segunda-feira, 29 de abril de 2013

ANJOS DA MORTE


- Está vendo aquela menina? Ela vai morrer nos próximos minutos.
- Está tão sorridente, feliz, falando com sua mãe ao celular.
- Vai atravessar a Avenida e por estar distraída...
- Aconteceu. O motorista daquele ônibus parece ter entrado em estado de choque.


- Somos Potestades e Principados. Estamos aqui na terra com esta missão: levar vidas embora em seus devidos momentos.
- Aonde vamos agora?
- Num restaurante vegetariano. Está vendo aquele homem? Sua saúde é excelente. Nunca comeu carne; seu coração é forte e o sangue que pulsa em suas veias é perfeito, pois, se alimenta bem, da maneira correta e não tem vícios. Vai ter nos próximos segundos um ataque fulminante.
- Veja só: ele está sentindo súbita dor no peito e falta de ar. Está agonizando devido a nossa presença.
- Só por alguns segundos. Está morto. Vamos embora.
- Para onde vamos agora?
- Para um grande hospital. Levaremos seis vidas no decorrer de três horas.



E o tempo passou.
- Quanto tempo já estamos nessa missão?

- Há dois anos. Está vendo aquele homem?
- Sim. Seu rosto não me parece estranho. Quem é ele mesmo?
- Aquele motorista que atropelou e matou aquela menina que falava ao celular com sua mãe há dois anos. Ele era um homem muito religioso, sem vícios, antes daquele acidente. Está bebendo, tem cirrose e, em poucos minutos entrará em óbito.
- Acabou de entrar em coma alcóolica.
- Morrerá a caminho do hospital.
- Agora vamos descansar?
- Jamais. Está vendo aquele homem de branco vindo em nossa direção?
- Sim. Mas, aquele é o Anjo da Vida.
- Seu nome é Jesus e ele vai nos lançar no lago de fogo e enxofre.
- E o que isso quer dizer?
- Que ele venceu o maior inimigo da Vida. Não haverá mais a morte, nem clamor, nem dor. Eis que o Seu Pai fará novas todas as coisas.









