É tarde para reparar erros cometidos no
passado. Entrei numa viagem e, lamentavelmente, voltei dela com uma feição horrível
e deprimente. Ah! Se eu pudesse voltar atrás e fazer tudo diferente. Retomar
minha.
Meu nome é Afonso. Na época
eu era um jovem muito bonito, saudável. Aprendi a fumar e a beber quando eu
tinha apenas 17 anos. Eu queria me exibir para as garotas, achando que, quem
fumava e bebia era homem. Como fui tolo!
Eu tocava violão e cantava em
barzinhos no Rio de Janeiro, capital. Tinha uma voz muito boa e era aplaudido
por muitos. Cheguei perto de gravar um CD.
Tudo começou com uma rouquidão.
Minha garganta estava inflamada, mas, eu não sentia dor e, nem sequer febre eu
tinha. Nem fui ao médico. Tomei um remédio caseiro, mas, a rouquidão não
passou. Minhas horas de aflição estavam apenas começando. Tomei alguns
antiinflamatórios, porém, de nada adiantou. Saía um líquido verde da minha
garganta e, entrei em pânico: procurei um médico especialista. A princípio ele
disse-me que eu estava com laringite (uma inflamação da laringe que faz a voz
ficar áspera ou rouca). Receitou-me alguns medicamentos e disse-me para ficar
longe do cigarro. Isso para mim foi o mais difícil. Mesmo com aquela maldita
rouquidão, perdendo a voz, não deixei de fumar. Nessas horas pude notar como é
que um homem pode ser tão fraco, incapaz de dominar um vício.
Ouvia falar que o cigarro
pode causar cerca de 50 doenças diferentes, especialmente problemas ligados ao
coração e a circulação, cânceres de vários tipos, doenças respiratórias e,
mesmo assim, não deixei de fumar.
Só não gravei o meu tão
sonhado CD porque perdi a voz de vez. Eu contraí câncer na garganta. Que aflição!
Era uma manhã linda de sábado, por sinal o dia que eu mais gosto. Minha
garganta trancou de vez. Naquela manhã, também fumei meu último cigarro. Aquela
tragada da fumaça do cigarro que dei provocou alterações no meu organismo,
senti o aumento da minha pressão arterial, o aumento dos batimentos cardíacos e
a constrição dos vasos sanguíneos. Meu coração batia com mais força e tive um
ataque cardíaco. Senti a presença da morte e, creio que não há nada mais terrível
do que isso. Fiquei hospitalizado por duas semanas. Não. Eu não queria
acreditar que tudo aquilo estava acontecendo comigo.
Contraí um tempo depois,
enfisema pulmonar e, na seqüência, câncer de pulmão. Para concluir a série dos
males que o cigarro pode causar ao fumante, ganhei um acidente vascular
cerebral. (AVC).
Todo câncer relacionado ao fumo - como na boca, laringe ou estômago - tem alguma ligação com o alcatrão. A união desse poderoso trio de substâncias na composição do cigarro só poderia tornar o produto extremamente nocivo à saúde. Para se ter uma ideia, 90% dos casos de câncer de pulmão - a principal causa de morte por câncer entre os homens brasileiros - estão ligados ao fumo.
O câncer pode aparecer em qualquer parte do corpo, mas há certos tipos de tumores que têm predileção pela boca, garganta e pescoço e estão relacionados, geralmente, a agentes causais como o álcool e o tabaco. Por se desenvolverem em áreas mais fáceis de visualizar, esses tumores são passíveis de diagnóstico precoce e, com pequenas intervenções cirúrgicas, é possível resolver definitivamente o problema.
Hoje estou numa cadeira de rodas, num asilo. Não tive mulher e filhos e, depois que fiquei enfermo, até mesmo aqueles que eu achava serem meus amigos me abandonaram.
“Hoje você me acende e, amanhã eu te
apago”.
Você já deve ter ouvido esta
frase. Se você é um dependente químico, livre-se deste mal enquanto ainda é
tempo. Sempre vale a pena viver.
doutorboacultural.blogspot.com/
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