Aninha era uma garotinha esperta, inteligente e tinha apenas
sete aninhos. Ela adorava ouvir as histórias que seu pai lhe contava. Isso
virou um hábito para menininha que não dormia sem antes ouvir historinhas.
Melésio, seu pai era um homem que tinha uma paciência de Jó
com sua única filhinha. Ele falava assim, meio mole, vagaroso e, de sua mente
saía cada história que dava um livro.
Certa noite, Melésio chegou tarde do seu trabalho (ele
trabalhava numa fábrica de mel e melado) e estava muito cansado, com seus olhos
vermelhos. Aninha esperava-o em seu quarto, como sempre. Melésio tomou uma
ducha bem demorada, enrolou pra jantar e, e já eram altas horas quando ele foi
verificar na ponta dos pés, se Aninha já estava dormindo. Xii!! Que nada! Aninha
estava com os olhos tão arregalados feito uma coruja de olho num passarinho
para papá-lo. E, Melésio mal podia ficar em pé de tão mole.
- Ô filhinha, tá acordada?
- É claro que estou papai. Não durmo sem ouvir suas
histórias.
Como sempre, ele improvisava na hora a história e, agradecia
aos céus quando a menininha dormia. Fez cafuné na cabecinha dela e começou a
contar a historinha.
“Era uma vez uma menininha que gostava de brincar com sua
bonequinha que se chamava Lurdinha. Ela contava historinhas para Lurdinha
esperando que ela dormisse. Xii!! A bonequinha Lurdinha não fechava os olhos e
isso deixava a menininha irritada que dizia: “Durma Lurdinha”. Se você não
dormir a Cuca vai vir te pegar, hein?” E nada de Lurdinha fechar os olhos.
Então, a menininha deu-lhe uns tapas na bundinha de Lurdinha, mas, nada
adiantou. Ela nem chorou. E a menininha ficou bravinha, viu? Puxou os cabelos
da boneca Lurdinha e, nada de Lurdinha chorar. Então, muito zangada, a
menininha pegou aquela boneca pelos pés, foi até a sala e encontrou seu paizão
gordão que lia um jornal tranquilamente.
- Essa porcaria de 1.99 que o senhor me deu não vale nada. É
um lixo! Quero uma boneca que fala e, não essa droga.
E o pai fica até com medo das zangas da filha.
- Amanhã, papai vai lhe dar uma boneca do tipo, prometo.
Aninha depois de ouvir o final da história, olhou sério pro
seu pai e disse:
- Esta história é pra retardado, meu pai. Me poupe. Deixe-me
dormir. Boa noite.
Pensando bem, essa história até que tem certo sentido, não é?
Aquilo que é muito barato não tem graça.
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