sábado, 27 de abril de 2013

CONSCIÊNCIA PESADA



Uma mente sadia só tende a ficar perturbada quando, por acaso, sem medir, sem pesar, manipula pensamentos destrutivos contra o seu próximo. É uma mente doente, que se não tratada de imediato, pode ser tardia a sua cura.
Roberto era um sujeito pacato, tranquilo e de poucas palavras. Natural de Criciumal, interior do Rio Grande do Sul, tinha sonhos em ser “alguém” um dia na vida. Tinha 20 anos, morava com seus avós maternos há 17 anos, desde que perdeu seus pais num terrível e trágico acidente.
Ernesto era um grande amigo de seus pais falecidos e, mais do que isso, era padrinho de Roberto. Tinha um mercado de porte médio e ofereceu emprego para Roberto, que em pouco tempo, passou a gerenciar tal estabelecimento. Sim, Ernesto era um homem de negócios, viajava muito e depositava total confiança em seu afilhado.
Nasceu certa soberania no coração de Roberto. Um rapaz que outrora era humilde passou a ser arrogante e orgulhoso. Humilhava os empregados, já que tal poder de gerenciá-los estava em suas mãos. Então, discretamente, começou a roubar seu patrão. Sua ganância e ambição falavam mais alto em sua consciência: “Terei o meu próprio negócio. Sou capaz disso”.
Roberto abriu contas em vários bancos e já tinha um bom dinheiro depositado. Ernesto, seu patrão e padrinho era um homem sozinho, não tinha mulher nem filhos. Estava sendo traído, golpeado pelo afilhado sem sequer suspeitar disso.
Certa noite, após fechar o mercado, Ernesto fica surpreso com o que ouve de Roberto.
- Pretendo ter meu próprio negócio, padrinho. Peço-te demissão.
- Como assim guri?
Conversaram muito e, quem fica surpreso de vez desta vez foi Roberto, com a proposta que lhe fez seu padrinho.
- Este mercado é teu. É pegar ou largar. Pague-me quando puder.
É claro que Roberto não dispensou tal presente. Depois de roubar seu padrinho por quase três anos ainda ganha dele um excelente presente.
Friamente, Roberto interna seus avós num asilo, compra uma boa casa e, enfim, muda de vida radicalmente. Seu negócio rendeu tanto que, em pouco tempo, já comandava uma rede de supermercados. Desprezou seu padrinho e, nunca mais lhe pagou nada.
Tudo o que Ernesto tinha na vida era uma boa casa, um automóvel, um dinheiro guardado no banco e, agora, uma linda mulher.
Rafaela era uma morena jambo muito atraente. Tinha 25 anos, enquanto Ernesto 65 anos. Mas, parecia não haver interesse na jovem quando se uniu com Ernesto. Viveram momentos felizes.
Certa vez, (era véspera de Natal) Ernesto e Rafaela vão ao supermercado de Roberto e fazem uma imensa compra de mercadorias diversas. Antes de chegar ao caixa, Ernesto chama seu afilhado e lhe diz:
- Roberto, estou levando estas coisinhas como parte do pagamento daquilo que me deve.
Roberto sorri cinicamente.
- Coisinhas, padrinho?! Não lhe devo nada. O que me destes anos atrás, com escritura reconhecida em cartório e tudo foi um simples mercadinho. Graças a minha inteligência e trabalho fiz o negócio render. Hoje tenho uma rede de supermercados. Tudo aqui tem um preço e, querendo levar qualquer coisa daqui, vai ter que pagar.
Ernesto ficou tão envergonhado diante de tal humilhação que baixou a cabeça, pegou na mão de Rafaela e foram embora. Preferiu não pronunciar nunca mais sequer o nome de seu afilhado. Estava velho, porém, saudável e com o amor de sua vida. O dinheiro era pouco, mas, dava para sobreviver.
Numa noite, sua linda mulher Rafaela o surpreende:
- Estou grávida, amor.
Ernesto sua frio.
- Como pode isso, mulher?! Sou estéreo, não posso produzir filhos e...
- Nunca te enganei, Ernesto e, não é agora que vou fazer isso. Estou grávida de outro homem, é claro.
O velho Ernesto por pouco não enfarta. Chora muito, pois amava demais sua linda mulher.
- Quem é este homem? Diga-me: quem é este homem?
- Isso não importa. Não é dele que eu gosto. Saí com ele algumas vezes e aconteceu. Acabou.
- Falas como uma piranha. Arrume tudo o que é teu e caia fora da minha vida.
Naquela noite, Rafaela embebeda de vinho seu companheiro Ernesto que se apaga num sono profundo sobre a cama. Friamente, Rafaela abre um pequeno baú e espalha sobre o corpo de Ernesto, vários escorpiões. Deixa-o lá no quarto estirado na cama com os escorpiões e vai para a sala fazer uma ligação.
- Fiz aquilo que me pediu, Roberto. E agora?
- Agora é só esperar o velho morrer. Enterre o baú no quintal para não deixar vestígios. Quando perceber que este maldito velho se apagou de vez, ligue para o hospital. Será um crime perfeito.
E Ernesto morre agonizando com o veneno mortal dos escorpiões. Rafaela dramatiza bem fingindo ter crises de choro e desespero.
Alguns dias depois do enterro de Ernesto, Roberto e Rafaela decidem morar juntos, o que chama a atenção de todos daquela pacata cidade.
No decorrer dos dias, Rafaela adquire um comportamento estranho. As noites não conseguia dormir mesmo com tranquilizantes. Quando conseguia dar breves cochilos devido às altas doses de medicamentos, acordava assustada.
- Ele está aqui Roberto. Eu juro que aquele velho está aqui.
- Você está louca, mulher! Aquele velho está morto e enterrado e, cale-se se não vai botar tudo a perder.
- Não! O que fizemos com ele foi estúpido demais.
- Fizemos? Eu não fiz nada. Você o matou. Quer apodrecer na cadeia sua assassina?
- Não!
Roberto esbofeteia o rosto aflito de Rafaela e a violenta sexualmente.
- Então, cale-se vadia!
O clima naquela casa estava tenso demais. Rafaela estava ficando louca. Jurava que via e ouvia o velho Ernesto rondar pelos quatro cantos da casa. Roberto fez Rafaela escrever um bilhete, sob tortura.
“Roberto, espero que me entenda. Não consigo esquecer o grande amor da minha vida que é Ernesto, seu finado padrinho. Nunca vou aceitar a forma como ele morreu. Estou indo embora para sempre e nem mesmo sei para onde. Ficarei bem e, espero que você também. Adeus”.
Na sequência, Roberto sufoca Rafaela com um travesseiro e a última entra em óbito em poucos minutos. Friamente, ele a esquarteja e separa em pedaços todo o seu corpo e enterra em seu quintal. Queima todas as roupas e pertences de Rafaela até que vire cinzas, junta-as e lança-as num lago.
- Estou livre de mais esta imundície.
No decorrer dos dias, quem agora estava tenso, abatido e preocupado era Roberto. Funcionários do supermercado flagram Roberto várias vezes falando sozinho e, o mesmo passa a temer a todos e, principalmente a polícia que a procura. Ainda era muito jovem, porém, segundo os médicos passaria o resto de sua vida num manicômio, pois ficara louco.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

