Meu nome é Jéssica. Eu amava meu pai. Para mim, o homem mais
perfeito que já pude conhecer em vida. Minha mãe faleceu quando eu era uma
criança. Eu tinha três anos, mas, lembro-me bem do rosto dela. Uma mulher bem
amada sim. Seu semblante dizia tudo.
Cresci aos mimos do meu pai. Tinha este homem como o meu
herói. Deu-me excelente educação e, acima de tudo, muito carinho e amor. Fui
sua única filha.
Aos dezesseis anos conheci um rapaz dez anos mais velho do
que eu. Foi assim, amor à primeira vista. Ele frequentava assiduamente minha
casa e, meu pai gostava muito de conversar com ele. Com a permissão de meu pai,
começamos a namorar.
Eduardo era a minha paixão. Fazia-me feliz em todos os
sentidos. Não me casei com ele, porém, não foi necessário isso para que vivêssemos
juntos como marido e mulher. Se meu pai amava-me, amava também a Eduardo. Aliás,
nunca vi antes duas pessoas se darem tão bem como meu pai e meu namorado.
Numa noite, rolou em casa um churrasquinho e bebida, só entre
nós. Fui pra cama mais cedo, pois, já estava tonta de tanto beber. Dormi.
Literalmente, me apaguei. Acordei de madrugada, ainda muito zonza e, Eduardo
não estava ao meu lado. Ouvi vozes, sussurros e gemidos que vinham do quarto do
meu pai. Fui checar o que estava acontecendo e, me surpreendi de tal maneira
que senti nojo da vida. A cena que eu vi era estupenda demais. Eduardo, sim, o
meu namorado transava com meu pai. Os dois sem vergonhas não me viram. A luz
estava apagada e, a porta do quarto do meu pai estava entreaberta. Como se nada
tivesse acontecendo voltei para o meu quarto, para minha cama e voltei a
dormir.
Dias depois, Eduardo levou-me para uma chácara de seus avós,
situada no Mato Grosso, um lugar deserto, como se isolado do mundo. A casa era
imensa. Tinha vários quartos e, para minha surpresa, fiquei aprisionada num dos
quartos. Como a vida nos surpreende! Aquele homem que eu tinha como um deus era
um demônio ou o próprio Diabo. Duvido que alguém em vida foi tão humilhada,
passara tantas horas de aflição como eu. Fui torturada, abusada sexualmente,
violentada e, da pior forma. Eduardo, sadicamente, dominado por um prazer
diabólico me queimava com cigarros. Obrigava-me a ingerir bebidas alcóolicas e,
pior do que isso: vomitava, urinava e defecava sobre mim. Nessas horas, eu
estava convicta de que Deus era uma lenda e, que nunca existiu.
Como se não bastasse tanta tortura, tanto sofrimento, aquele
monstro, puxando meus cabelos levou-me até o pasto. Era de madrugada. Um cavalo
me dominou. Não! Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo comigo;
Sangrei muito. Desejei morrer, pois, eu não iria conseguir continuar vivendo
depois daquilo. Depois de dominada pelo cavalo, o monstro levou-me novamente
para o quarto dizendo friamente:
- Tem uma visitinha pra você. Espero que goste.
Era o meu pai. Aquele que era o homem mais perfeito que eu
achava. Ingenuamente, pensei por instantes que ele viera me buscar. Perdi a
noção do tempo. Não sei ao certo e, nunca vou saber quanto tempo eu estava
sendo escrava daquele monstro. Meu pai abusou sexualmente de mim e, na frente
do crápula do meu namorado.
- Sempre tive esse desejo de penetrá-la, filhota.
Que nojo! Tive vontade de matar esses dois demônios e, fiz
isso depois que acordei deste sonho que, literalmente, deixou-me louca.
Primeiro enforquei Eduardo que dormia a meu lado. Depois, com o auxílio de uma
faca fiz picadinho do meu pai.
Hoje estou num sanatório e, acho que este é o meu lugar.
Não seja vítima de sonhos como eu fui. Se de fato a vida é
única, viva intensamente cada momento, cada minuto, pois, um dia ela finda. Não
tome decisões precipitadas. Ao acordar de um sonho, respire fundo antes de se
levantar da cama. Sendo ele, mal ou bom, lembre-se: foi apenas um sonho.
doutorboacultural.blogspot.com/
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