O amor, sem dúvida, é algo divino e muito bonito. Quem não
ama vive um drama e perde a caravana com destino a felicidade. Sorria
imundície, pois, os anjos te filmam. Até mesmo uma cadela sarnenta cheirando
puro escroto de velho, ama seus filhotinhos cachorrinhos; a aranha bota seus
ovinhos cuidando para estourar seu útero e não quebra-los devido ao seu peso; o
galo não tem sócio. Só dá ele no terreiro; a pulga pula de tão apaixonada. Vai
saber. Enfim, o amor é tudo e mais um pouco. Na falta de amar alguém, ame a si
próprio, desastre ecológico. Olhe-se no espelho e veja o que a mãe natureza fez
de novo: que é você, velho fedorento, sujo e imundo. Lembre-se que um dia tu
foste um embrião, depois um feto, um ser que se formou no bacalhau do ventre de
sua mãe e hoje está aí exalando seu cheiro de bunda ao mundo. Tá gostando de
ser papai, seu verme? É bom furar o bola, não é? Vai devagar.
O amor é bom, engorda e faz peidar. Quem não ama é indigesto
feito pepino com leite condensado e caldo de feijão; vive com cara de bunda
furada, cheirando a sovaco de alma penada. Tem que beijar o ventre da velha,
pois é de lá que sai o que entrou um dia. Você tem que amar a todos sem fazer
acepção; tem que amar o bandido, o louco assassino, o veado, o bode tarado,
etc. Tem que deixar o sol bater em sua bunda para a noite, a lua refresca-la,
seu bicho asqueroso e nojento. Ame a mim também. Em troca te darei meu galo e
junto dele você vai cantar no inferno, seu demônio! Vá falar de amor pro Diabo
que ele vai gamar em você, “dofinho”,
côrno.
Leonardo era um sujeito apaixonado. Por quem ele não sabia,
mas, vivia sorrindo, assobiando e cantando feito um bobo alegre ou um débil
mental. Passava horas de frente ao seu computador, colhendo informações
diversas da internet e tirando meleca do seu nariz. Ficava trancado em seu
quarto boa parte do dia. Que cheirinho desagradável tinha naquele quartinho,
viu sô! Gases putrificados, concentrados e acumulados na cortina, na coberta,
no lençol e, na cadeira de veludo. O que?! Na cadeira de veludo?! Sim, aquela
coitada nem sabão de coco com detergente Juá de gente lavava. Os peidos
revoltados ou quem sabe apaixonados deixaram suas marcas.
Leonardo procurava via internet um amor de verdade. Uma
muleka bonita que pudesse massagear suas unhas encravadas dos pés e das mãos,
que lambesse e chupasse seu sovaco, enfim, uma companheira que não fizesse
acepção de cheiro: que gostasse de fedor, mesmo. Encantou-se com a gata Lúcia
Helena. Eta, muleka bonita, sô!
Falavam de tudo e mais um pouco na escrita, sabe? Os
computadores de ambos cheiravam puro bafo podre de saliva de tantos beijos. Que
casalzinho idiota, sô! Nem webs can tinham. Beijar letras é coisa de psicopata,
caramba!
Após dois anos de lero lero via internet, ambos não tinham
mais o que falar, pois, haviam falado de tudo e mais um pouco. Tudo estava
sendo repetitivo demais e isso já estava enchendo até o saco da Ruth. Grande
Ruth!
Ele:
- Amor, verdadeiramente, estou te amando e ei de amá-la para
todo o sempre.
Ela:
– Te amo demais
também, amor, porém, vamos direto ao que interessa: vai ficar nesse “rola ou
embrulha”, até quando filho da mãe? Tô a fim de um treleleê piracurú lelê com você. Capitas?
Ele:
- Amor, estou um pouquinho diferente da foto que tens na
tela, mas, continuo sendo eu, valeu?
Ela:
- Também estou um pouco diferente da foto, porém, deixemos de
lado esses “oi, sou eu” e vamos partir pro “bateu valeu”.
E assim, Leonardo, que na realidade chamava-se Lesproso se
encontrou com Lúcia Helena, que na realidade chamava-se Sustahiena e, se amaram
pra valer. Amar é bom, não é? Hê, hê, hê, hê!
Nenhum comentário:
Postar um comentário