segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O DONO DO MUNDO



Há certas coisas no mundo que é melhor nem falar muito, viu sô? Existe de tudo e, isso surpreende até os pernilongos que detestam luzes acesas e não voam tão alto como os urubus.
Dólar Euro Real surgiu, (sabe-se lá de onde), na grande capital de São Paulo, na companhia de seu único filhinho Dólarinho, um pentelho tão chato quanto aquele parasita do escroto.
- Papai, compra aquele prédio pra mim?
- O que é que você vai fazer com aquele predinho de cinquenta andares, meu filho?
- Brincar com meus amiguinhos.

E Dólar Euro Real, localiza o dono daquele prédio e é direto:
- Quero comprar o seu prédio.
Pereira, o dono do prédio diz arrogante:
- Meu prédio não está à venda.
- Não importa. Mesmo assim, eu quero comprar.
- Ah é? São dois milhões de dólares. Vai querer?
Dólar Euro Real sorri.
- Falou com o homem certo. Pagarei quatro milhões de dólares por ele, porém, desapareça para sempre da minha vida, pois, até teu caixão eu já comprei.
Vixi! Não é que aquele sujeito comprou o prédio de Pereira, mesmo, sô? Ficou lá, abandonado.
Dólar Euro Real e seu filhinho entram num restaurante finíssimo e se fartam de tanto comer. Arrotam e peidam, até que, chega um dos garçons.
- Senhor, por gentileza, não pode arrotar e peidar aqui.
Dólar Euro Real diz, arrogante.
- Despedido, geleia de ventre. Eu comprei esse restaurante, portanto, ele é meu.
Vixi! O que é isso? Dólar Euro Real tinha comprado mesmo aquele restaurante, sô!
Dólar Euro Real e seu filhinho passeavam por um parque da grande São Paulo, quando, de repente, o pentelhinho o surpreende:
- Papai, compra aquele molequinho pra mim?
- Que diabos você vai fazer com um molequinho tão feio daquele, meu filho?
- Eu quero enche-lo de porrada, porque não fui com a cara dele.
- Tudo bem. Vou falar com o pai dele.
E o pai daquele molequinho fica muito zangado, é claro:
- O senhor está louco? Jamais venderei meu filho! Isso é pecado.
- Pecado é o senhor recusar cem milhões de dólares pra ficar com esse grude na vida.
O pai daquele molequinho arregala os olhos.
- Cem milhões de dólares?!
- É pegar ou largar.
- Eu pego.
E por cem milhões de dólares, aquele pai desnaturado vende seu filho. Numa das mansões de Dólar Euro Real, aquele molequinho comprado apanhou tanto do pentelhinho, sô! Deu até pena, viu? Depois, o pentelhinho enjoou dele e deu-lhe um pontapé do traseiro, mandando-o embora.
O hobby de Dólar Euro Real era comprar tudo: até mesmo o que não era interessante ele comprava. Comprou até as meias usadas que nunca foram lavadas do falecido mega star Michael Jackson; o cuecão de Elvis; a receita e o bolo prestígio de Lúcia; o Diário do Nenê, relíquia que era guardada a sete chaves por Wilma, a irmã do Nenê, enfim, o homem comprava tudo. Era amanhecer o dia e ele e seu filhinho saía pela cidade à procura de vendedores, que ficavam felicíssimos, é claro.
Certo dia, o trilionário Dólar Euro Real e seu filhinho Dólarinho foram fazer um passeio no sertão do Piauí. Vixi! O pentelhinho não gostou daquele lugar não, sô!
- Papai, que fedor nos ares é esse? Parece até que cagaram no mundo.
- É o cheiro da pobreza, meu filho. Comprarei todo este sertão e bilhões de barris d’água e vou fazer chover aqui feito o dilúvio que afogou o boi que só pensava em vaca. Vou dar um banho nesses flagelados e limpar toda esta carniça. Farei este sertão virar mar. Você vai ver o que é que o meu dinheiro não é capaz de fazer.
E Dólar Euro Real comprou aquele sertão do governador do Piauí, que por sinal, ficou muito feliz. E bem no centro daquele sertão, Dólar Euro Real mandou construir um piscinão de cinco mil metros e mandou encher de água. Vinham barris d’água até da Coréia, Japão e China. Tinha água pra beber, pra bebê, velho, branco, negro, ruivo e louro; pra lavar os pés, as bolas do saco e, isso deixou a sertanejada muito feliz, é claro.
Dólar Euro Real mandou plantar árvores artificiais pra darem sombra pros coitados. O sol desistiu de bater lá porque a sertanejada já não mais chorava. Eta, sol malvado da peste! Agora era só alegria. O sertão foi batizado com o nome de: “O Paraíso das Sombras”.
Sucedeu que, um dia, Dólarinho ficou muito doente. Comeu um casal de grilos vivos e bagunçou tudo por dentro da barriga do moleque. E ele pulava, gemia e peidava e, seu pai muito preocupado o levou para o melhor médico do mundo, tal de Dr. Pereba. Nada feito. Dólarinho contraíra uma doença incurável. O pai do moleque não queria aceitar.  Comprou o maior hospital do mundo: o Baragwanath, em Soweto, África do Sul e contratou médicos do mundo inteiro, porém, não teve jeito não, sô! Seu filhinho morreu no colo do pai.
Dólar Euro Real ficou tão desgostoso da vida que pegou todo o seu dinheiro e deu pras avestruzes brincarem. Elas comeram tudo. Mas, Dólar Euro Real ainda tinha impérios, castelos e também o cuecão de Elvis. Ele deixou tudo aí pra quem quiser. É pegar ou largar. Quer pegar? Sem seu único filhinho ele não conseguiria viver. Subiu no pico da torre Eiffel de Paris( não se sabe como ele conseguiu fazer isso) e, pulou com destino a morte. Coitado, sô! Pena que o dinheiro não compra a vida, não é?

doutorboacultural.blogspot.com/











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