quinta-feira, 3 de abril de 2014

O INVISÍVEL

Há muitos mistérios na vida que, talvez, o homem com toda a sua inteligência e sabedoria nunca conseguirá desvendá-los.

Era uma manhã linda de sábado quando um ônibus de excursão saía da cidade de São Lourenço, Minas Gerais com destino a Curitiba, capital do Paraná, com distância de 634 km. No interior do ônibus tinham trinta bundas, ou seja: trinta cabeças contando com o motorista. No meio daquela alegria boba em que ninguém falava o que prestava, de repente, um silêncio total. Todos fazem uma pausa e respiram um ar desagradável. Janelas fechadas, ou melhor: lacradas e, o pior: o ar condicionado do ônibus havia pifado. O cheiro tinha um aroma doce, salgado, amargo e azedo. Aquilo era um peido.



Leandro, o organizador da excursão grita alto para o motorista:
- Pare o ônibus.



O motorista para o ônibus e, Leandro vai bufando de ódio em direção a Aroldo, o gordo.
- Você não tem vergonha de fazer o que fez? Acreditei em você, gordo. Dediquei toda a minha vida numa amizade linda, que agora finda. É você.
E Aroldo regala os olhos.
- Não fui eu.
Leandro, muito inteligente diz:
- Acabou de confessar, gordo. Fora do ônibus.
Coitado de Aroldo. Ficou na estrada e o ônibus segue a viagem. De repente...
- Pare o ônibus.



Leandro vai bufando de ódio em direção a Josiel, um moleque que comia um pastel.
- Fora do veículo, seu moleque atrevido e fedido.
Coitado de Josiel. Ficou na estrada também. E o ônibus segue a viagem. De repente...
- Pare o ônibus.


Leandro vai bufando de ódio em direção a Adala, uma menina que chupava uma bala.
- É você, Adala. Eu esperava de tudo nesse mundo de segredos, menos que você fosse a autora desses peidos. Fora do veículo.
Coitada de Adala. Ficou na estrada também. E assim, Leandro vai expulsando um por um daquele ônibus devido aos peidos, até que fica só ele e o motorista. De repente...
- Pare o ônibus. E Leandro vai bufando de ódio em direção a Batista, o motorista.
- É você Batista. Eu tinha tanta fé que você fosse o cara, o motorista artista, mas, me enganei com meus desejos. Você é o autor dos peidos. Fora do busão, peidão.
Coitado do Batista. Ficou na estrada também. Leandro era quem dirigia o ônibus agora. De repente, ele grita:
- Pare o ônibus.
Ele mesmo para o ônibus e vai bufando de ódio para o banheiro, mas, verifica que lá estava até cheirosinho, limpinho. Olha detalhadamente debaixo dos bancos e não encontra nenhuma sujeirinha. Aquele cheiro fedorento aumentando, aumentando e, Leandro fica agoniado e grita para si mesmo:
- Não peidei! Não peidei!
Sai fora do ônibus para respirar o ar divino e, enlouquece quando vê o ônibus seguindo viagem. Que absurdo, sô! Quem peidou?


 Incrível! Sábios do mundo inteiro afirmam que era Parido Aparecido, o legítimo e inimitável espírito do peido, ou melhor: o próprio peido. Se não for, eu pergunto pra ti: Quem peidou?




doutorboacultural.blogspot.com/

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