Pense bem: existe algo que possa ser mais forte do que o ódio? Talvez, você possa dizer que é o amor. Realmente, o amor é mais forte do que o ódio, porém, o que pode ser mais forte que “ódio”, sem artigos para defini-lo?
Amanda era uma jovem muito linda, encantadora. Tinha sonhos como qualquer pessoa de bem, que ama, acredita e respeita a vida, tem. Aos 19 anos, cursava Direitos na PUC (Pontifícia Universidade Católica), em Curitiba, capital do Paraná. Sim, o seu grande sonho era o de ser juíza.
Amanda era dócil, tinha bons amigos e era querida por todos, principalmente por seus pais Renaldo e Ruth, que lhes mimavam demais, por ser a filha única deles.
Há quem pregue que o destino somos nós quem o fizemos, porém, que trágico destino teve Amanda! Ela, como ninguém, não esperava que o perigo rondasse a sua vida repleta de sonhos que, em suma, mudaria toda a sua história. Às 22h45 min quando ela saía da Universidade para retornar a sua casa, fora abordada por um marginal de alta periculosidade. O bandido apontou o revólver na testa de Amanda e, assim, entrou no Kadett dela.
- Cale-se ou morrerá, princesa.
Amanda ficou imóvel de tanto pavor e medo. O marginal conduz o carro até a cidade de Capina Grande do Sul, região metropolitana de Curitiba, aproximadamente 20 km da capital.
- Vamos dar um passeio, princesa. Fiquei preso por oito anos e, você não faz ideia como estou necessitado de mulher. Se você se comportar como uma verdadeira princesa, não vou te matar, ok?
E aquele marginal entra por uma rua bastante deserta, matagais de ambos os lados e, Amanda suava fria, chorava e implorava para que ele não a machucasse; poderia levar seu carro e todo o seu dinheiro, mas, que a libertasse. Bem no seio de um grande matagal havia um cativeiro, algo que já fora preparado por ele. Amanda suplicava:
- Por favor, não faça mal.
E ele, estupidamente da uma coronhada na cabeça de Amanda que desmaia.
- Já falou e chorou demais, princesa. Descanse.
Quando Amanda acorda, o marginal já havia a despido e acariciava seus seios. Ela estava amarrada sobre uma cama. Sentiu muito nojo daquele marginal.
- Sabia que esses olhos de ódio me atraem, princesa? Já fumou um baseado?
Amanda diz com muito ódio:
- Não curto drogas e você é psicopata.
O marginal acaricia a vagina de Amanda e, ao mesmo tempo, enrola um baseado.
- Vai ficar calminha, pode apostar que vai, princesa. Vai curtir um baseado comigo e vai descobrir que isso é o melhor “relax” do mundo.
- Eu não vou curtir nada com você, seu monstro.
O marginal da um trago no baseado, olha para Amanda e diz:
- O pior é que vai, ta ligada?
Que aflição! O marginal obriga Amanda a provar daquela droga a força, sob tortura. Ela, totalmente indefesa, expele lágrimas de ódio de seus lindos olhos verdes.
- Segure a fumaça por alguns segundo em seus pulmões pro baseado subir na cabeça.
O celular do marginal toca e ele atende. Amanda fica atenta no diálogo dele com um traficante do outro lado da linha. Graças ao “viva voz”, ela guarda os nomes, ou melhor, os apelidos daqueles marginais: Demo e Caveira.
- Então, Caveira, eu tenho um Kadett zero bala no negócio, ta afim?
- Então, Demo, quando vai estar no bar do Julião?
- Sábado à tarde.
- A gente se cruza lá depois das três.
Assim que o diálogo é interrompido, Demo violenta Amanda da forma mais bruta.
- Pode gritar, princesa. Aqui nesse lugar só os bichos vão te ouvir.
Demo estupra Amanda sob muita tortura e, nessa hora, ela deseja morrer. Amanda chora e, desta vez, implora para que ele a mate. Depois do estúpido abuso sexual, ele sai para dar umas voltas.
- Depois tem mais, princesa.
Meia hora depois, ele obriga Amanda a fumar um cigarro.
- Não fumo, seu monstro.
Demo bate com violência nos lábios de Amanda.
- Está muito mal educada pro meu gosto, princesa. Vai fumar na marra.
E ela tosse muito e chora, odiando toda aquela maldita pressão sob tortura.
A vida de Amanda, seus sonhos e objetivos morreram ali, provavelmente. Será que esta jovem tão meiga, linda e encantadora conseguiria superar tudo o que sofrera? Demo a obrigava a comer comidas estranhas como morcego assado e outras; urinava sobre seu corpo, espancava-a, estuprava-o por puro prazer sádico e doentio. Ela, constantemente desejava morrer.
Numa manhã, Amanda acorda com a entrada de um cachorro do mato naquele cativeiro e, Demo não estava ali. Ela mal podia abrir seus olhos de tão inchados que estavam e, também não temeu aquele cachorro que cheirava todo o seu corpo que estava amarrado.
