quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A DESPEDIDA DA VIDA



Não importa em que você acredite, pois, a vida existe para todos aqueles que aqui estão vivendo neste gigantesco e fabuloso planeta. Estudos e pesquisas são muitos sobre a continuação da existência da vida em outros planos, porém, ninguém nunca pôde provar nada. A verdade é única e exclusiva: Todos os viventes desejam viver para sempre. Então, seguindo as tradições de nossos antepassados, quantos de nós já ouvimos desde nossa infância que a vida não termina aqui? Que existe de fato outro plano, onde viveremos para todo o sempre? Que, acima de nós, nos céus existe um Deus misericordioso que nos dará um paraíso celestial ou terreno? É claro que tudo isso consola nossos corações quando acreditamos. Crescemos convictos de que realmente vale a pena acreditarmos que a vida não termina aqui.
Religiões, seitas e heresias estão espalhadas pelos quatro cantos da terra: cada uma com suas doutrinas e preceitos e, assim, os anos vão passando e continuamos envoltos no mistério de viver; continuamos a viver, sem nada, absolutamente nada comprovado de que a vida não termina aqui. Já lemos e ouvimos muitas histórias, e eu concordo que faz muito bem apara qualquer pessoa acreditar nelas. Por outro lado, vivermos feitos céticos deixa-nos tão frios, insensíveis e, principalmente, descrentes no amor.
A vida não é igual para todos. Muitos que aqui estão literalmente vivem devido ao fôlego da vida; existe muita gente sofrendo e, que talvez nunca vão gozar prazer algum na vida. O sol pode nascer para todos, porém, nem todos podem desfrutar dos prazeres do verão. Existe muita gente chorando e, não faz isso em vão. Gente incapaz de aceitar o porquê de tudo ter que ser assim. Uns tem de mais outros de menos e outros nada têm. Discordo desse antigo e popular ditado: Tudo o que faz de mal aqui, aqui mesmo se paga. Isso é uma das mentiras mais absurdas que já pude ouvir em minha vida. Tem muita gente levando vantagens na vida, embora, sem merecer. Gente que planta o mal e, um dia, parte daqui, sabe-se lá para onde, sem nada pagar.
Eu observo e procuro respeitar a vida, porém, nada mais posso fazer. Quantas vidas ainda vão passar por aqui por acaso? Quantas vidas vão passar por aqui despercebidas? Quantos verdadeiros artistas vão para os túmulos memoriais sem serem reconhecidos? Viver continua sendo e sempre será um grande mistério.
Eu ficaria muito, mas, muito feliz mesmo, em saber que o grande artista Michael Jackson estivesse agora num plano muito melhor do que este. Sua mente fabulosa, suas composições ricas, sua sabedoria esplêndida, não podem morrer aqui.
Ele tentou explicar, mas, nós não entendemos. Agora depois da partida dele vem à tona a mentira oportunista que acabou com a vida dele. Com sua carreira, com sua felicidade.

Cure o Mundo (MICHAEL JACKSON)

Pense sobre as gerações e elas dizem:
Nós queremos fazer deste mundo um lugar melhor
Para nossos filhos
E para os filhos dos nossos filhos.

Para que eles vejam
Que este é um mundo melhor para eles
E saibam que podem
fazer deste um lugar ainda melhor.

Há um lugar no seu coração
E eu sei que é amor
E este lugar pode ser
Muito mais brilhante do que amanhã

E se você realmente tentar
Você descobrirá que não há necessidade de chorar
Neste lugar você vai sentir
Que não há mágoa ou tristeza

Há caminhos para chegar lá
Se você se importa o suficiente com a vida
Crie um pequeno espaço
Crie um lugar melhor

Cure o mundo
Faça dele um lugar melhor
Para você e para mim
E toda a raça humana

Há pessoas morrendo
Se você se importa o suficiente com a vida
Faça dele um lugar melhor
Para você e para mim

Se você quer saber por quê
O amor não pode mentir
O amor é forte
E só nos dá dádivas alegres

