segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

GENTE ESQUISITA


Dizem que todo mundo tem um pouco de louco e, isso é tão verdade que ninguém é cem por cento normais, perfeito.
Certo dia entrei num Shopping Center em Curitiba para fazer umas compras e, fui até o banheiro. Deparei com uma cena, que, sem dúvida, vai ficar na história: um sujeito de terno e gravata enfiava seu dedo no reto e, pior do isso: cheirava e lambia seus dedos melecados e, como se não bastasse ainda ria pra si mesmo de frente ao espelho. Fiquei pensando: que espécie de criatura seria aquela? Será que o sujeito tinha vermes, as tradicionais bichas em seu reto? Cheirou e lambeu por quê? Porque suas lombrigas queriam algo diferente? E por que ria pra si mesmo de frente ao espelho? Talvez porque achou engraçada esta atitude de louco, demente e retardado. Sabe-se lá. Dos animais, creio que não existe outro mais porco do que o cachorro, pois, este bicho chega a trocar um osso de peru por um cheirinho de reto.
Conheci um sujeito, por sinal, muito rico que, depois de velho, resolveu matar uma curiosidade dos tempos da adolescência em que as pessoas as apelidaram de louquinho. Ele queria saber quantas pulgas vivas cabiam numa vasilha de plástico sem tampas. Então, foi rever seu compadre pobre feito um vesgo faminto e, lá, na casa da miséria total, o que mais tinha era pulgas. Ele delicadamente, com os dedos pega uma por uma das pulguinhas, sem machuca-las e tenta encher a vasilha. Ficou indignado porque quanto mais pulgas ele colocava na vasilha, menos pulgas tinha. Quer dizer: as pulgas pulavam fora, seu louco. Foi aí que sua mulher Lara Vinícius o internou num hospício e, desfrutou momentos afortunados com o compadre Alfredo, o ex-vesgo. Eta, compadre de sorte.
Certa vez, um sujeito fez uma sessão de tiros em sua casa, assustando os vizinhos, em especial, as crianças. O povo, antes de ligar à polícia, ligou para mim, porque o sujeito era meu paciente. Ele estava indignado com o excesso de pernilongos alojados em sua casa. Nem a dedetizadora conseguiu deter esses voadores; simpatias diversas também não resolveram; rezas fortes de pretos velhos também não; exorcismo do Padre Sérgio também não adiantou; oração fervorosa da Mãe menininha do Cantuá também não; veneno importado do Paraguai também não; enfim, os legítimos corpinhos de sangue universal que são os pernilongos, deixaram o velho mais louco do que já era. Foi aí que ele encheu os pernilongos de tiros e, misteriosamente, eles escaparam. Internei o velho num sanatório e, três dias depois, bem na hora da sopa, o velho fugiu de lá. Voltou para a sua casa e botou fogo em tudo, até nele mesmo. Que Deus tenha piedade deste velho e o Diabo dos pernilongos.

Certo dia peguei um ônibus circular em São Paulo e fiquei observando uma velhinha aparentemente simpática, sentada num dos bancos, tirando a tradicional meleca do nariz, fazendo dela bolinha com o auxílio dos seus dedos e, pior: discretamente, (achando ela que não estava sendo observada) engolia a bolinha. Fiquei pensando: Será que é raiva daquele incômodo em suas narinas? Seriam vermes que adoram algo diferente? Sabe-se lá.



doutorboacultural.blogspot.com/

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