Numa
cidadezinha chamada “Recolhe” (já fora do mapa geográfico), no interior de
Minas Gerais, haviam pouquíssimas casas. Uma delas, era a mansão de João, o
caipira tranquilo e, as outras doze, eram barracos cobertos com telhas de Eternit.
João
era casado com Joanésia (a rainha das caipiras) e, o casal só tinha uma filha:
Joana. Eta, menina bonita, sô!
Joana
tinha em seu quarto, um big de um computador e, acesso a internet. Fez um
círculo de amizades mundial no tal do twitter, Orkut e face book.
É
importante: um aviso do Dr. Boa: Papais e mamães, verifiquem com quem seus
filhinhos estão conversando na internet, pois, isso pode ser muito perigoso.
Joana
se trancava em seu quarto e, só saía da frente de seu computador para urinar e
defecar. A peste da moleca era mais viciada nas teclas do que coceira nas
frieiras dos pés ou no reto da nenê bichado de vermes.
Joanésia,
sua mãe, ficara preocupada.
-
Fia,
o que é que tem de tão interessante nesse computacomdor que ocê não larga dele nem pra coçar os péis
de vosso pai?
Joana
tira a mãe aos tapas de seu quarto.
-
Vixi cruz! Peidou Jesus? Já mamei mamãe. Agora estou conversando com um amigo
muito importante e não posso lhe dar atenção.
Nossa!
Que amigo tão importante seria aquele, sô? Joanésia foi ter uma conversa séria
com João, seu maridão que estava tranquilão com sua bunda gorda sentada no vaso
sanitário.
-
João, é ocê? Tua fia deve de tá com sem-vergonhice no quarto. Me tocou de lá como se eu
fosse cadela sarnenta entrando no Pranaltro do Palhaço do Lula.
E
João, tranquilo, do privativo luxuoso responde:
-
Deixa a bichinha Joana em paz, mulher.
E
a caipira Joanésia, movida pelos vírus caipiródromos, invade o quarto da filha
Joana como peidos em festas de bolos.
-
Deixa eu vê com quem que ocê conversa tanto nesse computacomdor.
-
Não mamãe! Não mamãe!
Joanésia
tinha pouquíssima leitura, quer dizer: conhecia as letras de A a Z, embora não
soubesse juntá-las. Mas, ela viu uma figura estranha e, ao lado dela, duas
letras bem grandes: ET. Vixi! Como ela tinha uma língua maior do que uma
musculosa e robusta perereca, correu pra contar pra vizinhança.
-
Ajudem-me! Minha fia tá namorando um ET.
E
a caipirada temia e comentava:
-
ET não é o tal do: E tá na terra?
-
ET não é o tal do Esquadrão Terrorizante?
-
ET não é o tal do Espião da Terra? Ou será: Eunuco Tarado?
Vixi!
Até a policinha da cidade vazou de lá. A vizinhança caiu fora também, sô! Só
ficou Joana na cidade, pois, até os bunda-moles de seus pais vazaram dali.
Joana achou foi bom. Agora, finalmente, poderia receber em sua mansão ET, ou
seja: Etelvino Teodoro, o grande amor de sua vida. Casaram-se e foram felizes
para sempre. Como caipira é bobo, né sô?
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