Se nós tentarmos, nós veremos
Nesta benção
Não podemos sentir medo ou temor
Paremos o existir e comecemos o viver

Em seguida, sempre sentiremos
Que o amor é suficiente para nós crescermos
Então faça um mundo melhor
Faça um mundo melhor

Cure o mundo
Faça dele um lugar melhor
Para você e para mim
E toda a raça humana

Há pessoas morrendo
Se você se importa o suficiente com a vida
Faça dele um lugar melhor
Para você e para mim

E o sonho em que fomos concebidos
Revelará um rosto alegre
E o mundo em que sempre acreditamos
Brilhará novamente em graça

Então por que continuamos sufocando a vida?
Ferindo a Terra, crucificando sua alma...
Mas é claro ver
Que este mundo é divino é a luz de Deus

Nós podemos voar tão alto
E nunca deixe nossos espíritos morrerem
No meu coração eu sinto
Vocês todos meus irmãos

Crie um mundo sem medo
Juntos nós choraremos lágrimas de alegria
Veja as nações transformarem suas espadas
Em arados

Nós realmente poderíamos chegar lá
Se você se importou o suficiente com a vida
Faça um pouco de espaço
Para fazer um lugar melhor

Cure o mundo
Faça dele um lugar melhor
Para você e para mim
E toda a raça humana




terça-feira, 30 de outubro de 2012





Passarinho morre eletrocutado. Mais um passarinho foi vítima de uma morte súbita e violenta na capital São Paulo. Ele estava num “piu piu” cantando em cima de um fio, muita gente o viu, quando aconteceu o terrível acidente. Os pássaros estão revoltados e protestam: “Piu-Piu-pior”, ou seja, querem dizer que isso não pode e não deve continuar assim. A Companhia Elétrica de Força e Energia (CEFE) da capital está pensando em remover tais fios de luz para debaixo da terra e, isso já está deixando as minhocas preocupadíssimas.

Briga de cães apavora a multidão. Na pacata cidade de Pirassununga, interior de São Paulo, apareceu por lá um cão, (sabe-se lá da onde) endemonhado, incorporado, chapado pela pinga. O cão valentão surrou e matou muitos cães e, tudo por causa de uma cadela holandesa que estava no cio aqui, em pleno Brasil.

Gay briga feio com japonês por causa da mandioca do alemão. O gay Valdinei dos Reis entrou na quitanda do japonês Sakudo e achou muito caro o preço da mandioca por ser pequena demais. Depois de dizer um monte de verdades para Sakudo, saiu da quitanda, entrando na quitanda de Fritz, um alemão que já vendia mandioca frita e não saía cara. Sakudo, revoltado, invade a quitanda de Fritz e acontece aquela baixaria. Fritz dá em Sakudo várias mandiocadas e ainda diz que vai convocar o exército de toda a Alemanha para acabar com o Japão. Isso poderia ocasionar a terceira guerra mundial, sô! O caso só foi abafado quando o gay Valdinei dos Reis elogiou as duas mandiocas.

Vagabundas são contratadas em grandes empresas para trabalharem sentadas. São vagas boas para gente boa, porém, só para aquelas que gostam de sentar. Salário a combinar.

Anão morre afogado no vaso do gordo. Napoleão Brandão, o anão, após comer uma feijoada no restaurante do Gordo, foi usar o banheiro e, pelo vaso sanitário ser exageradamente grande para ele, acabou ficando por lá mesmo.

Preso ladrão de lingüiça. Maneco era cego e pegava a lingüiça errada na farmácia do japonês. Dona Kékú, a mulher do japa observava tudo pelas câmeras escondidas. Deu uma surra da peste no cego, porém, a polícia quer saber que tipo de lingüiça é essa que tem na farmácia.

Ladrão de chinelos continua foragido. A polícia do Brasil mandou todos os outros casos para a cidade de Apucarana e, está atenciosamente preocupada em pegar “Makuta”, o ladrãozinho filha da mãe que rouba chinelos.

O Ministério do Mistério da Saúde adverte: balinhas de queijo podem ser de chulé humano e isso intoxica e mata.

