quarta-feira, 3 de outubro de 2012




DOUTOR BOA X O ACADÊMICO



Grande é o Autor da Vida, nós, viventes, não estamos aqui, (num dos planos deste gigantesco universo) por acaso. O importante e, eu diria que, o mais importante é darmos importância a vida, pois, ela é eterna e o seu conhecimento de aprendizado é infinito.
Eu, doutor Boa, tenho aqui a meu lado um grande amigo, Acyr Ribeiro de Lima Filho (o Acadêmico) dotado de uma inteligência excepcional predisposta a compartilhá-la com vocês, meus leitores amados. Selecionei algumas perguntas de vocês para este ilustre amigo e, espero que, as respostas sejam satisfatórias.
Doutor Boa:
- O que leva ou o que te motiva a crer em Deus?
O Acadêmico:
- A “razão” meu caro doutor, esta é a voz da verdade, quando esta verdade faz ressonância com a nossa verdade interior, a razão grita mais forte e o entendimento acontece, como acontece ainda não sabemos, mas, acontece, por estes fatos conseguimos compreender a imanência de Deus em todas as coisas, o que nos traz a certeza de sua existência, sua onipresença e sua transcendência. Quando visualizamos uma obra de um artista, o enxergamos, não a sua aparência, mas, a sua essência, assim acontece com Deus e nós, sua obra o identifica.
Doutor Boa:
- Existe de fato, uma vida após esta? Como ter a certeza disso?
O Acadêmico:
- Novamente a razão sustenta a lógica e respalda a verdade e da sentido à existência e ao existente de fato. Tudo tem a sua razão de ser e de estar, senão, nada teria sentido de existir. Por este prisma, começamos a entender que a vida não se resume do nosso nascer ao nosso morrer; nada teria sentido; o objetivo de nós existirmos não teria razão de ser. Se vivemos nesta vida, temos um único objetivo maior, o nosso evoluir, o nosso progresso, a materialidade em que estamos, permite o exercício de ser, e se não cumprirmos com o nosso exercício deveremos repetí-lo quantas vezes forem necessários, e retornando sempre a casa, sempre que deixamos a escola da vida no plano terrestre. Este processo de ir e vir sustenta o aprendizado de cada um de nós, da escola para casa e para a escola novamente, este é o verdadeiro sentido da reencarnação, um direito de todos aprenderem de conformidade com o seu possível, um ato de amor de um Pai justo.
DOUTOR BOA:
- Se Deus, por ser uma potência de todos os sentidos, já sabia antes de criar o homem a sua semelhança, que lhe traria problemas, por que o criou?
O ACADÊMICO:
- Um filho nunca é problema para um pai, por mais rebelde que este seja, sem contar que assumimos a responsabilidade para com este nosso irmão, que virá sob os nossos cuidados, pois, fomos certificados quanto à tarefa, e concordamos com ela, aceitamos todos os encargos. O livre arbítrio que nos foi dado não teria sentido se tivéssemos que fazer algo sem o nosso consentimento. Toda a dificuldade não é um castigo, mas, sim uma oportunidade de resgate de nós mesmos através do exercício de ser, e isso passa pela educação, pela paciência, pela indulgência até chegarmos ao amor incondicional. Entre irmãos não há dívida, doutor. Só para saber, Deus nos fez a sua semelhança na essência e não em aparência.
DOUTOR BOA:
- Masturbar é pecado? Espermatozóides são vidas e, numa relação, um ou dois (na regra geral) alcança a corrida que é o útero. Explique.
O ACADÊMICO:
- Não existe o pecado propriamente dito, mas, sim o comprometimento do espírito encarnado. O homem, com o bem e o mal, à escolha é de cada um, a responsabilidade também é de cada um, nada mais justo que cada um promova o restabelecimento do desequilíbrio provocado por escolha errada. No caso do sexo e da sexualidade não é diferente; todo esforço terá sua recompensa e todo o excesso, a sua conseqüência. Cabe ao espírito encarnado cultivar esta equilibração. Todas as forças e os sentidos no homem biológico têm sua função. Isso possibilita o conhecimento de si próprio; o tato é um dos nossos primeiros sentidos e que exercem grandes oportunidades no autoconhecimento; é preciso se descobrir. No caso dos espermatozóides, são gametas masculinos que contém vida, mas, estão numa fase de próton espírito que darão possibilidade de formação celular que virá ser berço de algum espírito em necessidade de encarnação. São portadores de força vital, mas, ainda não é vida propriamente dita.
DOUTOR BOA:
- Jesus seria um ET? Por que não?
O ACADÊMICO:
- Todos nós não temos nossa origem neste planeta. Faz ele parte do nosso caminhar evolutivo, trata-se de uma das nossas escolas, tal como no nosso aprendizado terreno, fazemos o maternal numa escola, o ensino fundamental noutra escola, o segundo grau em outro estabelecimento e assim por diante, passamos por “n” etapas dentro do nosso aprendizado, e cada etapa em educandários diferentes, e moraremos também em lugares mais próximos das escolas, por necessidade. Jesus já dizia com todas as letras: “Há muitas moradas na casa de meu Pai. Que parte não entendemos, doutor?!
DOUTOR BOA:
- A Bíblia sagrada contém respostas para tudo; em sua opinião? Realmente é inspirada por Deus?
O ACADÊMICO:
- É preciso esclarecer o que é sagrado, quem determina o que é sacro, a quem convém que seja sagrado. Segundo se sabe, nenhum espírito encarnado ou desencarnado detém mais entendimento que o seu possível, com isto fica limitado às partes distintas do conhecimento a cada um de nós. A Bíblia, neste contexto passa a ser um aglomerado de dados confiáveis ou não, que dispostos convenientemente favorecem a uns mais que os outros; não podemos esquecer que o cristianismo foi institucionalizado pelo Império Romano
de acordo com suas necessidades, principalmente no controle das massas, e foi elaborado por Constantino num concílio que ficou sitiado pelo exército Romano até que as cláusulas mater. fossem categorizadas. Sob ameaça nasceu o cristianismo e com ele a sua referência maior: a Bíblia que, nada mais é do que os relatos de descrições do que aconteceu em épocas já distantes. Não podemos confundir a religiosidade existente em cada um de nós com as instituições religiosas convenientemente promulgadas. Deus sempre será o precursor dos nossos pensares e andares: nossa fonte inspiradora; porém, nos deixa, por amor puro, exercitarmos as nossas escolhas no modo de agir, de pensar e até de errarmos ou levar-mos outros a cometerem desequilíbrios em seu nome. A responsabilidade e os resgates posteriores ficam também a nosso encargo. A Bíblia não é uma psicografia de Deus, são anotações do homem pelo homem e para o homem e, por isto, sujeito a falhas, erros e excessos, por isso temos que saber retirar dela a sua essência do sentido e fazer isto sempre por nós mesmos e não pelos olhos alheios; cada um tem que viver as suas convicções, que mesmo quando estão erradas são mais confiáveis do que a condução alheia e aleatória. Chega de domínio. Nenhum povo pode se vangloriar de serem os donos da verdade e, por isso, não tem o direito de subjugar ninguém.
Um abraço amigo e, meus respeitos, caro Doutor Boa. Acyr Ribeiro de Lima Filho, o Acadêmico.

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