Num simples salão de cabeleireiros em São Paulo, Capital,
chega um senhor sério, com uma maleta 007 nas mãos e, logo já é atendido por um
dos cabeleireiros.
- Deseja cortar o cabelo, senhor?
- Sim.
Durante o corte, o senhor sério abre um diálogo com o
cabeleireiro.
- Pois é, noto que é um excelente profissional. Trabalha aqui
há muito tempo?
- Este salão é meu.
- Poderia ampliá-lo, meu jovem.
E o cabeleireiro sorri e diz.
- Não é tão simples assim, senhor. Falta-me grana.
E assim que termina o corte, aquele homem sério lhe dá R$
150,00 (cento e cinquenta reais) em dinheiro. O cabeleireiro se espanta.
- Senhor, o corte é apenas R$ 15,00 (quinze reais).
E aquele senhor sério, de boa aparência lhe diz.
- Gostei de seu trabalho, portanto, este dinheiro é seu. Não se
esqueça de fazer um agrado às crianças. Tenho um excelente negócio a lhe
propor. É pegar ou largar.
O cabeleireiro, com as mãos trêmulas, guarda o dinheiro
recebido no bolso, agradece e fica curioso.
- Que negócio é esse, senhor?
O homem sério abre sua maleta 007 e, isto faz o cabeleireiro
empalidecer. Havia dentro daquela maleta centenas de notas de R$ 100 e R$ 50.
- Troco três notas dessas falsas por uma. Mas, peraí! Antes
que você grite ou peide, o que não seria nada educado de sua parte tire do
bolso aqueles R$ 150 que lhe dei.
O cabeleireiro, com as mãos trêmulas, tira de seu bolso
aquele dinheiro e, o homem sério conclui.
- Estas notas são falsas, porém, graças ao meu
profissionalismo, são tão verdadeiras feitas às promessas bíblicas. Costumo ser
direto: está vendo lá, do outro lado da rua, aquela panificadora? Venha comigo
e, com R$ 50, compre um pão doce. A mocinha do caixa vai lhe devolver o troco e
ainda lhe agradecer.
O cabeleireiro fica preocupado.
- Pode parar, senhor. Isto é explicitamente ilícito. Sou evangélico,
portanto, sou um homem de Deus e...
O homem sério faz um sermão.
- Larga de ser bicudo, bocó! Conhece quem rouba mais do que
esses incentivadores da fé? Sou milionário e, digo mais: bilionário. Nenhum
presidente lhe daria de bandeja isto que estou querendo lhe dar e, pra
terminar, honre aquilo que tem no meio das pernas, ou vai querer deixar pra
Jesus, também? Vamos lá à panificadora, depois no banco e você vai sentir como
é prazeroso ficar milionário, seu bunda-mole.
E aquele cabeleireiro vai até a panificadora de frente ao seu
salão, na companhia daquele homem sério. Compra um pão doce e, a caixa,
sorridente lhe devolve o troco. Uma quadra dali havia um banco e, peraí! Um
banco central, onde o dinheiro rola mais do que uma rola no cio.
- Troque no caixa este R$ 100 por dez notas de dez.
O cabeleireiro vai até o caixa e sai dali vitorioso. Ficou
tão emocionado que, na porta daquele banco dá um forte abraço naquele homem
sério.
- Meu Deus! A coisa funciona mesmo.
O homem sério lhe diz.
- Desista, otário. Não negocio com bunda-moles.
- Mas, por que senhor?
- Porque você é um legítimo cagão, ordinário, medroso,
covarde, metido a crente. Quer trocar a última nota?
O cabeleireiro, muito emocionado diz:
- Não, meu senhor. Senti por espírito que a coisa realmente
funciona. Quero sim, fazer um negócio com o senhor.
O homem sério diz:
- Resido numa mansão num dos bairros mais nobres daqui de São
Paulo: Morumbi. Sou vizinho de Silvio Santos, já ouviu falar dele?
- Sim, é claro.
- Costumo jogar alto, rapaz. R$ 30.000,00 (trinta mil reais)
é o mínimo que posso aceitar de você. Vai sair da minha mansão com R$ 70.000,00
(setenta mil reais). É pegar e largar.
O cabeleireiro fica pensativo, depois diz:
- Eu topo. Mas, realmente este negócio funciona mesmo?
O homem sério sorri cínico:
- Duvidas?
Honésio, o homem sério, da um cartãozinho para aquele
cabeleireiro e diz:
- Não comente com ninguém. Aguardo-te na minha mansão amanhã
às 14hs em ponto. Passe bem e até amanhã.
