga na gaiola.
Vixi! O que é que não deu certo dessa vez? Será que era por que Linho era branquinho e Inho era pretinho? Mas, coelhos não racistas. Para eles, os direitos são iguais e, estão certos. O amoroso pai Luizinho separa os dois bichinhos, dizendo:
- Agora cada um vai ter sua gaiolinha.
Linho continuava tristinho e, pior que Inho também. Paulinho fica preocupado.
- Paizinho, o que vamos fazer com Linho e Inho? Eles estão muitos tristinhos.
Luizinho fica pensativo, depois diz:
- Quem sabe eles querem comer uma cebolinha.
- Cebolinha?
- Sim, meu filhinho, ouvi dizer que coelhinhos gostam de comer cebolinhas. Tem muitas lá na cozinha.
E Paulinho corre para a cozinha e pega as únicas duas cebolinhas que encontra. Os coelhinhos cheiram, cheiram e ignoram. Continuam tristinhos.
- Parecem que coelhinhos não são chegados em cebolinha, paizinho.
- Lembrei filhinho: coelhinhos gostam mesmo é de cenoura. Tem muitas lá na cozinha.
E Paulinho corre para a cozinha e pega as duas únicas cenouras que encontra em cima da mesa e dá para seus coelhinhos que nem cheiram. Comem prazerosamente as cenouras. Adeus tristeza.
 Quem vem brava da cozinha, furiosa feita uma mosca russa é a loura Teresa, mãe de Paulinho.
- Quem pegou as cenouras de cima da mesa?
Luizinho tenta acalmá-la.
- Calma, loura Teresa.
E ela pega um chicote.
- Quem pegou as cenouras de cima da mesa?
- Calma, loura Teresa.
A loura Teresa desabafa sua fúria dando uma coça de chicote no maridinho Luizinho e no filhinho Paulinho.
- Tanta coisa acontecendo no mundo e vocês preocupados com depressão de coelhos com esse papo de viadinhos: Linho, Inho, paizinho, filhinho? Vão me ajudar a limpar a casa seus abutres sem asas.
Os coelhinhos Linho e Inho, por pouco não se afogam com a cenoura de tanto rirem da coça de chicote que paizinho e filhinho levaram da loura Teresa. Que coelhinhos malvadinhos!


doutorboacultural.blogspot.com/

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