quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

SILVIO SANTOS



Amadeu era um sujeito sonhador demais. Vendeu sua casa de R$ 150.000.00 (Cento e cinquenta mil reais) e jogou tudo na loteria. Tudo o que ganhou foi uma baita dor de cabeça. Além de perder a casa foi morar de favor na casa do tio Asdrúbal, um velho barrigudo que arrotava, babava e peidava 24 horas por dia. Isso não é normal. O velho devia ser louco.
Amadeu trabalhava de servente pedreiro e tudo o que ganhava jogava na loteria, mas, nunca ganhava nada. Ele queria mudar de vida. O coitado era analfabeto e pediu ao tio Asdrúbal que escrevesse uma carta para Sílvio Santos dizendo que queria muito conhece-lo. Foram mais de quinhentas cartas. Deu azar: Sílvio Santos nunca lhe respondeu.
Sucedeu que um dia, Amadeu tomava uma pinga num armazém daquele bem chulé e, lá conheceu Olívio, irmão de Sílvio Santos. Amadeu ficou tão feliz que pagou uma dúzia de cervejas para Olívio Santos e o papo esquentou.
- Olívio Santos, que prazer estar em sua presença. Quer dizer que o senhor é irmão de Sílvio Santos?
Olívio abriu aquele sorriso, deu um cuspe tão veloz que foi parar no X-mortadela que comia Joaninha, uma menininha.
- Sim, sou irmão do Sílvio Santos.
- Mas, eu queria muito conhecer o seu irmão, meu querido Olívio. Sou fã dele.
Olívio dá um arroto por causa da cerveja e liberta seis peidos de seu ventre.
- Pois é, sou irmão do Sílvio. Tem a moral de pagar um lanche pra mim?
- Com todo o prazer, Olívio.
E Olívio come uns três lanches de ovos cozidos, aqueles da conserva fedida. E como se não bastasse, arrota, solta mais uns peidos e, ainda fala de boca cheia:
- Pois é, sou irmão do Sílvio.
- Ele ainda continua morando no Morumbi?
Olívio dá uma gargalhada e vem mais uma rajada de peidos.
- Sim, continua no Morumbi. Meu irmão Sílvio adora o Morumbi. Eu também gosto do Morumbi. Conhece o Morumbi. Já foi pro Morumbi. Eu também moro no Morumbi. Quer ir comigo pro Morumbi?
Amadeu fica surpreso.
- Sim, é claro que quero. Tem como o senhor me apresentar seu irmão Sílvio Santos?
Olívio solta um peido tão alto e, desta vez, a velha Inês, dono do armazém chama a sua atenção.
- Por favor, senhor! Aqui é um ambiente de respeito. Evite soltar peidos.
Olívio responde preocupado.
- Me caguei todo. A senhora tem um banheiro.
E Olívio vai pro banheiro e lá demora uns quarenta minutos. Volta para a mesa e convida Amadeu para ir com ele até o Morumbi, na casa do Sílvio. Amadeu paga o táxi do bairro do Limão até o Morumbi.
Amadeu se choca porque o táxi entra numa favela e para de frente a um barraquinho.
- O que estamos fazendo aqui? Onde mora o Sílvio Santos?
Olívio da uma gargalhada.
- Aqui. Você não queria conhecer o Sílvio? Não me falou o tempo todo do Sílvio? Sou irmão do Sílvio e, digo mais: do Sílvio Santos.
E de repente, vem um sujeito esquisito, pinta de malandro no portãozinho de arame, feio feito uma semente satânica.
- Vamos entrar?
O que?! Amadeu correu e ainda alcançou o mesmo taxi que o trouxe até ali.
Sinceramente, Sílvio Santos têm muitos, porém, Señor Abravanel, somente um.
Hoje, Amadeu só ama a Deus.


doutorboacultural.blogspot.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário