Elisa, uma jovem muito bonita chamava a atenção de muitos rapazes. Loura de olhos claros, cabelos longos e lisos, enfim, um “pêssego”.
Ilusório se iludiu com Elisa no interior do jardim zoológico de São Paulo, onde a jovem dava pipocas aos macacos. Trocaram umas idéias e deram início a um namoro sério.
Elisa era uma moça evangélica, séria, sem essa de ficar passando a mão, porque não podia, antes de casar. Casaram-se logo, por alegria do pastor Oséias, pai da jovem Elisa.
Ilusório tinha um bom dinheiro na poupança e foram passar a lua de mel em Paris, na França, que era o sonho de Elisa conhecer.
Na suíte de um luxuoso hotel, o casal sentadinho numa cama redonda, Ilusório tira as botas de sua amada, pois, ele era podólotra e, queria acariciar os pés de sua princesa. Vixi, sô! Danô! Elisa não tinha pés, ou seja: tinha, mas, eram de plásticos, daqueles bem duros como bonecos de 1.99. Ilusório ficou horrorizado, é claro.
- Não me contou que seus pés eram de plásticos, amor.
- Não lhe contei porque você não me perguntou. Minhas pernas também são mecânicas. Um trem na mais alta velocidade esmagou minhas pernas e pés, mas, eu sobrevivi. Glórias a Deus! Inclusive, amor, ajude-me a tirá-las. Estão incomodando.
Vixi! Elisa sem pernas e pés ficou estranha. Ilusório estava horrorizado, mas, não quis demonstrar isso a ela que lhe pediu um beijo.
- Beije-me amor.
Nossa! As bocas dos dois sangraram e feio. É que a língua de Ilusório ficou presa num dos ganchinhos da prótese dentária de Elisa.
- Não me contou que usava prótese dentária, amor.
- Não lhe contei porque você não me perguntou. Uso em cima e embaixo. Fui assaltada quando voltava da igreja e, os bandidos encheram-me de porradas na boca só porque gritei por Jesus. O importante é que eu sobrevivi. Glórias a Deus! Inclusive, você não se importa se eu tirá-las, não é?
Elisa tira suas próteses móveis e, vixi! Ficou feia, sô! Ilusório estava horrorizado e não parava de se coçar.
- Amor, tire minha blusinha?
Ilusório, com as mãos trêmulas, tira a blusinha de Elisa. Xii! O que era aquilo? Seios de plásticos também?!
- Elisa, não me contou que tem seios de plásticos.
- Não lhe contei porque você não me perguntou, amor. Câncer de mama levou os meus legítimos, mas, o que importa é que eu sobrevivi. Glórias a Deus! Inclusive, me deixa tirá-los porque estão me incomodando.
De repente, Ilusório se apavora de vez. Vê uma mangueirinha próxima ao umbigo de Elisa, junto de uma bolsinha de plástico.
- O que é isso?!
- Pois é, amor. Não tenho vagina e nem reto. Urinas e fezes saem pela mangueirinha. Isso aí foram uns tiros que levei, mas, o importante é que eu sobrevivi. Glórias a Deus! Inclusive, amor, troca a bolsinha pra mim? Acabei de defecar.
Vixi! Ilusório estava pálido de tanto medo. De repente, ela tosse e espirra e voa seu nariz e sua peruca. O que?! Ilusório está correndo até hoje.
Coitada da moça, gente! Pra ficar naquele estado, brincando de viver, não seria melhor ela morrer?
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