O amor desde que foi criado, sem dúvida, continua sendo um
mistério. O interessante é que tudo na vida, no mundo é amor e, poucos sabem
disso. Quem foi a besta quadrada ou redonda que disse que carrapatos não amam?
Você já perguntou para um carrapato se ele realmente ama ou não? Não perca seu
tempo, pois, ele não vai te responder nunca. Então, você questiona, pula, baba
e se espuma todo: “Carrapatos não amam porque são insetos, seu animal!” Pare com
isso, palhaço expulso do circo! O amor é racional e irracional também. Você é
um boneco de carne que pensa, fala e ama e um carrapato é um parasita externo,
um artrópode, que se alimenta do sangue do hospedeiro, ou seja: é uma bolinha
de sangue que tem olhinhos, tem três pares de patas e, enfim, ele sem dúvida, é
uma vida. Você evoluiu no seu mundo e ele no dele, que resumindo tudo é nosso.
Acompanhe esta história juntamente de um lenço, caso necessite enxugar as
lágrimas que, provavelmente cairão de seus olhos.
Carniça era uma cadelinha sarnenta e muito pobre. Por piedade
do destino, ela conseguiu ser adotada por um velho tão pobre feito ela. Tudo
bem, a cadela gostava do velho porque este lhe dava abrigo e principalmente
comida, mas, peraí! Ela queria um cachorro e, na seqüência uns cachorrinhos
para, enfim, ela constituir sua família.
Os cachorros fugiam dela como frieiras, joanetes e chulés
fogem da “pomadinha da vovó”. A velhinha não é fraca, não.
Um dia, milagrosamente, o dono de Carniça ficou rico. Ele
achou um tesouro e, por pouco, o velho não ficou louco. Mataram a charada? É
claro. Conseqüentemente, Carniça passou a ser uma cadela rica também. Não tinha
mais sarnas e, notem só, como o amor é lindo.
Há tempos, um simpático carrapatinho sugava o sanguinho de
Carniça. Ele gostava do leitinho dela também. Carniça acabou se apaixonando por
aquele bebê bolinha e, é claro: muito mais ele por ela. Bonita feita cadela de
madame, a cachorrada ficou é doida. Mas, ai se um cão viesse com esse negócio
de cheirinho perto dela, sô! Ela só mostrava seus dentes e os cachorros já
saiam fora. Seu negócio agora era aquele carrapatinho que passeava por todo o
seu corpo e, opa! Manera aí nesse passeio, Zé!
Um dia, o dono de Carniça a pegou num “coça coça” e ficou
preocupado. O que ele não sabia era que Carniça estava adorando tal coceirinha
porque era provocada por Zé, o carrapato. Vixi! Rico feito o baú de Sílvio
Santos, o velho levou Carniça para um dos maiores veterinários do mundo: Dr.
Pereba. Carniça chorava porque sentia que o grande pequeno e único amor de sua
vida seria expelido de seu corpo para todo o sempre. Muito esperto Zé achou um
buraco no corpo de Carniça e lá entrou.
O Dr. Pereba fazia uma revisão completa na cadela e aquilo
era demorado. Se Zé saísse daquele buraco, ele seria capturado e, conseqüentemente
esmagado; por outro lado, se ficasse lá dentro, os vermes iriam devorá-lo. Não
deu outra: Zé se encontrou com Praga, a rainha dos vermes e também, daquele
buraco e, o devorou. Quando Carniça sentiu algo explodindo dentro dela “PLEFT”
ela também desistiu de viver, morrendo nas mãos do Dr. Pereba. Creio
que ambos, ou seja: Carniça e Zé estão num paraíso. O amor, irmandade, não tem
limites.
Muito boa essa também!
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