ESTATÍSTICAS BOAS


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DEBOCHE



Acho uma das coisas mais insignificantes que possa existir no temperamento do espírito de um ser que se diz “humano”.
Uma pessoa de deboche prova a si mesma que não tem valores morais; não sabe o que é solidariedade e muito menos amor. É alguém que vive a espreita dos outros desejando que caiam para que possa tirar certo proveito da situação.
A palavra que sai da nossa boca, na realidade, vem do nosso coração e, ela, a palavra, tem poder. Um dia, embora muitos não saibam, a mesma palavra de deboche vai voltar para ele e provocar um estrago moral terrível em sua vida.
Não estamos aqui neste fabuloso e gigantesco universo por acaso e, nem tão pouco para julgar ninguém. Estamos aqui para servir e não para ser servido. Viver é sempre aprender. Não devemos perder o tempo (que é algo precioso) com minúcias, coisas sem importância para o nosso aprendiz.
Não perturbe o seu coração caso teu pai, teu irmão ou qualquer outra criatura lhe magoou um dia. Você não vai ajuda-lo com seus deboches e críticas. Não esqueça que ninguém aqui é perfeito e, que todos estão sujeitos a errar, embora não queiram isso. A própria vida corrige tais erros, ou seja: com erros não se leva vantagem em nada na vida.
Uma pessoa de deboche tem um espírito incomodado, angustiado, triste e miserável. Seu sorriso costuma ser cínico, porque seus deboches fazem acepção de pessoas em seu convívio social. Ri das coisas que não conhece; fala coisas que ferem, embora não saiba que ele é o mais ferido.
A vida aqui na terra, na regra geral, de cada um de nós, que estamos aqui, é muito curta. Cada um de nós, um dia, teremos que prestar contas com o Autor da Vida, querendo ou não aceitarmos isso. Não vale a pena ficarmos espreitando a vida de outros. Caso não possa dar o melhor de si para o seu próximo, cale-se ou tente quebrar o orgulho maldito implantado em seu coração que certamente está lhe prejudicando e, ore. Pense nisso.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

COISAS ESTRANHAS, ENGRAÇADAS.



Seres humanos, na regra geral, fazem coisas entre quatro paredes, que se bobearem, até elas duvidam.
Não é retardada a ideia de imaginarmos que a mais bela de todas as belas soltam gases fétidos intestinais e defecam. O moleque da roça não entendeu, portanto, literalmente falando: peida e caga e, continuando no literalmente: o peido e a bosta fedem porque não são ouro, nem diamantes. A boneca cheirosa pode usar os melhores perfumes do mundo, porém, vai ter que admitir perante a mim, a si e ao juiz que, para não confundir o moleque da roça: peida e caga como a branca, a amarela, a morena, a mulata, a crioula, a negra e a lourinha. Uiii! Que coisa linda! To falando da lourinha, moleque da roça.
Neste mundo meu, seu e, principalmente de meu Deus, já vi muita coisa estranha que, por respeito, não ri, apenas sorri que não é a mesma coisa. Eis aí, algumas delas:

