Afonso era um homem bonito, elegante e querido por todos. Um
homem bem sucedido na vida. Tinha uma pequena empresa que importava e exportava
deliciosos doces caseiros.
Afonso conheceu Aurora, coincidentemente logo na aurora; no
raiar do sol onde gaivotas voavam e cantavam na praia de Santos, (SP) um dos
litorais mais lindos e limpos do mundo. O homem da vida de Aurora passava por
lá de terno e gravata e sapatos engraxadissimos nos pés e, ela mexeu com ele:
- Psiu! Vem cá, homem! Tire esses trapos e venha curtir a
Aurora.
Afonso tirou a gravata, o terno, o sapato e as meias e ficou
ao lado de Aurora, uma morena deusa morena de primeira linha. Namoraram e já marcaram
o dia do casório. Como o amor é lindo, Jesus! E Maria Madalena?
Casaram-se no mesmo dia.
Aurora era uma pobre coitada. Nunca trabalhou na vida e não
sabia fritar um ovo, quem diria fazer um rango. Só que a bichana era muito
bonita.
Foram passar a lua de mel em São Vicente, uma cidade vizinha
de Santos. Na hora do “LOVE”, Afonso sente um sono
porreta, talvez por ter tomado altos porres de vinho.
- Amor, vou dar apenas uma cochilada. Depois você me tem, ou
seja: Love Me Tender.
Vixi, sô! Afonso fechou os olhos e roncou feito um velho
barrigudo e bicudo. E seus roncos eram altos, barulhentos e assustadores, além
de impertinentes. Aurora bate em sua cabeça, seus ombros e, Afonso ronca é
mais. O porteiro do hotel sem estrelas vem até o quarto verificar se está tudo
bem e pede pra maneirar no barulho porque os hóspedes dos quartos vizinhos
estavam reclamando.
Aurora pula em cima da barriga de Afonso e nada do homem
acordar. Urina no rosto dele e, nada do homem acordar. Danou-se! Não teve outro
jeito: o bocão de Afonso estava bem aberto e ela teve uma idéia genial: sentou
com seu bundão bem na boca de Afonso e soltou um peido lascado, daqueles bem
volumosos. Que crime! Deus que me livre!
Afonso morreu asfixiado com o peido de Aurora e, coincidentemente, na
aurora do dia.
Hoje, Aurora é uma grande empresária e da graças ao peido que
soltou na hora certa. Se esta moda pega, hein, sô!
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