Jerico, sem dúvida, tem inúmeras ideias e sempre tenta ajudar
aqueles que o procura. Pede um agrado em dinheiro, é claro, porém, muitos que
aderem às suas ideias e as colocam em prática, costumam ter bons resultados.
Sucedeu que numa tarde bem quente de verão fazia um calor capaz
de cozinhar um mocotó devido ao fortíssimo sol de Mossoró, interior do Rio
Grande do Norte, estado brasileiro.
Sovaco, um cara tão feio feito o catarro acumulado da vovó
procurou Jerico e expôs seu problema:
- Sou feio demais e sofro com isso porque as menininhas não
me olham.
Jerico olha para Sovaco e da aquele sorrisinho bem diabólico
e lhe diz:
- Eu lhe entendo. Tem coisas na vida que é um tormento. Pela
tua cara, deve assustar a muitos, mas, lhe darei uma ideia porreta de boa e,
digo mais: boníssima. Por essa ideia não vou lhe cobrar nada, porém, ouça o
choro do neném: vai ter comprar certo material.
Sovaco fica preocupado:
- É macumba, senhor?
Jerico se chateia:
- Que macumba Suvacubunda. Não mexo com isso. Terás que fazer a
diferença aparecendo, entende? Mocinhas, geralmente, gostam daqueles homens que
aparecem.
- Não estou entendendo é nada.
- Eu lhe explico. Comprará de mim este lindo sobretudo, esta
touca e este cachecol...
- Vichi! Mas, num calor desse?
- É pegar ou largar. Você ficará lindo usando-os e as
menininhas e as meninonas também vão te olhar e muito.
Sovaco parece interessado.
- E é?
- E é.
E aquele sujeito sai da casa de Jerico vestindo um sobretudo
dos grandes, com uma toca na cabeça e com cachecol. Não só as meninas olhavam
pra ele como todas as pessoas. Até mesmo a cachorrada de Mossoró se espantou
com aquela cena. Fazia um calor de quase 50 graus e aquele doido com aqueles
trajes de inverno bravo? Não deu outra: Uma ambulância do sanatório para bem na
frente dele e, dentro dela sai quatro enfermeiros. Vichi! Parece que desta vez
a ideia de Jerico não deu certo não. Internaram Sovaco num sanatório, gente.
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