No dia seguinte, Loureiro, o cabeleireiro, chega lá no Morumbi
e fica admirado ao ver a imensa mansão onde Honésio morava. Surpreende-se ainda
mais quando vê o homem sorriso Silvio
Santos (um dos maiores apresentadores da TV brasileira) saindo da mansão ao
lado, com quatro seguranças numa limusine. Pensa: “Ficarei milionário também”.
Um dos seguranças de Honésio vem atender Loureiro e, minutos
depois, o último já estava lá dentro da imensa mansão de Honésio.
- Você veio mesmo. Está realmente predisposto a ficar
milionário?
- Sim, senhor.
Honésio toca um sininho e, logo vem Jarbas, seu mordomo.
- Deseja alguma coisa, senhor?
Honésio pergunta a Loureiro:
- Quer beber um bom vinho daquele que Jesus e seus discípulos
bebiam?
- Sim, senhor.
E Jarbas, o mordomo, serve vinho tinto numa taça de bronze
para Loureiro. Nisso, o celular de última geração de Honésio toca e ele atende.
Loureiro fica admirado de tal forma ouvindo Honésio falar que nem sequer pisca
os olhos.
- Sim, pra hoje não tem como. O que?! Você precisa de R$
50.000,00 (cinquenta mil reais) até amanhã? Sem problemas. Pouquinho assim dá
pra resolver até amanhã. Agora se me der licença, preciso desligar, pois, estou
com um cliente aqui.
Loureiro estava seguro e, ficou ainda mais, após beber
daquele vinho. Honésio confere os R$ 30.000.00 (trinta mil reais) que Loureiro
lhe trouxe.
- Veja bem, meu caro: ficando milionário, não se esqueça de
ajudar as crianças carentes, ok?
Honésio entrega para Loureiro, numa pasta 007 R$ 70.000.000
(setenta mil reais) de notas de R$ 100 e R$ 50 falsas.
- Aconselho que deposite este dinheiro. Será aceito em todo o
território nacional. Boa sorte.
Loureiro sai da mansão de Honésio totalmente emocionado,
sentindo-se milionário, se bem que, setenta mil reais não é tanto dinheiro
assim. Chama um taxi.
- Leve-me até a Av. São João, esquina com a Av. Ipiranga, por
favor.
E Loureiro não resistiu: abriu o bico para Salandro, o
taxista.
- Rapaz, eu gosto demais do nosso Brasil, sabia? Aqui é fácil
demais ficar milionário. Eu, por exemplo, troquei R$ 30.000 (trinta mil) por R$
70.000 (setenta mil).
Salandro, malandro e interesseiro feito um cachorro por osso,
pensa em dar um golpe simples, direto e objetivo em Loureiro.
- Poderia ao menos me pagar um copo de leite?
Loureiro sorri.
- É claro.
Os dois, Salandro (o malandro taxista) e Loureiro (o
cabeleireiro) descem do carro e entram numa panificadora. Loureiro diz para
Salandro.
- Vou ao banheiro. Vá tomando o seu leite que eu já volto.
Salandro pensa rápido e diz:
- Aconselho a não entrar com esta pasta no banheiro, senhor.
É muito perigoso. Só eu, já fui assaltado sete vezes ali.
Loureiro fica preocupado e diz:
- Vichi Maria! Confio em ti. Cuide dessa maleta enquanto vou
ao banheiro.
No que Loureiro, o cabeleireiro vai ao banheiro, a polícia
invade aquela panificadora numa batida geral. Enquadra Salandro com aquela
maleta 007 e o bicho pega.
- Malandro, sem vergonha! Demorou, mas, pegamos você. Anda espalhando
essas notas falsas por aí, seu safado? Onde é a fábrica? Fale. Está preso.
Salandro se engasga todo com aquele leite e até arrota e
peida. Leva umas bordoadas e vai à cana. Loureiro foi esperto: aproveitou a
confusão e saiu de fininho. Entra naquele taxi e se arranca dali dizendo pra si
mesmo:
- Pelo menos, não saio no prejuízo. Hê! Hê! Hê!
Coitado de Salandro. Nem mesmo aplicou o golpe em Loureiro,
(se bem que pensou) e foi parar atrás das grades.
Aquelas primeiras notas de R$ 50 (cinquenta reais) que
Honésio deu ao cabeleireiro pelo corte de cabelo, eram verdadeiras. Ganhou
nesse cambalacho cerca de R$ 30.000.00 (trinta mil reais). E agora? Como
explicar isso a polícia? Honésio já está em outra mansão, provavelmente. Sem
dúvida, este foi um Golpe de Mestre.
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