Há certas coisas no mundo que é melhor nem falar muito, viu
sô? Existe de tudo e, isso surpreende até os pernilongos que detestam luzes
acesas e não voam tão alto como os urubus.
Dólar Euro Real surgiu, (sabe-se lá de onde), na grande
capital de São Paulo, na companhia de seu único filhinho Dólarinho, um pentelho
tão chato quanto aquele parasita do escroto.
- Papai, compra aquele prédio pra mim?
- O que é que você vai fazer com aquele predinho de cinquenta
andares, meu filho?
- Brincar com meus amiguinhos.
E Dólar Euro Real, localiza o dono daquele prédio e é direto:
- Quero comprar o seu prédio.
Pereira, o dono do prédio diz arrogante:
- Meu prédio não está à venda.
- Não importa. Mesmo assim, eu quero comprar.
- Ah é? São dois milhões de dólares. Vai querer?
Dólar Euro Real sorri.
- Falou com o homem certo. Pagarei quatro milhões de dólares
por ele, porém, desapareça para sempre da minha vida, pois, até teu caixão eu
já comprei.
Vixi! Não é que aquele sujeito comprou o prédio de Pereira, mesmo,
sô? Ficou lá, abandonado.
Dólar Euro Real e seu filhinho entram num restaurante
finíssimo e se fartam de tanto comer. Arrotam e peidam, até que, chega um dos
garçons.
- Senhor, por gentileza, não pode arrotar e peidar aqui.
Dólar Euro Real diz, arrogante.
- Despedido, geleia de ventre. Eu comprei esse restaurante,
portanto, ele é meu.
Vixi! Cadê a Nice? Dólar Euro Real tinha comprado mesmo
aquele restaurante, sô!
Dólar Euro Real e seu filhinho passeavam por um parque da grande
São Paulo, quando, de repente, o pentelhinho o surpreende:
- Papai, compra aquele molequinho pra mim?
- Que diabos você vai fazer com um molequinho tão feio
daquele, meu filho?
- Eu quero enche-lo de porrada, porque não fui com a cara
dele.
- Tudo bem. Vou falar com o pai dele.
E o pai daquele molequinho fica muito zangado, é claro:
- O senhor está louco? Jamais venderei meu filho! Isso é
pecado.
- Pecado é o senhor recusar cem milhões de dólares pra ficar
com esse grude na vida.
O pai daquele molequinho arregala os olhos.
- Cem milhões de dólares?!
- É pegar ou largar.
- Eu pego.
E por cem milhões de dólares, aquele pai desnaturado vende
seu filho. Numa das mansões de Dólar Euro Real, aquele molequinho apanhou tanto
do pentelhinho, sô! Deu até pena, viu? Depois, o pentelhinho enjoou dele e
deu-lhe um pontapé do traseiro, mandando-o embora.
O hobby de Dólar Euro Real era comprar tudo: até mesmo o que
não era interessante ele comprava. Comprou até as meias usadas que nunca foram
lavadas do falecido mega star Michael Jackson; o cuecão de Elvis; a receita e o
bolo prestígio de Lúcia; o Diário do Nenê, relíquia que era guardada a sete chaves por
Wilma, enfim, o homem comprava tudo. Era amanhecer o dia e ele e seu filhinho
saía pela cidade à procura de vendedores, que ficavam felicíssimos, é claro.
Certo dia, o trilionário Dólar Euro Real e seu filhinho
Dólarinho foram fazer um passeio no sertão do Piauí. Vixi! O pentelhinho não
gostou daquele lugar não, sô!
- Papai, que fedor nos ares é esse? Parece até que cagaram no
mundo.
- É o cheiro da pobreza, meu filho. Comprarei todo este
sertão e bilhões de barris d’água e vou fazer chover aqui feito o dilúvio que
afogou o boi que só pensava em vaca. Vou dar um banho nesses flagelados e
limpar toda esta carniça. Farei este sertão virar mar. Você vai ver o que é que
o meu dinheiro não é capaz de fazer.
E Dólar Euro Real comprou aquele sertão do governador do
Piauí, que por sinal, ficou muito feliz. E bem no centro daquele sertão, Dólar
Euro Real mandou construir um piscinão de cinco mil metros e mandou encher de
água. Vinham barris d’água até da Coréia, Japão e China. Tinha água pra beber,
pra bebê, velho, negro, ruivo e louro; pra lavar os pés, as bolas do saco e,
isso deixou a sertanejada muito feliz, é claro.
Dólar Euro Real mandou plantar árvores artificiais pra darem
sombra pros coitados. O sol desistiu de bater lá porque a sertanejada já não
mais chorava. Agora era só alegria. O sertão foi batizado com o nome de: “O
Paraíso das Sombras”.
Sucedeu que, um dia, Dólarinho ficou muito doente. Comeu um
casal de grilos vivos e bagunçou tudo por dentro da barriga do moleque. E ele
pulava, gemia e peidava e, seu pai muito preocupado o levou para o melhor
médico do mundo, tal de Dr. Pereba. Nada feito. Dólarinho contraíra uma doença
incurável. O pai do moleque não queria aceitar.
Comprou o maior hospital do mundo: o Baragwanath, em Soweto, África do Sul e contratou médicos do
mundo inteiro, porém, não teve jeito não, sô! Seu filhinho morreu no colo do
pai.
Dólar Euro Real ficou tão desgostoso da vida que pegou todo o seu
dinheiro e deu pras avestruzes brincarem. Elas comeram tudo. Mas, Dólar Euro
Real ainda tinha impérios, castelos e também o cuecão de Elvis. Ele deixou tudo
aí pra quem quiser. É pegar ou largar. Quer pegar? Sem seu único filhinho ele
não conseguiria viver. Subiu no pico da torre Eiffel de Paris e pulou com
destino a morte. Coitado, sô! Pena que o dinheiro não compra a vida, não é?
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