No interior de um ônibus, uma velha, (literalmente falando, por causa do moleque da roça), tirava meleca de seu nariz e, disfarçadamente comia, achando que ninguém via, porém, eu e as micro câmeras da Globo registramos tudo. Que velha imunda, Giré! Que me perdoem seus netinhos.
Numa lanchonete bastante movimentada, ninguém viu, mas eu sou alguém, por isso vi: um jovem chapeiro que devia estar chapado, fazia X Saladas e, no deslize visual da freguesia, coçava seu escroto. Literalmente falando por causa do moleque da roça: coçava o saco. Que horror, Saúde Pública! Ainda bem que, fritando os hambúrgueres mata os vírus do escroto, ou seja: do saco.
Hospedei-me num hotel, quartinho de solteiro e, ao meu lado, apartamento de casal, pude ouvir os altos gemidos da noiva de Jesus: “Ai, Jesus! Está doendo! Vai devagar! Cruzes, Jesus! O caminho e estreito e apertado! Glórias! Ai, Jesus!” Fiquei atemorizado como os gays irlandeses e perguntei-me: “Jesus é tão poderoso, assim? Até Jesus, Giré?” Quando finalmente, conheci a peça pessoalmente, visualmente, fiquei horrorizado de vez. Era um Mané, que por pouco não coloquei debaixo dos meus pés. Um sujeitinho do tipo crepúsculo esperando a meia noite para partir deste plano. Sai fora diabo!

Pois é, gente! O galo resolve tudo no bico e é exatamente isso que o homem deveria aprender para cuidar de suas galinhas. Defecar suas impurezas, ou seja: cagar suas bostas, (literalmente falando, para não confundir o moleque da roça) e, se olhar no espelho, porque o retrato é feio, peidão e cagão.
Para concluir, Madonna: literalmente falando, porque o moleque da roça me perguntou e quer saber: todo mundo peida e caga e a coisa, que no inglês é “thing” fede. Não empine seu nariz não, bobão. Admita que seja um peidão e cagão, literalmente, para o moleque da roça entender.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

DEPOIS



Eu não posso pensar, falar ou agir por você. Vou tentar. Acho que tudo aquilo que aconteceu com a gente teve que acontecer. Ninguém sabe ao certo os caminhos que tem que passar. Não tem como mudar o passado.
Na ilusão, eu achei que te amava e que você também me amava. Fizemos histórias que vão ficar na memória sim e, prova disso, são os frutos que aí estão. Nada material concordo. Mas, isso não importa, pois, tudo o que é matéria um dia acaba, morre. O futuro pra nós, ou seja, aquilo que planejamos nunca aconteceu. Duvido hoje, que você não deseje o mesmo que eu para nós dois. Quero que você seja feliz e eu vou conseguir também depois. Foi bom nos conhecermos apesar de tantos desenganos, pois, se assim não fosse, as maravilhas que mais amas não existiriam. Nada é por acaso na vida.
Eu poderia ter sido melhor antes, porém, só consegui isso depois. Hoje somos livres para amar a vontade sem trair mais ninguém.
Pode ser que eu esteja enganado, não sei, mas, não encontrei na MPB uma música tão assim “nossa cara” como esta que quer dizer, tudo o aquilo, supostamente,  que você diria para mim.

DEPOIS
(Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Marisa Monte)

Depois de sonhar tantos anos
De fazer tantos planos
De um futuro pra nós
Depois de tantos desenganos
Nós nos abandonamos como tantos casais
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também

Depois de varar madrugada
Esperando por nada
De arrastar-me no chão
Em vão
Tu viraste-me as costas
Não me deu as respostas
Que eu preciso escutar
Quero que você seja melhor
Hei de ser melhor também

Nós dois
Já tivemos momentos
Mas passou nosso tempo
Não podemos negar
Foi bom
Nós fizemos história
Pra ficar na memória
E nos acompanhar
Quero que você viva sem mim
Eu vou conseguir também