Homem perde seu corpo e não consegue voltar para a sua casa. O mineirinho Romeu Tadeu se danou após ter sido atingido por um raio do pescoço pra baixo. O raio cortou apenas sua cabeça, que passa bem. Ele roga para que encontrem o resto de seu corpo para poder voltar para a casa.

UM CARA MUITO FEIO





Jelorésio lamentavelmente era um cara feio demais. Dizem que gente feia não existe e que, o que realmente importa é a beleza interior, mas, isso é papo de sogra que agrada o genro só porque ele é bacana, ou seja: tem muita grana.
Jelorésio era uma espécie, uma coisa, sabe sô? Tinha quarentão e nunca conseguiu arrumar um emprego na vida e, mulher, que sem dúvida, é muito melhor do que isso. Vivia na cola da avó feito um retardado pedindo uns trocados para comer um salgado. Coitado! Ele até queria trabalhar, mas, ninguém lhe empregava não, por causa da sua feiura. Cá entre nós, sô! O cara era feio demais. Tinha um rosto assim todo desfigurado, uns olhos arregalados, uma boca que mais parecia uma bunda arrombada. Vixi! Aquilo não parecia gente não, sô! As pessoas corriam dele como Moisés corria da cobra de Giré; como a barata corre da chineleta da vovó; como francês corre da catinga do chulé do baiano louco, enfim, cruz credo, sô!
Mas, como dizia a grande Wilma: “O Nenê tem que trabalhar”. Nem todos os dias são festas e alegria, não é mesmo? Se o cabra não trabalhar, sua bunda vira vaga, por isso é, a origem do nome: “vagabunda”. É sério, sô!
Jelosoréia, a avó de Jelorésio foi conversar com tal de padre Pau, na cidadezinha de “Feioéocul” (já desatualizada do mapa geográfico), porque o tal padreco era dos bons. Era entrar no confessionário da igreja para sair de lá relaxado feito Rubinho depois de um breu. Rindo tanto que parece que bebeu. O padre Pau, simplesmente era demais, sô! A velhinha Jelosoréia foi lá confessar ou trocar umas idéias com o padreco e, o assunto, qual era? É claro que do neto Jelorésio, sô!
E a velha sai daquela igreja rindo feito um gozo de cadela que gruda no chouriço do cachorro, de tanta alegria. Vixi, sô! O que será que aconteceu lá no confessionário, hein?
No dia seguinte, assim que o galo pensava em cantar, estaciona na frente da casa da velha Jelosoréia, um carrão preto. Era o padre Pau querendo falar com Jelorésio. Opa! Parece que um milagre estava prestes a acontecer, sô! Só ia depender do retardado de Jelorésio. O padre Pau foi direto ao assunto.
- Criatura, quanto é que você me cobra para assustar umas pessoas?
Jelorésio não entendeu.
- Eu não entendi. O senhor pode me explicar?
E padre Pau explica:
- Tem muitos homens sem vergonhas na minha igreja e quero eliminar eles de lá. Você é o cara certo: feio pra diabo. Mas, tem o seguinte: não mexa com as mulheres não. Resumindo: tenho uma vaga pra ti na sacristia. É pegar ou largar? Pegou?
Jelorésio abre um sorriso daqueles atemorizantes e diz:
- Peguei.
E assim, padre Pau marca um encontro com Jelorésio lá na sacristia na manhã seguinte. Fica ali horas conversando, sô! E Jelorésio sai pronto para o ataque.
Num domingo lindo, logo pela manhã, começa a chegar os casaizinhos pra missa e, vixi! O que tem no mundo de homem covarde não é brincadeira, sô! Os homens saíram daquela igreja predispostos a nunca mais voltarem. Ficaram assustados pela feiúra de Jelorésio, sô!
Mas, o que padre Pau não esperava era que as mulheres (e cada mulherão bonita, sô!) iam se encantar com Jelorésio, o sacristão. Ele tinha certo charme que só as mulheres para poderem explicar, compreende? Elas não queriam mais confessar com o padre Pau, não sô! Agora só dava Jelorésio. Deram um ponta pé no bundão deselegante do padre e ficaram numa boa com o feião.
Jelorésio ficou com a beata mais linda da cidade, do Brasil e do mundo. Rica demais também, sô! Então, eu pergunto: feiúra também é cultura? Se a beata fosse feia eu até ia ficar quieto, mas, que formosura, sô! Linda como um pêssego. Ai se eu te pego.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O BOLO PRESTÍGIO DE LÚCIA




