Marie
Joeli era uma mulher muito linda. Sua presença era tão significante feita uma
gostosa goiabada em caldas. Riquíssima e, digo mais: bilionária. Nasceu em
Paris, na França, onde foi parida por sua mãe Aline, casada com o trilionário
Gilbert que colecionava, por hobbie, pedras preciosas como: ametista, ágata,
diamante, esmeralda, granada, jade, jaspe, pérola, ouro e muitas outras.
O
homem gostava tanto de pedras preciosas que não resistiu: engoliu várias delas
e, é claro que ele morreu, porém, como uma terça parte da vida é doce, deixou
uma gorda e melada herança para sua esposa Aline e sua única filha Marie Joeli.
Pena
que a vida é curta, amados. O dinheiro pode não comprar tudo, mas, garanto que
quase tudo ele compra. Pensem na infância de Marie Joeli. Ela brincava com
bonecas de ouro voadoras; papagaio de diamante que só falava verdades
preciosas. Seu quarto era um palácio e, imaginem o restante do substantivo domicílio,
cujo nome parece ser meio pobre.
Marie
Joeli tinha pavor de gente pobre, principalmente daquelas que adoram contar
dramas. Ela olhava com desdém para os 144 mil rapazes que queriam namorá-la.
Tinha rapaz de todo tipo, porém, quem fosse pobre morria na fila.
Marie
Joeli era muito vaidosa. Seu maior prazer era pisar nas feias e, cito isso,
literalmente mesmo. Era uma mocréia ou uma lacraia cruzar o seu caminho que ela
já pisava na cabeça até sangrar.
O amor não é um bichinho bonzinho como muitos pensam. Só faltava o amor
(não o de Zezé Di Camargo) para completá-la. A vida de Marie Joeli estava
ficando muito rotineira e ela queria sair da maldita rotina, fazer algo
diferente, entende? Fez uma viagem para o lugar mais frio do mundo onde ninguém
conseguiu chegar até lá, só ela. Fica lá nos confins do Pólo Sul.
Lá,
ela conheceu Gerlin Gelin, o homem de gelo. Apaixonaram-se no ato e já se
rolaram na neve e fizeram amor. Aquilo sim era algo diferente que tanto Marie
Joeli queria fazer.
Marie
Joeli se casou com aquele homem e o trouxe para Paris. O homem de gelo estava
adorando não só Paris como toda a Europa, porém, Marie Joeli estava achando
tudo aquilo rotineiro demais. Levou seu amado para conhecer o Brasil,
especificadamente o Rio de Janeiro, Carnaval, praias e tudo mais.
Tristeza
do Jeca é outra história. Não demorou muito e, lamentavelmente, Marie Joeli
voltou sozinha para Paris e chorou durante quarenta dias e quarenta noites nos
ombros de sua mãe Aline, que era muito amorosa e compreensiva.
-
Mas, o que aconteceu com Gerli Gelin, minha filha? Vocês se amavam tanto.
E
Marie Joeli jogou todas as etiquetas, bons costumes que aprendeu pros ares.
Pulou, babo, encheu sua mãe de porradas e disse aos gritos:
-
Ele derreteu, mamãe!
Caramba!
Fico aqui me perguntando: O que é que deu na cabeça de Marie Joeli pra levar
seu amado homem de Gelo logo pro Brasil, meu Deus? Se ele fosse irmão do fogo, tudo
bem, mas era o homem de Gelo. Sem dúvida, derreteu, é claro.
doutorboacultural.blogspot.com/
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