DOUTOR BOA X O
ACADÊMICO
Grande é o Autor da
Vida, nós, viventes, não estamos aqui, (num dos planos deste gigantesco
universo) por acaso. O importante e, eu diria que, o mais importante é darmos
importância a vida, pois, ela é eterna e o seu conhecimento de aprendizado é
infinito.
Eu, doutor Boa,
tenho aqui a meu lado um grande amigo, Acyr Ribeiro de Lima Filho (o Acadêmico)
dotado de uma inteligência excepcional predisposta a compartilhá-la com vocês,
meus leitores amados. Selecionei algumas perguntas de vocês para este ilustre
amigo e, espero que, as respostas sejam satisfatórias.
Doutor Boa:
- O que leva
ou o que te motiva a crer em Deus?
O Acadêmico:
- A “razão” meu
caro doutor, esta é a voz da verdade, quando esta verdade faz ressonância com a
nossa verdade interior, a razão grita mais forte e o entendimento acontece,
como acontece ainda não sabemos, mas, acontece, por estes fatos conseguimos
compreender a imanência de Deus em todas as coisas, o que nos traz a certeza de
sua existência, sua onipresença e sua transcendência. Quando visualizamos uma
obra de um artista, o enxergamos, não a sua aparência, mas, a sua essência,
assim acontece com Deus e nós, sua obra o identifica.
Doutor Boa:
- Existe de
fato, uma vida após esta? Como ter a certeza disso?
O Acadêmico:
- Novamente a razão
sustenta a lógica e respalda a verdade e da sentido à existência e ao existente
de fato. Tudo tem a sua razão de ser e de estar, senão, nada teria sentido de
existir. Por este prisma, começamos a entender que a vida não se resume do
nosso nascer ao nosso morrer; nada teria sentido; o objetivo de nós existirmos
não teria razão de ser. Se vivemos nesta vida, temos um único objetivo maior, o
nosso evoluir, o nosso progresso, a materialidade em que estamos, permite o
exercício de ser, e se não cumprirmos com o nosso exercício deveremos repetí-lo
quantas vezes forem necessários, e retornando sempre a casa, sempre que
deixamos a escola da vida no plano terrestre. Este processo de ir e vir
sustenta o aprendizado de cada um de nós, da escola para casa e para a escola
novamente, este é o verdadeiro sentido da reencarnação, um direito de todos
aprenderem de conformidade com o seu possível, um ato de amor de um Pai justo.
DOUTOR BOA:
- Se Deus, por ser
uma potência de todos os sentidos, já sabia antes de criar o homem a sua
semelhança, que lhe traria problemas, por que o criou?
O ACADÊMICO:
- Um filho nunca é
problema para um pai, por mais rebelde que este seja, sem contar que assumimos
a responsabilidade para com este nosso irmão, que virá sob os nossos cuidados,
pois, fomos certificados quanto à tarefa, e concordamos com ela, aceitamos
todos os encargos. O livre arbítrio que nos foi dado não teria sentido se
tivéssemos que fazer algo sem o nosso consentimento. Toda a dificuldade não é
um castigo, mas, sim uma oportunidade de resgate de nós mesmos através do
exercício de ser, e isso passa pela educação, pela paciência, pela indulgência
até chegarmos ao amor incondicional. Entre irmãos não há dívida, doutor. Só
para saber, Deus nos fez a sua semelhança na essência e não em aparência.
DOUTOR BOA:
- Masturbar é
pecado? Espermatozóides são vidas e, numa relação, um ou dois (na regra geral)
alcança a corrida que é o útero. Explique.
O ACADÊMICO:
- Não existe o
pecado propriamente dito, mas, sim o comprometimento do espírito encarnado. O
homem, com o bem e o mal, à escolha é de cada um, a responsabilidade também é
de cada um, nada mais justo que cada um promova o restabelecimento do
desequilíbrio provocado por escolha errada. No caso do sexo e da sexualidade
não é diferente; todo esforço terá sua recompensa e todo o excesso, a sua
conseqüência. Cabe ao espírito encarnado cultivar esta equilibração. Todas as
forças e os sentidos no homem biológico têm sua função. Isso possibilita o
conhecimento de si próprio; o tato é um dos nossos primeiros sentidos e que
exercem grandes oportunidades no autoconhecimento; é preciso se descobrir. No
caso dos espermatozóides, são gametas masculinos que contém vida, mas, estão
numa fase de próton espírito que darão possibilidade de formação celular que
virá ser berço de algum espírito em necessidade de encarnação. São portadores
de força vital, mas, ainda não é vida propriamente dita.
DOUTOR BOA:
- Jesus seria um
ET? Por que não?
O ACADÊMICO:
- Todos nós não
temos nossa origem neste planeta. Faz ele parte do nosso caminhar evolutivo,
trata-se de uma das nossas escolas, tal como no nosso aprendizado terreno,
fazemos o maternal numa escola, o ensino fundamental noutra escola, o segundo
grau em outro estabelecimento e assim por diante, passamos por “n” etapas
dentro do nosso aprendizado, e cada etapa em educandários diferentes, e
moraremos também em lugares mais próximos das escolas, por necessidade. Jesus
já dizia com todas as letras: “Há muitas moradas na casa de meu Pai. Que parte
não entendemos, doutor?!
DOUTOR BOA:
- A Bíblia sagrada
contém respostas para tudo; em sua opinião? Realmente é inspirada por Deus?
O ACADÊMICO:
- É preciso
esclarecer o que é sagrado, quem determina o que é sacro, a quem convém que
seja sagrado. Segundo se sabe, nenhum espírito encarnado ou desencarnado detém
mais entendimento que o seu possível, com isto fica limitado às partes
distintas do conhecimento a cada um de nós. A Bíblia, neste contexto passa a
ser um aglomerado de dados confiáveis ou não, que dispostos convenientemente
favorecem a uns mais que os outros; não podemos esquecer que o cristianismo foi
institucionalizado pelo Império Romano
de acordo com suas
necessidades, principalmente no controle das massas, e foi elaborado por
Constantino num concílio que ficou sitiado pelo exército Romano até que as
cláusulas mater. fossem categorizadas. Sob ameaça nasceu o cristianismo e com
ele a sua referência maior: a Bíblia que, nada mais é do que os relatos de
descrições do que aconteceu em épocas já distantes. Não podemos confundir a
religiosidade existente em cada um de nós com as instituições religiosas
convenientemente promulgadas. Deus sempre será o precursor dos nossos pensares
e andares: nossa fonte inspiradora; porém, nos deixa, por amor puro,
exercitarmos as nossas escolhas no modo de agir, de pensar e até de errarmos ou
levar-mos outros a cometerem desequilíbrios em seu nome. A responsabilidade e
os resgates posteriores ficam também a nosso encargo. A Bíblia não é uma
psicografia de Deus, são anotações do homem pelo homem e para o homem e, por
isto, sujeito a falhas, erros e excessos, por isso temos que saber retirar dela
a sua essência do sentido e fazer isto sempre por nós mesmos e não pelos olhos
alheios; cada um tem que viver as suas convicções, que mesmo quando estão
erradas são mais confiáveis do que a condução alheia e aleatória. Chega de
domínio. Nenhum povo pode se vangloriar de serem os donos da verdade e, por
isso, não tem o direito de subjugar ninguém.
Um abraço amigo e, meus respeitos, caro Doutor Boa.
Acyr Ribeiro de Lima Filho, o Acadêmico.
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