segunda-feira, 7 de outubro de 2013

GENTE DA CAVERNA (CAVEIRA)



Há milênios, cito uns 500 mil anos atrás, o homem, na regra geral, vivia como os bichos selvagens. Apesar de ser racional, sua mente não era criativa, não produzia. Vivia perturbada e, qualquer barulho que ouvia, para ele, era sinal de perigo. Vivia em cavernas.
Rocha era uma velha que tinha 150 anos. Nunca ficou doente na vida. Ela adorava cortar pescoços de tartarugas com uma foice para sugar seus sangues. Fazia isso prazerosamente. Muita gente da caverna achava que a velha Rocha era imortal. Ainda pulava cordas feita uma moleca sem juízo. Corria feita uma avestruz adolescente, enfim, a velha era tão forte feita um raio.
Cavernosa, sua filha era má humorada por natureza. Nunca sorriu para nada na vida como também não chorou. Era ruim feito o Diabo, o maioral do inferno. Descontava sua raiva em Sepultura, seu marido, tão feio e assustador feito um buraco anal bichado.



Pedreira, filha de Cavernosa e Sepultura vivia atormentada. Tinha crises de loucuras e, nessas horas, fazia seu marido Cavernildo engolir suas babas na marra.




 Pedreirinho e Rochinha
eram seus filhos. A ciência moderna, nos dias de hoje, não diria que esses adolescentes eram tão feios e assustadores assim como pregavam aquela gente da caverna. Vai entender.
Vai entender.


Vai entender.
Sucedeu que um dia, a velha Rocha estava roendo os ossos de uma caveira quando ouviu uma voz espiritual falar em seus ouvidos.
- Não faças isso. Pare de me roer como se fosses uma ratazana grávida cheia de desejos.
Aquela voz espiritual parecia familiar para a velha Rocha.
- Não tenho medo de você, espírito demolidor das trevas.
- Não tens saudades de mim, gatinha? Gostavas tanto de lamber meu nariz e os buraquinhos dos meus ouvidos e isso me deixa todinho arrepiado.
A velha Rocha se emociona e chora.
- És o meu falecido Caveira. Estou te reconhecendo. Sua carne estava apodrecendo em vida e, lamentavelmente, tivemos que comê-la.
- Pois é. Meu espírito continua vivo e precisa se reencarnar. Terás uma filha e porás o nome de Caveira. Estarei presente na vida dela.
A velha Rocha fica totalmente confusa.
- Peraí! Como pode ser isso? Tenho 150 anos e não tem como eu engravidar.
- Tens fé?
- Sim, tenho fé, mas, de que me adiantará ela se eu não tiver sorte?
Caveira, ou melhor, o espírito da caveira fica pensativo e diz.
- É verdade. Ataque um homem se não tiver outro jeito, entre tapas e beijos. Preciso renascer.
E a velha Rocha sai da presença do espírito de seu falecido marido Caveira e fica vagando pelos arredores da caverna fazendo gracinhas para chamar a atenção dos homens cavernosos. Coitada. Ninguém queria saber dela não. Faltava charme e glamour e, mesmo os cavernosos não sabendo o que representavam isso, queriam distância da velha.
Não teve outro jeito. Ela atacou o gorila Padilha e teve uma relação banana de boa com ele. E a velha Rocha se engravidou e aquela gente da caverna ficou admirada de vez. Chegou à conclusão de que, realmente, a velha Rocha era eterna mesma. E nasceu uma menininha nove meses depois. Cresceu e, até que ela era bonitinha.


doutorboacultural.blogspot.com/

















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