Luiz era um rapaz muito bonito, elegante, saudável, físico de
atleta e, deixava as meninas eletrizadas, gamadas, por causa da sua boa pinta.
Só que o boizão de 19 anos não queria pegar no duro não, ou seja: não queria
trabalhar, ter registro em carteira como sonham os embriões. Ele achava que,
por ser bonitinho tinha o direito a tudo; ganhar a fêmea mais rica e linda do
mundo para ele seria moleza.
Numa tarde de sábado, Luiz senta num banco de uma praça e, de
repente, avista de longe, duas lindas garotas brigando feio. Vixi! E elas
vinham cada vez mais, se aproximando de Luiz e, o quebra pau estava da porreta.
Uma puxava o cabelo da outra, cuspia na cara, muitos tapas e tapaços,
arranhões, chutes, mordidas e, xi! O bicho estava pegando mesmo.
Um rapaz raquítico, feita a encarnação de um pernilongo,
senta-se ao lado de Luiz e lhe lança uma pergunta:
- Por que será que elas estão brigando, hein?
Luiz esnoba aquele coitado com um desdém dos diabos.
- Estão brigando por minha causa, sua salsicha em conserva. Ou
você acha que é por você?
Que cara exibido, Giré! E o pior é que as meninas
realmente brigavam por causa dele mesmo. Quando elas chegaram próximas, Luiz as
dispensou e, nem precisou falar muito:
- Sumam daqui, mocréias! Sou muito gato para vocês ratinhas.
Que cara exibido, hein!
Que cara exibido, hein!
Luiz aproveitou aquela linda tarde de sábado para dar um
passeio e torrar o dinheiro que sua mãe lhe dava, só por ele ser bonitinho.
Entrou numa igreja e ia rolar ali um casório. Xi! Ia rolar, mas, não rolou.
Quando a noiva, lá de cima do altar, viu Luiz entrando na igreja, deu um
pontapé no saco de Serido, aquele que seria seu marido e correu para os braços
de Luiz e o beijou perdidamente dos pés a cabeça e o povo querendo entender e, foram
aqueles amassos, lambe olhos, torcem cabelos, feiticeira vamo-nos embora e o povo querendo entender e, eles (Luiz e Luiza) não respeitaram nem as crianças
e, o povo querendo entender e, eles saem daquela igreja e desaparecem e, o povo
querendo entender.
O que?! Que pergunta besta, gente! É claro que Luiza era
bonita. Deixava até os anjos celestiais malucos, o que irritava a Deus.
Luiza era muito rica e levou seu amado Luiz para uma de suas
mansões. Que vida boa, hein Luiz? Pense naquilo que não tinha lá na mansão.
Pensou? Pensou errado, porque lá tinha de tudo, até mesmo aquilo que não
deveria ter, tinha.
Juntinhos na suíte, sob luzes coloridas e tudo mais, Luiz diz
a sua amada:
- Amor, tomarei um banho agora porque tu já tomastes. Quando
eu voltar faremos algo mais forte do que o ódio.
Luiza não entendeu:
- Amor, o que é que pode ser mais forte do que o ódio?
Ele lança um sorriso malicioso para Luiza e diz:
- Amore.
Luiz deixa o janelão da suíte bem aberto para entrar ar e vai
para o banho, enquanto, a linda Luiza tira um cochilo. Quando ele volta pra
cama, sentiu algo mais forte do que um cheiro. Xi! Era puro fedor. Uma catinga insuportável que lhe fez virar o estômago. "Ela deve estar toda cagada. Que horror!" Pensou ele. O fedor era demais, sô! Até dopava. "Que decepção! Essa mulher é a encarnação real da bosta. To fora!" Pensou Luiz já vestindo sua roupa, predisposto a sair dali, para nunca mais voltar. Saiu correndo pelas ruas e avenidas e, lamentavelmente, foi atropelado por um molequinho que acabara de ganhar um velotroz do seu pai. O acidente foi feio, gente e, digo mais: melhor seria se Luiz tivesse morrido, sô! Ficou cego de um olho e vesgo de outro; o nariz e uma das suas orelhas foi pro pau; com os dentes ele deu um pouquinho de sorte: só ficou com dois inteiros na boca; enfim, "CU" pode não ser palavrão, porque afinal, além de ser uma palavrinha, é também o símbolo do cobre, mas, o cara ficou feio demais, gente! Digamos que, com cara de cobre, entende? Na manhã de domingo, a bela Luiza acorda e, vixi! Que fedor do diabo era aquele em sua suíte, sô? Que podridão da peste! "Tem bosta debaixo da cama, só pode!" Pensou ela e, quando olha pra debaixo da cama, fica imóvel. Tinha uma família completa de gambás lá embaixo. Ela grita, pula, baba, xinga e, aquela família de gambás desaparece dali como peidos ventilados que vão longe. E Luiza só queria saber onde estava o seu amor.
Todos sabem
que notícia ruim sabe-se logo. Foi conferir ao vivo e a cores onde estava o seu
grande amor Luiz. Quando ela viu aquilo, semelhante a um “enigma”, fez cara de
peido encubado e disse para si mesma:
- Amore?! To fora.
Eu não disse que havia de tudo lá na mansão de Luiza? Até
mesmo uma família completa de gambás, sô!
doutorboacultural.blogspot.com/
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