Marcel era filho de um grande empresário. Preferiu deixar a
boa vida que levava, para viver nas ruas como um andarilho, maltrapilho, sujo e
drogado. Isso entristeceu muito a Marcos, seu pai, que o amava de verdade e,
ainda mais, porque era o seu único filho.
Marcel era revoltado, porém, nunca expôs a ninguém o motivo
de sua revolta. Odiava ouvir conselhos de qualquer pessoa de bem. Dormia nos
bancos das praças e, a única coisa que a confortava era a droga.
Inúmeras vezes, seu pai o abordava nas ruas.
- Volte pra casa, meu filho. Lá você tem tudo. Por que prefere
viver neste estado miserável em que está? Isso é doentio, masoquismo demais.
Era inútil tentar convencê-lo a mudar de vida. Um rapaz novo,
bonito e saudável, viver assim não dava para entender.
Numa madrugada de intenso inverno, a polícia o encontrou
morto sobre um dos bancos da praça. Sobre seu peito, uma carta escrita por seu
próprio punho.
“Até os meus quatorze anos eu achava que era feliz. Tinha meu
pai por um herói, até descobrir que ele se deitava e transava com meus colegas
da escola. Ele pagava por isso, achando que eu nunca iria descobrir. Cansei de
ouvir piadinhas tipo filho de boióla é
boiólinha. Peguei nojo não só dos meus colegas, como dos estudos,
principalmente do meu pai e da minha própria vida. Preferi sair de casa e viver
nas ruas como muitos noias. Creio que
a jóia de todo noia é a droga. É a
única coisa que encontrei para fazer uma viagem sem volta”. Adeus.
É lamentável que muitos usem como subterfúgio em suas vidas
esta covardia suicida que é a droga. Todo mundo sabe que droga é uma viagem sem
volta.
Apesar de vivermos uma vida mística, confusa demais para ser
definida, vale à pena viver de exortatória e não nessa paranoia ilusória,
aleatória, rotatória que vive os noias.
Sejamos confiantes para não ficarmos na eliminatória. Que nossas jóias sejam
vitórias e nossos clamores de glórias e glórias e, esta é mais uma das minhas
histórias.
(HISTÓRIAS DA VELHA GLÓRIA 6)
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