segunda-feira, 7 de outubro de 2013

GENTE DA CAVERNA (O ESPELHO)



Há milênios, cito uns 500 mil anos atrás, o homem, na regra geral, vivia como um bicho selvagem. Apesar de ser racional, sua mente não era criativa, vivia perturbada; não tinha capacidade para discernir aquilo que era bom ou ruim.
Numa caverna morava Cavernildo, (um homem tão feio feito um capeta chupando manga), sua mulher Pedreira (feia feita à encarnação viva do Diabo ressuscitado), seus  filhos Pedreirinho e Rochinha. 
Certo dia, Cavernildo achou sobre as pedras das ruas em que andava um pequeno espelho e trouxe para sua caverna. Ficou admirado olhando para aquele pequeno espelho e 
fazia caretas assustadoras sem notar que sua mulher Pedreira a vigiava.

- Por que é que essa imundície olha tanto para aquela coisa? Estará por acaso me traindo com Madonna, a mulher do futuro?
Cavernildo deixa aquele pequeno espelho sobre sua cama de pedra e sai pelas matas para assustar os macacos, que era seu hobbie. Sua mulher Pedreira pega aquele pequeno espelho e fica indignada com o que vê. Chora feito um bezerro e corre pros braços de Cavernosa, sua mãe.
- Mamãe! Olha só com quem é que este crápula está me traindo.

Cavernosa olha para aquele pequeno espelho e fica indignada.



- Que horror, minha filha! Essa é a imagem do capeta em vida. Nunca vi algo tão feio, terrível e assustador como esta figura.

Cavernosa chama sua mãe, a velha Rocha que, ao olhar para aquele pequeno espelho fica muito mais indignada ainda.






- Cruzes! Isso aqui parece o esperma do Diabo. Minha neta merecia coisa melhor. Vamos esperar esse maligno chegar para dar explicações.



Pedreirinho também olha para aquele pequeno espelho.

- Por essa eu não esperava, meu pai.

Mas, sem dúvida, dá mil a zero na 

mamãe.





Sua mãe Pedreira lhe dá uma pedrada na cabeça que, por pouco não o mata.

E assim, Cavernildo chega das matas trazendo cachos de bananas para o almoço e se assusta ao ver sua grande família com paus e pedras nas mãos. Pedreira, sua mulher, nervosa feita uma cadela velha e raivosa lhe entrega o pequeno espelho e exige uma explicação.
- O que é que significa isso estrume de pulga? Tantos anos de caverna! Nossos corpos se rolando nas pedras de nossa cama e, sobre a cama eu encontro essa figura? Você está me traindo com este capeta chupando manga? Não há como negar, safado! A prova está aí em suas mãos.
Cavernildo tenta se justificar.
- Eu achei esta coisa sobre as pedras, eu juro! Confesso que, realmente nunca vi antes algo tão feio e horrível capaz de arrepiar até os pelos do meu escroto, queres ver?
Sua sogra Cavernosa lhe dá a primeira paulada na cabeça.
- Fala a verdade seu Tranca Ruas da Encruzilhada. Quanto tempo se relaciona com esta coisa?
A velha Rocha lhe acerta uma estilingada na testa.
- Traindo a minha netinha seu Zé Galinha? Confessa.
Rochinha, também quis olhar o tal espelho para ver, quem era a encrenca que deixou sua mãe assim tão nervosa.
- Meu pai, mas é uma figura muito linda, porém, duvido muito que tenha se encantado contigo. Coitada de mamãe!
Levou umas cabaçadas de pau também de sua mãe.



Por pouco Cavernildo não morreu de tanto que apanhou. Pedreira quebra aquele pequeno espelho.
- Olha o que eu faço com esta figura horrorosa, seu bunda.
Depois de fazer daquele pequeno espelho caquinhos, os junta, coloca num saquinho e joga tudo num riacho.
Pedreirinho fica com pena de seu pai e vem lhe fazer carícias.
- Não chore, meu pai. Eu lhe entendo. Carne velha fede.
Por pouco Pedreirinho não morre de tanto levar pauladas e pedradas de sua mãe Pedreira.
E assim, finalmente, a paz voltou a reinar naquela caverna, graças ao fim daquele pequeno espelho que trouxe tantas desavenças.
















doutorboacultural.blogspot.com/








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