segunda-feira, 23 de setembro de 2013

IRMÃOS DO FOGO


Sabe aqueles dias de inverno, de frio intenso em que é comum a gente encontrar lagartixas mortas de barriga para cima; passarinhos tristes, sem cantar; os velhinhos batendo o queixo, queixando-se de suas doenças como reumatismo, artrite, artrose e outros males? Nesses dias, para aqueles que amam o inverno assim como eu, vestir um casaco ou um sobretudo cai bem, aquece, combina com o clima e, sem dúvida, deixa a gente elegante, concorda? Por outro lado, pelas ruas da cidade, deparamos com alguns, (não são muitos) os quais chamo de irmãos do fogo.
Existem certas criaturas neste gigantesco, esplêndido e fabuloso universo, que, sinceramente, me metem medo. Isto porque sou uma pessoa normal. Cito certos homens que desafiam o próprio tempo. Presumo que estes seres querem provar sua masculinidade ou exibirem seus corpos para outros. Isso é ridículo e não tem a menor graça. “Quem exibe aquilo que tem por fora, nada de valor tem por dentro”. Querem provar pras meninas que são heróis, vão comer gelo. Vão refrescar suas bundas na neve ou então, injetarem em seus retos picolés com sabores de frutas diversos, diferentes, porque, sem dúvida, presumo que eles estejam quentes e ardentes.
Geralmente estes machões de faixada não são nem um pouco delicados, gentis e educados porque acham que isso são coisas de boiólas. Satisfazem-se levando a vida nas porradas, numa grossura capaz de violar as leis da natureza. Desafiam o próprio tempo. São doentes, só pode.
O homem de bom gosto, aquele que tem estilo, charmoso e elegante, passa por perto destes “lixos humanos”, usando, quem sabe, um lindo sobretudo, um cachecol e, os tais machões da faixada, quando não dizem, insinuam: “Olha o boióla lá”. Lamentavelmente, tem mulheres que amam este tipo de criatura, de grossura. Sentem-se fêmeas protegidas por serem casadas com machos. Por isso é que eu sempre digo que gosto se discute sim. Para quem não sabe, cães e cadelas, na regra geral, adoram comer fezes humanas, em especial, as dos bebês que têm um sabor concentrado de leite, presumo. Fico imaginando quando estes peões calorentos chegam do serviço em suas casas e resolvem refrescar seus pés tirando seus botinões de borracha. Pros ratos e baratas, o cheirinho é idêntico ao da bolacha e, pra muitos animais, o cheiro é dos legítimos queijos coloniais. Vão lavar seus pés, suas imundícies.

Os irmãos do fogo são insensíveis e, não sabem brincar, exatamente como é o fogo. São estúpidos e não perdem tempo com diálogos, porque, na verdade, nem sabem dialogar. Geralmente, são aqueles que coçam o escroto, escarra, arrotam e peidam em público. São nojentos. Brigar, para eles, é coisa de macho e, tudo aquilo que vem da educação, da boa educação é frescura e coisa de boióla. Em suma, são os legítimos irmãos do fogo. Isso me dá nojo.


doutorboacultural.blogspot.com/

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