domingo, 9 de setembro de 2012

O DESPRAZER DE VIVER (Texto de: Anônimo)




Viver para mim é a maior estupidez que pode existir. Isso não é nada negativo, depressivo como alguns podem afirmar. A maioria fala em prazeres da vida e se deleita disso; tudo isso é ilusão. A carne quando não envelhece também morre. Esse papo de céu, inferno, purgatório, vidas no além, em outros mundos é tudo ilusão dos loucos. Não existe nada disso.
O ser humano é fétido, nojento, de natureza assombrosa. Enquanto falam por aí de prazeres, eu falo de desprazeres e, faço questão que não me sigam, não preciso de adeptos, pois amo a solidão. Não creio em ninguém. Esse papo de amor é para retardado. Se eu pudesse desfazer aquilo que eu fiz de “bom” no passado, eu desfaria agora. Coloquei filhos no mundo para que? Fiz exatamente aquilo que todo mundo faz. Seu eu tivesse dinheiro, (que é o papel que todo mundo gosta) com certeza, eu seria reconhecido e lembrado por todos. Que ninguém me julgue, pois, a raça humana é tão lixo feito eu.
Basta você sair às ruas para se deparar com bandidos, com a miséria, com a desgraça. A poluição sonora tomou conta do planeta e ninguém faz absolutamente nada. A música de Mozart virou samba gospel nas igrejinhas dos capetas; a bunda continua sendo a obra mais admirada pelos maníacos sexuais. Que prazer é esse?
Eu adoraria abrir um livro de auto-ajuda se dentro dele, eu encontrasse dinheiro verde, pois, com ele sim eu poderia “brincar de viver” como Guilherme Arantes. É incrível! Existem retardados que ainda pregam que dinheiro não é tudo. Vão viver na Etiópia então, pragas humanas. Vão chupar sorvetes com os molequinhos etíopes.
Respeitar a vida, por quê? Eu seria vitorioso se estivesse perdido a corrida da vida que começou no escroto do meu pai. Por que vim ao mundo? Para fazer amor, sexo? Isso tudo é merda. Sem dinheiro você também faz, porém, não vinga.
Será que os idiotas ainda não se deram conta de que tudo o que existe não passa de mera ilusão? Se eu, por exemplo, com meus dentes precários passar a freqüentar uma igreja (qualquer uma) ortodoxa ou não, é evidente que algo extraordinário vai acontecer em minha vida. Isso não é milagre não. Paro de fumar e beber mando a boemia pro inferno imaginário, me espelho no sapato do pastor, do padre ou de qualquer “bolo de cú” e, boa. A sociedade daquela igreja vai me ajudar, é claro. Só que tem um, porém: eu não quero me enlouquecer mais do que já estou. Se eu gostasse de estórinhas, ainda nenê eu amarraria uma toalha no pescoço e voaria como o Nacional Kid, o Super Homem, o Batman, etc.
Viver é tão bom que o Filho do Homem não suportou por mais de 33 anos. Foi embora dizendo que ia voltar, só que tá demorando demais. Devo estar preparado? Meu bisavô e o bisavô dele também estavam. Conta outra história pra mim porque essa não cola.
Que ninguém se lembre de mim, eu imploro. Não preciso de conselhos e muito menos ouvir palavrinhas edificantes. O que edifica o homem é o que ele tem no meio das pernas; dentro das bolinhas é exatamente de onde ele veio. Para mim, tudo isso não passa de uma sem vergonhice estúpida e ridícula. A aranha viúva negra está certa: goza gostoso com seu aranha e, depois o mata. Sem vergonha tem que morrer mesmo, safado.
Se prazer é viver, acabei de morrer. Esqueçam-me.

Dr. Boa responde:
- Anônimo, eu te conheço e, digo mais: conheço-te muito mais do que você possa imaginar. Só pela maneira como você descreve a vida, posso afirmar que, seu maior prazer é viver. Sua inteligência transcende a toda essa negatividade, meu velho. Dependendo do posicionamento que nos encontramos nas escalas da vida, faz parte da normalidade dela não querermos ouvir, entender ou compreender nada. Não discordo de você e, isso não quer dizer que eu também concordo. O dinheiro é um papel importante sim, porque tudo aquilo que é material tem o seu valor. Caso não existisse o dinheiro, o mundo estaria, sem dúvida, muito mais violento do que já está. Todos iriam invadir possessivamente os melhores bens materiais. Não culpe a natureza porque ela é divina e perfeita. O que destrói ela são seres que não a conhecem, provavelmente. É impossível não apreciar aquilo que é belo. Viver é muito mais significativo do que tudo isso. O fato de existir já é tudo, pois, caso ao contrário, não haveria nada. Não se desfaz aquilo que já foi feito. Tudo o que existe que tem fôlego de vida, precisava existir. A natureza é fantástica e, nada, absolutamente nada existe por acaso. No passado, você não estava preparado para gerar filhos no mundo, porém, mesmo assim, eles vieram e, se existem é porque tinha que ser exatamente assim. Amor não é e nunca foi papo de retardado, pois eles também amam. O amor está presente em suas emoções; o fato de você se lembrar dos seus filhos é mais do que provável que você os ame. Se eles lembram ou não de você não importa. Ninguém é digno de culpar ou de julgar alguém. Ninguém sabe com exceção ao Criador, do que se passa na mente ou no coração de cada ser humano. Não se decepcione com a sociedade. Desde que, a terra existe, sempre foi assim. Você não é obrigado a se associar a nada, porém, eu te pergunto: como é que alguém poderá ajudá-lo? Crie você uma sociedade também e, garanto que seu maior prazer será o de ter associados e, sabe por quê? Porque aderiram a sua idéia. Não são igrejinhas do capeta, não! Eles pregam a alegria de viver em harmonia com o Criador e, eu digo mais: são felizes. Optaram-se por isso, não os interrompa. A raça humana não é lixo, meu velho. Todo o dinheiro do mundo não compra uma vida. Separe a matéria do espírito e vai entender e compreender que, realmente, vale a pena viver. Violência, miséria, enfim, isso não é culpa do Criador. O que importa é que você não é violento e nem miserável. O que leva um ser a se tornar violento? Pense nisso e procure ajudá-lo. É evidente que, aquele que não conhece a paz viverá em guerra. Jesus viveu aqui na terra por 33 anos, e daí? Cumpriu a sua missão e, tudo aquilo que ele fez foi bom e no tempo certo. Com sua humildade, ele não condenou ninguém; ascendeu aos céus porque sua espiritualidade transcende a nossa. Ele não veio a terra por acaso e, nós, tão pequeninos de sabedoria, talvez, nunca vamos entender o que é que esse homem veio fazer aqui. Eu, Doutor Boa, sou assexual. Respeito à natureza da genética, sem dúvida. Respeite a vida sim, meu velho. Abrace-me forte, bem forte, porque, graças a Deus e a você, eu existo e, por isso, eu respeito à vida.

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