São Paulo, uma grande metrópole e também
uma das maiores cidades do mundo.
Passavam das 2 h da manhã. Um homem sem
camisa trajava uma calça jeans,
na cabeça um boné e, calçava tênis batidões. Sua camisa já estava nas mãos de
um dos assaltantes. Este homem corria desesperado pelas ruas do centro de São
Paulo gritando por socorro. Temia em perder sua vida. Entrou num grande bar,
achando ele que lá estaria seguro. O segurança daquele bar o põe pra fora, com
estupidez.
- Drogas. Só podem ser drogas. Resolva lá
fora com seus comparsas, bandido.
O segurança rechã a porta daquele bar e a
rua volta a ficar sombria. Os quatro assaltantes não tiram a vida daquele
homem, porém, fazem uma limpa nele roubando sua carteira e, pior que isso:
deixando-o nu e cheio de hematomas por todo o corpo. Minutos depois, chega à
polícia e também destrata aquele homem.
- Foi roubado vagabundo? Também, pediu
para acontecer isso, não é? São quase 3 h da manhã. Não deveria estar em casa,
malandro?
E a polícia recolhe aquele homem nu das
ruas e o leva para a delegacia. Chegando lá, o delegado João que assistia
televisão, por pouco não se enfarta ao ver aquele homem nu.
- Meu Deus! Meritíssimo juiz Luís! O que
foi que fizeram contigo, amigo?
O delegado João e os quatro policiais
ficam sem palavras e boquiabertos. Luís era um grande juiz de direitos. Muito
inteligente, por sinal, se mantém calmo, porém, é direto para com aquele
delegado.
- Tire a sua roupa, inclusive a cueca e
permanece calado. Isto é uma ordem.
E o delegado João simplesmente obedece ao
juiz sem questionar nada. Ordena aos policiais que coloquem suas armas de fogo
em cima da mesa do delegado. E o juiz Luís aproxima-se daquele policial que o
humilhou minutos atrás, cospe em sua face e lhe diz:
- Primeiramente, seu verme, não sou
vagabundo, como tenho certeza de que você não é um policial e muito menos um
homem. Não pedi para ser roubado, como ninguém pede, seu verme. Se forem 3 h ou
4 h da manhã não importa porque todo mundo tem o direito de ir e vir para onde
quiser e a qualquer hora. Para terminar, não sou malandro. Será julgado e
condenado pelo que disse.
O juiz pergunta ao delegado João:
- Tem homens de verdade nas ruas ou são
semelhantes a estes vermes que me prenderam?
- Sim, meritíssimo, tenho mais homens nas
ruas e... acabaram de chegar.
O juiz fica surpreso com o que vê: os bons
policiais chegam à delegacia com os quatro assaltantes que lhe roubaram.
O juiz ordena o delegado a contar as novas
para os policiais que acabaram de chegar e, depois, de tudo esclarecido,
prendem o delegado, os quatro assaltantes e também os quatro policiais que
humilharam o juiz.
- Vocês honram a farda que vestem. São
homens de verdade. Parabéns!
Para terminar a história, o juiz Luis,
junto dos bons policiais vão até aquele grande bar, onde o segurança negou
socorro a ele, humilhando-o.
O segurança de 2 m de altura parecia um
anão diante do juiz e dos bons policiais.
- Primeiramente, seu verme, eu não sou
usuário de drogas e também não sou bandido como me julgou. Em minha jurisdição
farei o possível para condená-lo por muitos e muitos anos. Quem sabe até vai
apodrecer na cadeia, seu maldito.
E os bons policiais prendem aquele
segurança também. O juiz faz um discurso após, mandar soltar o delegado e os
quatro policiais.
- Aprenderam a lição, seus bananas? Não julguem para que
também não sejam julgados. De vocês cinco que aqui estão, apenas um, além de eu
querer ver fora da polícia, será julgado e condenado. Quanto a você, delegado,
preste mais atenção nos seus homens. Eduque-os. Justiça é coisa séria. Quero
ver estes quatro assaltantes, este segurança e esses quatro falsos policiais no
tribunal de justiça.
Muitas pessoas morrem injustiçadas, justamente
porque a justiça dos homens, muitas vezes, costuma ser falha. Para ser um bom
juiz é necessário estudar muito e nunca cessar sua aprendizagem. Todo juiz é um
bom observador. Aqueles que nem sequer, apreciam a leitura, talvez porque nem
sabem ler, não são dignos de palmatórias; não são e nunca serão pessoas
notórias e jamais chegarão à vitória, mesmo que deem glórias e glórias e, esta
é mais uma das minha histórias.
(HISTÓRIAS DA VELHA GLÓRIA 5)
doutorboacultural.blogspot.com/
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