- Se foi Deus que te enviou aqui, tire-me daqui, cachorrinho.
A natureza dos bichos realmente é fabulosa. Como é que um animal irracional feito aquele cachorro do mato entendeu que aquela jovem estava em apuros? Com os dentes afiados, o cachorro conseguiu desfiar as cordas de nylon, que prendiam braços e pernas de Amanda.
- Obrigado, cãozinho.
Amanda, totalmente tonta, ao se levantar, tropeça em algo. Era o celular de Demo. Ela ouve passos, rapidamente corre nua daquele cativeiro e se afunda no imenso matagal. Estava com o celular nas mãos, mas, não acionou a polícia. Ligou para o seu pai a cobrar. Pediu a ele que não avisasse a polícia.
- Mas, onde você está minha filha, pelo o amor de Deus?
- Eu não sei que lugar é esse, meu pai! Não vou te perdoar nunca se acionar a polícia. Estou nua, imunda. Fui estuprada e não sei como sair daqui neste estado.
Renaldo, seu pai, tenta acalmá-la:
- Não diga mais nada, minha filha. Se conseguiu se livrar das mãos do marginal já foi um grande passo. Não vou acionar a polícia. Eu prometo. Tente descobrir que lugar é esse e volte a me ligar. Cuidado. Seja lá onde você estiver, eu vou te buscar, minha filha.
A roupa de Amanda estava no cativeiro, mas, como voltar lá? Seria arriscado demais e, ela poderia perder a sua vida. Encheu de coragem e foi. Por sorte, Demo não estava lá e, talvez, nem voltaria mais. Amanda veste sua calça jeans, sua blusa, calça seus tênis e sai daquele lugar. Minutos depois, ela consegue sair daquele matagal, anda por uma rua deserta até chegar numa avenida. Liga a seu pai, emocionada.
- Estou em Campina Grande do Sul, pai.
Marcou o local que ficaria aguardando seu pai e, em menos de uma hora, ele já estava lá.
Amanda chora muito dentro do carro, abraçada com seu pai. Em lágrimas desabafa ao pai tudo o que sofrera nas mãos de Demo. Foram cinco dias de tortura.
- A polícia vai querer saber onde esteve nesses cinco dias, minha filha. Dei parte do seu desaparecimento.
- Pelo amor de Deus! Diga qualquer coisa para a polícia, menos a verdade do que me aconteceu. Eu quero pegá-lo e você, vai me ajudar.
- Mas, como?
De repente, o celular de Demo, que estava em poder de Amanda, toca. Ela respira fundo e atende. Era uma mulher.
- Alô, meu filho. É a sua mãe.
- Alô. Sou a namorada dele. Como é mesmo o seu nome?
- Jandira. Não sabia que Demétrio estava namorando. Como é o teu nome?
Amanda pensa rápido e diz:
- Débora.
- Meu filho está por perto?
- Pensei que ele estivesse com a senhora. Faz uns três dias que não o vejo e estou preocupada.
- Meu Deus! Ele te falou do Julião? Você conhece? É meu sobrinho e tem um bar aí em Curitiba. Ele costuma frequentar lá.
- Não conheço esse Julião, dona Jandira. Curitiba é muito grande. Onde é que fica esse bar?
- Na vila Capanema.
- Vou dar um pulo até lá. Beijos, dona Jandira.
E Amanda desliga o celular e diz a seu pai:
- Foi mais fácil do que imaginei, pai. Pelo prefixo, a mãe desse monstro ligou de São Paulo; o nome desse demônio é Demétrio; tem um primo chamado Julião (isso eu escutei ele falando no celular) que tem um bar na Vila Capanema.
- O que pretende fazer, minha filha? Isso pode ser muito perigoso. Será que não estão armando uma cilada para você?
- Impossível. Demo deve estar fazendo negócio com meu carro e, talvez nem saiba que eu fugi daquele cativeiro. Dona Jandira está aqui na agenda do celular e, olhe só: mãe Jandira e, abaixo está Julião, está vendo?
- Sim, afinal, o que pretende fazer?
- O pai tem uma chácara em Araucária, certo? Esse demônio vai passar uns dias lá comigo.
- Você está louca? Como? Vai matá-lo em minha chácara?
- Para que eu volte a viver, ele precisa pagar por tudo o que me fez. Prometo estudar para ele um final diferente do meu. Vai me negar isso, papai?
- Nunca te neguei nada, minha filha. Só não sei como é que vamos pegá-lo.
- Mas, eu sei.
Amanda, muito inteligente bolou um excelente plano que deu certo. Lembrou-se que Demo estaria no tal bar no sábado a tarde, como combinou com Caveira.
- É aquele sujeito de tênis e boné brancos. Vá até lá e faça exatamente aquilo que combinamos.
Renaldo, pai de Amanda, toma uma cerveja naquele bar, se aproxima de Demo, tem desejo de matá-lo, mas, não iria estragar o plano da filha. Força uma amizade com Demo e, depois da segunda cerveja, ele joga a isca.