Sô! Um bolinho doce é bom demais, não é? Até as baratinhas gostam. Agora, uma coisa eu vou ter que dizer: Tem que ter mãos combinadas com o tal do “segredinho”, sô! A receita pode ser porreta, mas, se o cabra ou a cabra metidos a confeiteiros não acrescentar o tal do “segredinho”, o bolo vira bola e aí, lasca-se tudo.
Lúcia era uma adolescente esperta. Gostava de ler desde gibi até Jorge Amado. Tinha olhos de coruja, não piscava pra não perder o lance. A muleka pulava da cama, corria pro banheiro com um gibizinho ou uma revistinha e, vixi, sô! Arrumava até encrenca com seus irmãos pela demora no banheiro. Era um silêncio quase que total. Quer dizer, só se ouvia um “tlesc”. Era quando ela virava a folha do gibizinho ou da revistinha.
No tempo de Lúcia não tinha internet não, sô! Sua distração e entretenimento, além de ler, era olhar pro Nenê, seu irmãozinho que mais parecia uma besta. Ela ria do Nenê que dava gosto de ver, sô! De certo pensava: “Será que essa besta vai dar certo na vida, um dia?”
Lúcia era um mistério. Alguns achavam que ela, no futuro, ia ser uma escritora, talvez uma professora, outras uma economista, pois, ela gostava de contar um dinheirinho como ninguém, sô! Foi até tesoureira de banco, sô! Seus pais, irmãos e amigos ficavam boquiabertos vendo a agilidade de seus dedos contando dinheiro. Só se ouvia “tlesc, tlesc, tlesc e tlesc”.
A muleka cresceu e gostava de inventar coisas. Mais um pouco e Ana Maria Braga não seria tão famosa como é hoje, por causa de Lúcia. A danada fazia uma maionese que só pela misericórdia dos ovos, sô! Com certeza, ela botava um segredinho ali porque não sobrava nem um milímetro pra matar a fome da mosquinha que vinha voando de longe, mas, chegava sempre atrasada. O que, sô? A família de Lúcia era grande demais. O que esse tal de Nenê levou de tapas na cabeça para aprender a ter modos, não foi brincadeira. Ele lambia até o motorzinho do liquidificador. Não se sabe até hoje como é que ele conseguia fazer isso.
Um dia, Lúcia apareceu com uma idéia e chamou seu irmãozinho Nenê para lhe contar, porém, pediu segredo. Ia rolar um bolo ali, sô, diferente de todos. O problema maior era a vizinha Nena e sua renca de filhos. Nena e sua filharada tinham um faro feito cão quando a cadela ta no cio viu? E eles costumavam invadir a casa e, ninguém sabia o que é privacidade não, sô!
Os ingredientes saiam caro, sô! Milagrosamente, catando moedinhas daqui e dali, pronto: tudo indicava que surgiria um bolo nas próximas horas. Então, Nenê ia com a listinha no mercadinho do bairro do limão, onde moravam, com uma restrição de Lúcia: “Vigie se Nena não está te seguindo”. Nenê tinha umas perninhas fininhas e sabe-se lá se voava ou não. Ninguém o notava na multidão. Comprava tudo direitinho e, não é que ainda sobravam umas moedas para o tal pingo de leite? Até hoje, sô! O tal do Nenê adora esse pingo de leite que só a peste.
Quando Lúcia tava preparando a massa do bolo, quem vinha cheirando o ar? Ela mesma: Nena. E as crianças vinham atrás. Ainda bem que Lúcia e sua família moravam na última casa de um escadão, pois, assim dava tempo dela esconder o que estava fazendo. Que visita inconveniente, sô! Nena atacava o café, seus filhinhos pedindo doce e, não teve jeito. Enquanto não provaram do bolo de prestígio de Lúcia não saíram dali. E comeram bem, sô! Mas, houve muitas outras boladas e, dessa vez, longe de Nena e suas crianças famintas.

