quarta-feira, 2 de outubro de 2013

CASAS LUNARES


- A violência na terra desde que Deus, o Autor, implantou a raça humana nela, só tende a aumentar. Isso nunca vai acabar. Aqui nunca haverá a paz tão desejada por homens pacíficos. Desistam.
- Ofereço a vocês, um lugar seguro onde o ar é fresco feito um veadinho irlandês caminhando pela selva lunar com um leão de boa.
- Pensem em suas crianças, mães desalmadas. Balinhas lunares têm todos os complexos vitamínicos que elas precisam e, digo mais: São de graça, isto é: lá na Lua, é claro.
- O que esperam da terra? Aqui, toda carne envelhece, adoece, fede, morre e apodrece. Na Lua, não. Lá, tudo é diferente. Tudo o planta dá porque a coisa flutua. O Rei lunar é lunático e os súditos de seu reino também.

- O que pretendem fazer aqui na terra se tudo será destruído pelo Sol, inimigo da Lua? A Lua é o satélite da Terra e quer, sem dúvida, ajudar todos vocês terráqueos. Duvidas? Na Lua as ruas são cobertas de pérolas, ouro, diamantes e muitas outras pedras preciosas; o perfume baila no ar e a vida é só dança. E aqui? Matam os bocós nos bailes de forrós; envenenam teus filhos nos bailes de gafieira dando bebidas mortíferas que causam caganeira e a morte é certeira; teus filhos machões viram bonecas nos bailes de discotecas, enfim, que mundo é este em que vivem? “Simbora pra Lua”.
Com este discurso, um homem, aparentemente inteligente cativou a muitos. Ele vendia casas na Lua e o preço era alto. Só ricos e milionários fechavam negócios com ele e, é claro: pagamento adiantado de bens materiais e tudo. As perguntas eram muitas:
- Senhor, terei que pagar impostos na Lua?
- Senhor, preciso de passaporte para chegar à Lua?
- Lá existe morte?
- Tem latidos de cachorros?
E Honésio, inteligentemente respondia a todas as perguntas.
- Não se pagam impostos na Lua. O pagamento é aqui e agora, em minhas mãos. Vencimento: eterno. Não necessitam de passaportes, porém, têm que passarem pela morte para o transporte Terra à Lua. É claro que lá não existe morte, bicudos. Só se morre uma vez e, vive também. Lá não existe latas, nem cães vira-latas e muito menos latidos, porque lá, o silêncio é divino.
Grandes milionários deixaram para Honésio seus bens materiais, seus tesouros e relíquias, tudo passados em cartório, é claro.
Andréa, a linda esposa de Honésio, segurava uma seringa de injeção nas mãos e fazia os apliques e, em poucos minutos adeuses terráqueos. Honésio ainda dizia a eles antes de morrerem:
- Chegando à Lua é só dar o nome e basta. Homens lunáticos (como eu) já vão transportá-los para suas casas lunares cobertas de pedras preciosas. Sucesso.
Honésio e Andréa ficaram podres de ricos e estão pensando em fazer também uma viagem para a Lua, (de forma diferente, é claro) apara descobrirem se por lá existe pedras preciosas.



doutorboacultural.blogspot.com/

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