- Tenho um pó da hora, mais uns papelotes de baseado e, vou dar por qualquer bagatela porque minha mãe vai passar por uma cirurgia e...
- Não precisa explicar o porquê, compadre! Quanto quer na parada? Droga é sempre benvinda. Está aí com a parada?
- Está louco?
- Está vendo meu carro naquela esquina? Moro há seis quadras daqui. Vamos nessa?
- Vamos lá ver a parada, compadre.
Demo, sem pressentir perigo entra no carro de Renaldo e não vê Amanda que estava no banco de trás agachada. Ela dá uma forte coronhada na cabeça de Demo que desmaia.
- Eu mesmo algemo este crápula, pai.
E Renaldo segue com o carro para a cidade de Araucária, uns 30 km distante de Curitiba. Ainda no caminho, Demo acorda e fica surpreso quando vê Amanda.
- Meu Deus! É você?
- Pois é, seu monstro, sou eu mesma e você está numa enrascada das piores.
- Estão me levando para a polícia?
- Polícia? Não, meu querido! Não somos tão ruins assim. Estamos indo para uma chácara. Vai passar uns dias lá.
Chegando à chácara, Renaldo dá fortes pancadas no corpo de Demo que cai ensanguentado no chão. Ele tira sua roupa e o pendura numa cruz e, quem bate os pregos em suas mãos e pés é Amanda. Demo grita horrorizado de tamanha dor.
- Pode ir embora agora, papai.
- Tem certeza, minha filha?
- Confie em mim. Tudo terminará bem.
E Renaldo vai embora.
- Qualquer coisa, me ligue.
Demo passa as horas mais tensas de sua vida, pendurado naquela cruz. Amanda o tortura em todos os sentidos.
- Está se sentindo como Jesus, demônio?
Amanda tira de sua bolsa vários maços de cigarros e pergunta a Demo:
- Deseja fumar um cigarrinho antes de morrer?
- Por favor, não me mate. Eu não matei você e jamais faria isso. Aceito um cigarro sim, dona.
- Não me chama mais de princesa?
- Posso te chamar, se a dona quiser.
Amanda bate fortemente nos lábios de Demo.
- Vá pro inferno, seu miserável.
Em seguida, ela joga álcool nuns dez maços de cigarros.
- Que pena! Vou ter que queimá-los porque você não vai poder fumar. Suas mãos estão presas e, não está achando que eu vou colocar e tirar cigarro de sua boca, não é?
Demo estava com muita dor e sangrava. Amanda pega um pedaço de pau e introduz no ânus de Demo e ele grita muito alto e implora para que ela não faça isso:
- Pelo amor de Deus, moça! Não faça isso! Me perdoe. Eu te suplico: me perdoe!
- É claro que eu vou te perdoar, Demétrio.
- Eu só preciso de um pouco d'água. Por favor, eu imploro por um copo d'água.
- Você não me deixou com sede naquele cativeiro. Então, como sou generosa, vou lhe dar um pouco d'água.
Amanda toma uma garrafinha gelada d'água.
- Que pena! Vai ficar sem água, Demo. Lembrei que suas mãos estão presas e, não está achando que eu vou dar de beber em sua boca, não é?
Demo chora muito e Amanda volta a introduzir aquele pau em seu ânus.
- Por favor, dona! Tudo menos isso. Mate-me então.
- Quer morrer? Eu lhe pergunto: O que é que uma criatura feito você teve que vir ao mundo? Responda-me. Um ser que agride, que violenta, rouba, estupra, etc; não merece viver. Quer morrer?
- Eu quero, dona. Mas, quero que me perdoe por tudo o que lhe fiz.
- Eu já lhe disse que vou lhe perdoar, não disse? Só que, antes vai ter que me pagar pelo que me fez.
- Por favor! Como posso lhe pagar? Lhe dou uns endereços, minha mãe é bem de vida e, ela vai lhe dar muito dinheiro se me libertar...
- Não disse-me que queria morrer?
- Sim, mas, como posso lhe pagar se eu morrer?
- Sua morte me dará vida, demônio. Quer um pouco d'água?
- Por favor, eu quero.
Amanda joga álcool da cabeça aos pés de Demo.
- Só tenho álcool agora. Comece a rezar, pois, sua hora está chegando. Enquanto o fogo te devorar da cabeça aos pés lembre-se de tudo o que me fez e, também o que fez com muitas outras pessoas. O fogo maior te aguarda no inferno. Eu te perdoo.
E Amanda acende um palito de fósforo e joga sobre o corpo de Demo que grita horrorizado. Ela assiste os longos minutos de agonia de Demo.
- Quer água?
Demo não consegue mais falar. O fogo devora todo o seu corpo e, ele morre da forma mais triste e drástica que alguém possa imaginar.
Amanda liga para o seu pai.
- Papai, venha me buscar. Estou morrendo de saudade dos meus amigos, dos meus estudos, enfim, da minha vida. Agora sim, posso dizer que não há nada que seja mais forte do que ódio do que o perdão.
E Amanda volta com seu pai para Curitiba, satisfeita e vitoriosa.