domingo, 28 de outubro de 2012

CONVERSA DE COMADRES




Duas comadres quando se encontram meus amados, podem relaxar os seus ouvidos, porque o papo vai longe. Vocês vão ouvir de tudo um pouco; coisas absurdas que nunca ouviram antes. O interessante é que, se prestarem bem atenção no papo das tagarelas vão descobrir, sem dúvida, que existe certa cultura; muita coisa se aprende com elas.
Lora esperava seu maridão sair para o trabalho, para ir visitar Léia, sua comadre que morava a duas quadras de sua casa. Duas fofoqueiras de primeira, sô! Gostavam de um fuxico do pinico.
Lora:
- Comadre Léia, a encrenca do meu marido já foi trabalhar, e o teu?
Léia:
- O meu tá preso, comadre Lora.
Lora:
- Preso?! Desde quando?
Léia:
- Ta preso no banheiro desde as cinco da manhã. Também, a praga me come mortadela com bacalhau e leite condensado. Ta numa caganeira dos diabos lá no banheiro. Escuta só como ele geme.
Lora:
- Coitado dele, comadre! Bota uma colherzinha de fermento em pó em meio copo d!água gelada com umas gotinhas de limão e, ele já sara já.
Léia:
- E é?
Lora:
- É tiro e queda, comadre.
E Léia vai dar o fermentinho com limão pro maridão no banheiro. Minutos depois, ele sai aliviado do banheiro, cumprimenta a comadre Lora e sai para o trabalho soltando um peido fermentado, porém, saudável.
Léia:
- Obrigado, comadre Lora. Já que sua receita é das boas.
Lora:
- To achando que vai chover e a chuva vai ser feia, comadre Léia.
Leia:
- O que é isso, comadre Lora? Ta um céu tão azul logo pela manhã.
Lora:
- Isso é ilusão. As nuvens vem vindo do Japão e vem junta com toda a Ásia. Quando sinto agulhadas no meu olho de peixe na sola do meu pé, pode botar fé que vem chuva.
Léia:
- O que é isso, comadre? Ainda não se livrou desse olho de peixe?
Lora:
- Ainda não, comadre! O olhinho cresceu tanto que parece até olho de tubarão.
Léia:
- Eu te ensino um remédio que é tiro e queda, comadre.
Lora:
- E é?
Léia:
- Tem uma pomadinha abençoada chamada: “Banha de Peixe Boi”. Tem que ser legítima. Com uma pontinha de faca macete bem um comprimidinho de AAS ou Melhoral, não importa, mas, tem que conter ácido acetil salicílico, entendeu? Misture o ácido macetado com a pomada e faça um curativo. Pode deixar chover comadre. É tiro e queda.
Lora:
- E é?
Léia:
- E é.
E Lora e Léia saem à procura da tal pomada do peixe boi e, por sorte encontram Rubens, um retratista desempregado e fodido perdido nas ruas de Curitiba, Paraná que há meses não vendia uma sequer pomadinha.
Lora:
- Você tá vendendo a banha do peixe boi?
Rubens fica branco feito um algodão, disfarçadamente até solta um peido de tanta emoção e, se atrapalha um pouco nas palavras.
- Então, é pá e pum, compreende? Quer dizer eu, não é bem eu, mas é isso aí mesmo.
Lora:
- Você vende ou não?
Rubens:
- Posso vender, se bem que meu ramo é desenho e sou um artista artelista e...
Lora:
- Tem duas dúzias aí? Quanto sai?
Rubens se amarela todo e pensa até na cirrose que teve no passado.
- Quanto sai o que? Depende do tamanho do quadro. Eu trabalho assim. Mediante a foto eu...
Lora:
- Quanto eu pago pelas pomadinhas?
Rubens:
- Ah! Da qual?! Do Peixe Boy? Então, pá! Uma é cinco e três são dez. Aí vai dar, espere aí, eu tenho uma calculadora aqui e...
Lora:
- Se uma é cinco, três são dez vinte e quatro pomadas são oitenta reais, certo?
Rubens:
- O que?! Certo? É isso aí mesmo: oitenta reais.
Léia:
- Eu também quero duas dúzias.
Rubens se atrapalha todo e não resiste: solta uns peidos, mas, as comadres entendem a sua emoção. Nessa brincadeira ele ganha cento e sessenta reais. As comadres já estavam indo embora, enquanto Rubens todo atrapalhado, não sabia em qual dos bolsos de sua calça ia guardar o dinheiro. As comadres voltam.
Lora:
- Você pinta retratos?
Rubens se atrapalha de vez, olha pro céu e vê uma nuvem. É capaz de jurar que por detrás daquela nuvem tem um anjinho enviando-lhe bênçãos.
- Então, pá! É isso aí. Eu trabalho assim. Quer dizer, tudo depende de uma foto nítida e...
Lora:
- Façamos o seguinte: tá a fim de almoçar em minha casa? Depois do almoço vou selecionar umas fotos pra você e...
Rubens:
- Eu topo.
Léia:
- Também vou querer meu retrato.
E ele se amerelou todo e só por Deus, gente! Por essa ele não esperava. Graças aquelas comadres ele se levantou na vida. Vender banha de peixe boi? Nem agora, nem depois.
Conversa de comadres também é cultura, gente!

