Há milênios, cito uns 500 mil anos atrás, o homem, na regra
geral, vivia como um bicho selvagem. Apesar de ser racional, sua mente não era
criativa, vivia perturbada; não tinha capacidade para discernir aquilo que era
bom ou ruim.
Numa caverna morava Cavernildo, (um homem tão feio feito um
capeta chupando manga), sua mulher Pedreira (feia feita à encarnação viva do
Diabo ressuscitado), seus filhos Pedreirinho e Rochinha.
Certo dia, Cavernildo achou sobre as pedras das ruas em que
andava um pequeno espelho e trouxe para sua caverna. Ficou admirado olhando
para aquele pequeno espelho e fazia caretas assustadoras sem notar que sua
mulher Pedreira a vigiava.
- Por que é que essa imundície olha tanto para aquela coisa?
Estará por acaso me traindo com Madonna, a mulher do futuro?
Cavernildo deixa aquele pequeno espelho sobre sua cama de
pedra e sai pelas matas para assustar os macacos, que era seu hobbie. Sua
mulher Pedreira pega aquele pequeno espelho e fica indignada com o que vê.
Chora feito um bezerro e corre pros braços de Cavernosa, sua mãe.
- Mamãe! Olha só com quem é que este crápula está me traindo.
Cavernosa olha para aquele pequeno espelho e fica mais
indignada ainda.
- Que horror, minha filha! Essa é a imagem do capeta em vida.
Nunca vi algo tão feio, terrível e assustador como esta figura.
Cavernosa chama sua mãe, a velha Rocha que, ao olhar para
aquele pequeno espelho fica muito mais indignada ainda.
- Cruzes! Isso aqui parece o esperma do Diabo. Minha neta
merecia coisa melhor. Vamos esperar esse maligno chegar para dar explicações.
Pedreirinho também olha para aquele pequeno espelho.
- Por essa eu não esperava, meu pai.
Mas, sem dúvida, dá mil a zero na
mamãe.
Sua mãe Pedreira lhe dá uma pedrada na cabeça que, por pouco
não o mata.
E assim, Cavernildo chega das matas trazendo cachos de
bananas para o almoço e se assusta ao ver sua grande família com paus e pedras
nas mãos. Pedreira, sua mulher, nervosa feita uma cadela velha e raivosa lhe
entrega o pequeno espelho e exige uma explicação.
- O que é que significa isso estrume de pulga? Tantos anos de
caverna! Nossos corpos se rolando nas pedras de nossa cama e, sobre a cama eu encontro
essa figura? Você está me traindo com este capeta chupando manga? Não há como
negar, safado! A prova está aí em suas mãos.
Cavernildo tenta se justificar.
- Eu achei esta coisa sobre as pedras, eu juro! Confesso que,
realmente nunca vi antes algo tão feio e horrível capaz de arrepiar até os
pelos do meu escroto, queres ver?
Sua sogra Cavernosa lhe dá a primeira paulada na cabeça.
- Fala a verdade seu Tranca Ruas da Encruzilhada. Quanto
tempo se relaciona com esta coisa?
A velha Rocha lhe acerta uma estilingada na testa.
- Traindo a minha netinha seu Zé Galinha? Confessa.
Rochinha, uma das filhas também quis olhar o tal espelho para ver, quem era a encrenca que deixou sua mãe assim tão nervosa.
- Meu pai, mas é uma figura muito linda, porém, duvido muito que tenha se encantado contigo. Coitada de mamãe!
Rochinha, uma das filhas também quis olhar o tal espelho para ver, quem era a encrenca que deixou sua mãe assim tão nervosa.
- Meu pai, mas é uma figura muito linda, porém, duvido muito que tenha se encantado contigo. Coitada de mamãe!
Mais uma que apanhou de Pedreira.
Por pouco Cavernildo não morreu de tanto que apanhou. Pedreira quebra aquele pequeno espelho.
Por pouco Cavernildo não morreu de tanto que apanhou. Pedreira quebra aquele pequeno espelho.
- Olha o que eu faço com esta figura horrorosa, seu bunda.
Depois de fazer daquele pequeno espelho caquinhos, os junta,
coloca num saquinho e joga tudo num riacho.
Pedreirinho, o menino bonitinho, fica com pena de seu pai e vem lhe
fazer carícias.
- Não chore Papi! Eu lhe entendo. Carne velha fede.
Por pouco Pedreirinho não morre de tanto levar pauladas e
pedradas de sua mãe Pedreira.
E assim, finalmente, a paz voltou a reinar naquela caverna,
graças ao fim daquele pequeno espelho que trouxe tantas desavenças.
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