segunda-feira, 27 de maio de 2013

GENTE DA CAVERNA (SOPA DE PEDRO)



Uma forte tempestade de ventos e chuva fortes. Um grande terremoto, por pouco não finda com toda a terra. Os únicos sobreviventes de tão terrível calamidade foram a gente da caverna.
Cavernildo ficou preocupado ao ver seus filhos Pedreirinho e Rochinha querendo comer um ao outro, pois, a fome era demais.
- Não se desesperem símbolos da maldição, ainda existe o pôr-do-sol.






Pedreirinho, revoltado querendo comer sua irmã Rochinha diz ao pai:
- Não podemos comer o sol, meu pai. Ele é muito quente. Cai fora daqui que eu sei o que estou fazendo. Daqui pra frente tudo vai ser diferente.


Diz Rochinha:




- Vai-te embora, meu pai. Sempre chegando na hora errada. Aqui o lance será rapidinho e tudo vai acabar bem. É só um lanchinho rápido.




Cavernildo, preocupado coça seu escroto e diz convincente:
- Darei um jeito. De fome ninguém vai morrer não.
Não havia sequer uma alma vivente na terra a não ser aquela gente da caverna. Não havia árvores e é claro, muitos menos frutos. Nem ao menos um macaquinho inocente perdido havia por ali. Cavernildo da uma ordem a sua mulher Pedreira:
- Ferva a água no caldeirão.
Meia hora depois, Cavernildo chega com um saco de pedras e joga-as no caldeirão de água fervente.
- Nesta hora temos que ter fé, família. As únicas coisas que encontrei nas andanças foram isso daí: pedras, seus famintos.
Pedreira joga no caldeirão terra pra dar um sabor diferente, mas, danou-se tudo: nem o demônio comia aquela sopa. Inocentemente, Rochinha pergunta a sua mãe:
- Por que as pedras não amolecem, minha mãe?
Pedreira nem um pouco delicada da uma pedrada na cabeça da filha.
- Vai sangrar no inferno, sua peste do acaso.
Cavernildo chora entristecido porque estava também com muita fome.
- Mulher, não tem outro jeito: tua mãe já está passada, já viveu o suficiente na vida e o que tinha que dar já deu. Vamos fazer dela picadinhos, pois, assim, mataremos nossa fome e também a de nossos filhinhos.






A velha Cavernosa escutando isso da umas cabaçadas de pau com prazer na cabeça do genro Cavernildo.
- Te acertei, jogo de azar? És tu mesmo que vais pra panela.

Vichi! O clima estava tenso demais dentro daquela caverna devido a fome. Nisso, bate na porta um ser estupidamente feio, um horror:

 - Oi amados, posso entrar? Meu nome é Pedro, sou gente da caverna também como vocês. Tem uma sopinha aí pro conterrâneo?
Coitado de Pedro! Ele também estava muito faminto. Provou da sopa de pedra, mas, a coisa não queria descer não. Foi quando Cavernildo, como sempre, teve uma ideia e anunciou a sua família:
- Sopa de pedra não desce, porém, sopa de Pedro é outro papo. Não deixem o homem escapar, família. Segurem o Pedro.
E assim fizeram de Pedro picadinho , jogando-o dentro do caldeirão fervente. Que maldade fizeram com o conterrâneo Pedro, meu Deus!

doutorboacultural.blogspot.com/

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