Daddy, é papai em inglês e, era assim que Leandro, um jovem
de beleza excepcional, carinhosamente chamava o seu pai, o velho Emílio, um
grande e rico fazendeiro.
O maior prazer do velho Emílio era o de ter um filho bonito
como Leandro. Por incrível parecer, por onde esse boy passava na fazenda,
atraía até as vacas e as galinhas que eram o que mais tinham naquela fazenda,
em Araras, interior de São Paulo.
Na grande casa da fazenda moravam o velho Emílio e seu único
filho Leandro, o fenômeno da beleza excepcional imaginária. O boy era
estudioso, trancava-se em seu quarto e ficava boa parte do dia pesquisando
fatos históricos na internet.
O velho Emílio era bravo, rígido, severo com seus trezentos
empregados, porém, era um “mel” com o seu filho Leandro. O telefone da mansão
não parava de tocar e o velho Emílio soluçava de tanta alegria. Eram as meninas
do mundo inteiro que queriam falar com seu filhão lindo, Leandro.
Numa bela manhã, pai e filho tomavam café na cozinha da
grande casa da fazenda. O velho Emílio não cansava de olhar para o seu filho.
- Meu filho, você é lindo demais e, eu só posso agradecer a
mãe natureza, por ter me dado esse presente que é você. Sua mãe morreu no parto
quando te deu a luz há vinte anos. Provavelmente, levou um choque quando te
viu, porque a bicha era feia, rapaz. Pense numa coisa feia. Pensou? Pois é, ela
era mais feia que esse troço que você pensou.
Leandro ficou triste.
- Daddy, não fale assim da mamãe! Tadinha!
- Pois é, meu filho, não falo mais porque você me pediu, mas,
tua mãe parecia uma geleia de banana podre; um dragão em decomposição; um
ciclone ou um clone da catinga fedida do buraco infinito...
- Daddy!
E o velho mudou de assunto.
- Filho, você faz ideia na quantidade de meninas, mulheres do
mundo todo que são fissuradas por você? Esses dias ligou pra você tal de
Madonna, mas, você não estava, afinal, onde você estava, hein meu filho? Outro
dia ligou tal de Brooke Shields e, você novamente não estava. Afinal, onde é
que você estava, hein filhão?
O jovem Leandro responde.
- Eu devia estar namorando muito, meu pai.
E o pai se orgulha.
- Isso mesmo, meu filho. Não namore uma só não. Namore todas.
De presentes caros pra elas e, na falta de dinheiro, você já sabe: é só me
pedir.
- Sério, daddy? Eu precisava de uns quinhentos mil reais e...
- Não precisa se acanhar meu filho. Dou-lhe logo seiscentos
mil e não se fala mais nisso. Eu sei que mulheres bonitas são chegadas até em
torresmos de diamantes, porém, não da mole não.
E o jovem Leandro não podia conter-se de tanta alegria. Pegou
seiscentos mil mangos da mão do velho e, disse que ficaria fora por uns dois
meses. Que maravilha! Agora ele podia festar à vontade. E o telefone não parava
de tocar e o velho Emílio se satisfazia em dizer pras meninas que ele estava
com as outras.
Passados dois meses, Leandro volta pra casa. O pai notou que
ele estava meio abatido, mas, preferiu entender que muitas mulheres e festas
acabam nisso mesmo.
- Curtiu muito, meu filho?
- E como curti, daddy! Só que a grana acabou.
O velho Emílio sorri.
- A grana vai mesmo, meu filho. Vem aqui, quando é que você
vai me dar um neto?
Quando Leandro ia responder, a campainha tocou e, como a
empregada estava de folga nesse dia que era domingo, o velho Emílio foi
atender. Era Manolo, um crioulo, muito amigo de Leandro. O velho Emílio disse
para Manolo.
- Se é amigo do meu filho, pode entrar.
Leandro e Manolo ficam horas no quarto trocando ideias, até
que o velho Emílio bate na porta.
- Filhão, tem tal de Demi Moore no telefone querendo falar
com você e...
- Daddy, diga que eu não estou.
E o velho Emílio faz o que o filho mandou. Quarenta minutos
depois, o pai volta a bater na porta.
- Filho, Luana Piovani está no telefone e...
- Daddy, fale que eu não estou, por favor.
E o velho Emílio faz o que o filho pediu. Uma hora depois, o
pai volta a bater na porta.
- Filho, Xuxa está no telefone e...
- Daddy! Fale que eu não estou, por favor.
O velho Emílio pega o filho pelos colarinhos de sua camisa.
Vixi! O velho estava nervoso.
- O que?! Não vai atender a Xuxa? Tem xereba nesse angú.
O velho Emílio expulsa Manolo, o crioulo de sua casa.
E foi aquela decepção, gente! O jovem Leandro confessa ao pai
que nunca foi chegado em mulher. Vixi! Por pouco o velho Emílio não enfarta.
Chorou feito um bezerrinho que viu seu pai boi perder o saco. Fazer o que, né?
Peraí! Só que as mimas de daddy acabaram-se e, para sempre, para o jovem
Leandro. O velho Emílio o expulsa de casa.
- Daqui você não leva nada. Esqueça que você teve um pai,
porque eu nunca tive um filho.
Leandro sai daquela fazenda, daquela casa sem sequer, uma
moeda no bolso. Chega com sua mala na casa do velho Benedito, o pai do crioulo
Manolo que, o recebe de braços abertos. E diz o velho:
- Aqui, filho, se assim posso lhe chamar, é simples. Somos
pobres, mas, somos ricos em humildade. Orgulho-me do meu filho Manolo por ter
um namorado assim tão dócil. Bonito como você. Parabéns, por você existir, meu
genro.
Manolo, o crioulo se preocupa.
- Genro não, pai. Nora.
E já desceram um vinho e porções de sardinhas enlatadas e foi
tudo pura alegria.
Por outro lado, o final do velho Emílio não foi nada agradável.
Ele ficou tão desgostoso da vida, de viver que, suicidou-se. Antes disso,
deixou tudo em testamento: toda a sua fortuna deixou pro seu único filho
Leandro. Que final emocionante, gente!
Adoro ler e quando deparei-me com esse texto lembrei logo dos meus seguidores e leitores.
ResponderExcluirEstou compartilhando com os devidos créditos.
SUCESSO!!
Pena que não encontrei como seguir esse teu blog.
Deus te proteja sempre.
Sempre será bem-vindo aqui:
http://josenidelima.blogspot.com.br/