A ARTE DE RUBENS




Meus amados leitores de todo o Brasil e boa parte do mundo, vamos valorizar a arte, porque a arte é cultura. Tenho falado muito sobre o passado e, para mim, a verdadeira arte e seus artistas são imortais.
A modernidade de hoje parece não ter mais sentido. Hoje, qualquer débil mental compõe qualquer coisa, faz muito sucesso na voz de vírus musicais graças ao computador, pega fama e ainda ganha uma boa grana. Grande parte do povo não quer perder tempo em cultivar realmente aquilo que vale a pena.
Caso eu esteja mentindo ou dizendo abobrinhas como preferirem, dão uma olhada nas vovós lá do passado e depois olhem para as vovós de hoje. É uma comparação absurda, não é? As velhinhas do passado pitavam seus cigarrinhos de palha, fumo de corda e, falavam muito bonito; aqueciam os pés de seus velhos e o que realmente predominava era o respeito. E hoje? Tem velhinhas por aí até fumando maconha e, se bobear, até andando de skate. Para com isso, sô! Modernidade demais é isso.
Um retrato pintado em óleo sobre tela é como diamantes no sol que nunca envelhecem. É uma obra imortal, sem dúvida. Em meu blogger tem de tudo um pouco; só não tem lixo. Tenho a honra de apresentar a vocês parte do talento de Rubens, um homem que nasceu com um dom esplêndido. O mundo precisa conhecê-lo. Saibam vocês que todo artista, seja pintor, retratista, escritor, compositor, cantor, etc; enxergam a vida de uma maneira diferente dos demais e, eu admiro isso, porque todo artista respeita a vida. Postem seus comentários, pois eles são muitos importantes para mim. Os emails podem ser enviados para:
Olhem para essas obras maravilhosas e, respondam: Esse talento tem ou não que ser reconhecido mundialmente?


O CAPETA





Que nome se dá a um sujeito inconveniente, chato, impertinente, irritante, insuportável e arrogante? Você leitor, já vai saber. Dias atrás surgiu em um dos meus consultórios um cidadão que conseguiu me tirar do sério.

- Qual é o teu nome?

- Jovino. Filho de dona Jovina e de seu Juvenal. Tudo gente legal.

- Qual é o teu problema?

- Não tenho problema.

- Em que posso lhe ajudar Jovino?

- Obrigado querido, mas, não vim aqui lhe pedir ajuda.

- Então, por que está aqui?

- Porque sou o seu admirador.

- Então, quer meu autógrafo?

- Posso até aceitar, mas não encare isso como ajuda.


