domingo, 28 de outubro de 2012

DESABAFOS DE UM ANÃO



Napoleão era um anão complexado demais e, olha que seus complexos eram maiores do que ele, sô! O coitadinho antes de despedir da vida deixou uma carta. Acompanhem.
“Meu nome é Napoleão, mas, todos até hoje, me chamam de Napinha, porque eu nunca cresci”. Lembro-me dos meus sete aninhos, eu vendo os gigantes dos meus irmãos, chegava pra mamãe e perguntava: “Mamãe, será que eu vou crescer, um dia”?”““ “““ Mamãe passava as mãos na minha cabecinha e dizia:” É claro que vai Napinha”. Dez anos depois, completei dezessete anos e nada de crescer. Nem sequer, um mísero centímetro eu cresci”.
“Mamãe arrumou um serviço pra mim de Office-boy e, confesso que nunca senti tanta humilhação antes. Eu pegava aqueles “busão” bem lotados em São Paulo e o que engoli de peidos não foi brincadeira. Como é que essa praga de gente consegue peidar tanto, hein?”.
“Quando completei vinte e um anos, meu pai me levou para uma boate. Só tinha filé de mulher. Perdi minha virgindade com tal de Iolanda, a loura “giganta”. Achei aquilo muito bom, se bem saiu muito caro para o meu pai”.
“Aos vinte e cinco anos tive minha primeira namoradinha que, por sinal, era anã também. Era “feinha”, mas, eu gostava dela porque era muito inteligente, filosófica. Seu nome era Sofia, mas, carinhosamente, eu a chamava de “Fia”. Um dia, ela me revelou o que até então eu não sabia”.
- Napinha, você tem um mau hálito da porra, meu! Ei diria mais: isso é puro bafo fedido, chulé de boca mesmo e, sabe por quê?
“Fiquei vermelho como o corpo de uma barata e, perguntei:”
- Por quê?
E Fia me respondeu:
- Porque tua bunda fica muito perto da boca, só pode ser.
“Ela me deu um fora depois dessa e fui procurar tratar do meu hálito. Chupei muitas balas de canelas, drops de hortelã, além de escovar bem meus dentes, língua e gengivas e nada. O problema estava na vesícula do fígado, que cresceu dentro de mim, enquanto estacionei na estatura. Não cura, não”.
“Revoltado, virei viado. Os caras só queriam zoar comigo. Fiquei todo arrombado e, quando fazia minhas necessidades fisiológicas, as massas saiam num montante só, sem que eu precisasse fazer força e caretas”.
“Cansado de viadagem me converti de vez aos trinta anos. Minha igreja vivia lotada de fiéis e, quando aquela gente toda se aglomerava em fervorosas orações era um problema. Voltei a engolir peidos”.
“Hoje eu me atolo na fossa de casa e morro com as bostas. “GLUUPSS”, adeus!”.
Coitado do Napinha, gente! Por que não deram para ele umas pernas de pau?

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