domingo, 13 de outubro de 2013

SORTERO



Caipiras brasileiros, geralmente, adoram o “R”. Cito a letra “R” do alfabeto português. Observaram como isso é forte? Como isso tem poder?
Numa pacata cidade do interior de São Paulo, chamada Itapira, sem dúvida, havia muitos caipiras. As mocinhas daquela pacata cidade babavam na tela da Globo quando viam aqueles galãs das novelas. Elas queriam, ao menos, um daqueles galãs para elas.
Sucedeu que um dia, um dos jovens mais lindos do mundo, vem (ninguém sabe da onde) residir em Itapira. As mocinhas ficaram tentadas feitas geleias nas bocas das gordas quando descobriram que o bonitão morava lá. O comentário das caipiradas era de que, o galã, não era casado não. Era sortero.
Jumira, nascida e criada em Itapira, queria entender por que é que os homens corriam dela feito um cão guaipeca quando ouve barulho de rojões. Ela queria entender o porquê dela não ter sorte no amor. Escreveu cartas até para Deus, porém, Deus nunca lhe respondeu. Ela queria um homem para botar sua vida em ordem e, acreditou, sagradamente que aquele gatão era este homem enviado por Deus. Bem, só pra lembrar: corria o boato de que aquele galã era sortero.

Jumira toma um banho dos bons, se perfuma toda e vai até a casa de Nero Eros (olhem só o nome do gatão) fazer gracinhas para chamar a atenção dele. O que?! Leva uma surra de Nakamura, a esposa japonesa de Nero Eros. Ela fica indignada e grita: “Isso não vai ficar assim não”.



Jumira com sérios hematomas em todo o corpo vai até a delegacia e suplica ao delegado Amado, de joelhos para fazer justiça. O delegado Amado fica comovido ao ver Jumira, gente boa e de família, naquele estado.
No interior, geralmente, é difícil de acontecer coisas como essa, porém, quando acontece, até o exército entra em ação. O delegado com a polícia (pelo menos vinte carros), mais o caminhão do exército chega lá na casa de Nero Eros e exige uma explicação.
- Eu so o delegado regional daqui de Itapira e não pensem vocês que aqui todo mundo é caipira.
Eta! Sotaque carregado, Sô! E o delegado Amado prossegue:
- Afinar, você sortero ou casado? A mocinha só queria saber.
As pessoas tomam tanta coisa como samba, porém, Nero Eros preferiu tomar uma dose de bolero. Depois disse ao delegado:
- Sou sortero e também sou casado, oras.
O que?! Pensem numa surra. O próprio delegado Amado esqueceu-se de seu amor naquele instante e pulou em cima de Nero Eros e lhe deu uma surra daquelas.
- Seu sem vergonha! Ou você é uma coisa ou outra. Não pode ser os dois aqui em nossa cidade.
Nero Eros, cheios de hematomas desabafa:
- Seu delegado, sou sortero porque leio sorte e, sou casado com Nakamura, filha do presidente do Japão. Porque apanhei, solicitarei a meu sogro para que extermine toda essa caipirada daqui.
Vichi, Sô! Danô! Se o Japão resolve acabar com a cidade de Itapira não vai sobrar nem um caipira para contar a história. Nem Jumira.

doutorboacultural.blogspot.com/




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