Dei-lhe meu autógrafo, apertei sua mão e disse-lhe:

- Vá na paz de Giré dos giros.

- Ainda não, doutor. Está muito cedo. Vamos conversar um pouco e vou ver no que posso lhe ajudar.

- Rapaz, não estou precisando de ajuda.
- Ah é? Que legal! Eu também não.

- Então, boa viagem.

- Que maravilha! Como sabes tu que vou viajar?

- Eu imaginei.

- Imaginou certo.

- Está indo para onde?

- Pra qualquer lugar. Onde o Sr. me sugere?

- Vá pra China.

- Que maravilha! Adoro os chineses e o Sr?

- Nada contra. Aceita um café?

- Adoro um café.


Servi ao cidadão uma xícara do meu café porreta e o sujeito nem sequer fez cara feia. Muito pelo contrário.


- Que café delicioso!

- Gostou?

- Adorei. Posso tomar mais uma xícara?

- É claro.

De repente o sujeito levanta sua perna direita e solta um peido daqueles bem barulhentos.

- Que maravilha! Soltei um peido.
- Eu notei.


O sujeito levanta desta vez sua perna esquerda e solta outro.


- Que maravilha! Soltei o irmão gêmeo dele!


Fiquei irritado.


- Meu amigo... Daqui a pouco você vai querer soltar toda a família e...


O sujeito solta uma rajada de peidos multiplicativos e, na seqüência se caga todo.


- Que maravilha! Que alívio! Tem um banheiro? Caguei-me todo.


- Está ali: à sua direita.


O sujeito entra no banheiro e, descaradamente liga o chuveiro e toma um banho bem demorado cantarolando Amado Batista; usa meu xampu, meu perfume e ainda veste minha roupa. Sai do banheiro com seus cabelos penteados e brilhosos.


- O que é isso, rapaz?!

- Que maravilha! A água do seu chuveiro é excelente. Adorei também seu xampu, seu perfume e, principalmente essas roupas. Não é que ficaram boas em mim?!


Abri minha gaveta, peguei meu cassetete e bati bem forte na mesa e gritei:

- Tire imediatamente minhas roupas!


O cara de pau ainda sorri tranquilamente e me diz:

- Que maravilha! O senhor é um excelente ator. Quem não lhe conhece pensa até que o senhor está bravo de verdade.

- Mas estou bravo de verdade.

O sujeito sorri novamente e ainda acende um cigarro.

- Que maravilha! Adoro fumar cigarros.

- Não pode fumar aqui.

- Não entendi.

- Eu disse que não pode fumar aqui.

- O senhor não fuma?

- Não.

- Nunca fumou?

- Rapaz, eu não fumo, nunca fumei e, apague esse maldito cigarro.

- Que cigarro?

- Este que está fumando.
- Esse ou o classic?

- Que classic? Apague esse cigarro.

Nessas alturas o descarado já tinha fumado todo aquele cigarro e, ainda apaga a bituca na minha mesa.

- Que maravilha! É claro que eu apago doutor. Mas, tem certeza de que não quer fumar?


Gritei.

- Não!

- Nem o classic?

- Não! Nem o classic, seu doido!

- O senhor está nervoso, doutor:

Fiquei de pé na cadeira com a boca espumando de tanto ódio e pulei me jogando no chão e gritando como um louco:

- Não! Não estou nervoso!

Bati minha cabeça e me sangrei.

- O senhor se machucou, doutor? Posso lhe ajudar em alguma coisa?

- Pegue mercúrio na gaveta e esparadrapo também.

E aquele sujeito me faz um curativo na testa.

- Não pule mais assim não, doutor! O senhor poderia ter se machucado mais, sabia?

- Vá embora agora, rapaz!
- Posso fumar mais um cigarro?

- Não, não e não!

- Nem o classic?

Sou totalmente contra qualquer tipo de violência, mas, desta vez meti meu cassetete nele e lhe dei um chute na bunda expulsando-o do meu consultório. Sem dúvida “aquilo” deveria ser o capeta mandado pelo maioral do inferno porque conseguiu me infernizar.

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