Depois de aceitarmos os fatos
Vou trocar seus retratos pelos de um outro alguém
Meu bem
Vamos ter liberdade
Para amar à vontade
Sem trair mais ninguém
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também
Depois



terça-feira, 23 de abril de 2013

Não Percam: Os prazeres da gordura


GIZ



Ser criança é, sem dúvida, a melhor parte da vida. Não, eu não queria nunca ter crescido, porque quando eu era criança, via um mundo diferente desse que vejo agora. Via um mundo mais bonito e muito, mais muito colorido. Ouvia lindas histórias contadas por meus pais e, hoje sei que nem todas eram verdadeiras.
Eu cresci como crescem as plantas, a raiz e todo o ser vivo. Aquele mundo de fantasia, de ilusões, morreu, porque na realidade, ele nunca existiu. A pior das notícias que ouvi de meus pais quando eu era criança foi a de que um dia eu iria morrer, assim como morrem as plantas, a raiz e todo o ser vivo. Se acaso eu tivesse opção de escolha antes de ter vindo ao mundo, eu optaria por nunca ter nascido. Quando a gente cresce, fica adulto, a realidade fica muito transparente e assustadora. Que bom seria se eu nunca deixasse de ser criança!
Eu devia ter uns sete anos e aquela doce menina também. Brincávamos, assim tão ingenuamente, sem temer o perigo. Acreditávamos que aqueles momentos nunca iriam morrer um dia, porque pra nós, eram eternos. O tempo não para e, hoje já estamos crescidos. Nunca mais vi aquela doce menina a não ser em meus sonhos.
Eu rabiscava o sol na calçada que a chuva havia apagado. Aquele sol era diferente. Quando acabava o giz, eu não me importava, pois, ainda havia tijolos de construção. Eu ficava horas rabiscando o sol na calçada, olhando para todos os lados, na esperança de vê-la, só isso. Ela nunca mais veio brincar comigo. Chorei muito, como até hoje, que já estou crescido, continuo a chorar. Como será que ela está depois de crescida, hein? Por que é que tudo na vida tem que ser assim? Podemos fazer um milhão de perguntas, porém, jamais teremos respostas exatas de nada.
Hoje sou adulto e ainda assim continuo rabiscando o sol na calçada. Se ela soubesse como isso me faz bem, me faz forte. Queria muito que ela soubesse que, mesmo sem vê-la, estou indo bem, se bem que confesso: sou um pouquinho infeliz. Acho que estou gostando de alguém.
Giz
E mesmo sem te ver
Acho até que estou indo bem
Só apareço, por assim dizer
Quando convém aparecer
Ou quando quero
Quando quero
Desenho toda a calçada
Acaba o giz, tem tijolo de construção
Eu rabisco o sol que a chuva apagou
Quero que saibas que me lembro
Queria até que pudesses me ver
És parte ainda do que me faz forte
E, pra ser honesto,
Só um pouquinho infeliz...
Mas tudo bem
Tudo bem, tudo bem... (2x)
Lá vem, lá vem, lá vem
De novo...
Acho que estou gostando de alguém
E é de ti que não me esquecerei
(Quando quero....
Quando quero...
Quando quero...
Eu rabisco o sol que a chuva apagou...
Acho que estou gostando de alguém...)

quinta-feira, 18 de abril de 2013

ESTATÍSTICAS BOAS

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segunda-feira, 15 de abril de 2013

O AUTOR DA VIDA


Como descrever um ser tão especial, tão maravilhoso que é Deus, o Altíssimo, o Autor da Vida, o Criador deste gigantesco e fabuloso universo? Quantas vezes, eu duvidei desta existência? Sem dúvida, hoje, para mim, não teria sentido sequer na vida, se não houvesse  um Criador, o Autor da minha vida.

Quantas vezes tive a doentia idéia de pensar que Deus era vingador e punitivo, achando que era apenas um personagem descrito pelo homem. Hoje sei, convictamente que Sua presença, embora interpretada das mais variadas formas, sempre foi atribuída pelo homem, na regra geral. Faz-me bem sentir isso.

Estou ciente de que lá atrás, no gênesis, na criação, no início, as obras do meu Criador eram confundidas com Ele próprio. O homem, que é a imagem deste ser tão fantástico que é Deus, tinha necessidade de adorá-lo, mesmo sem conhecê-lo. Por ignorância, falta de conhecimento, idealizou outros deuses, visando suas paixões humanas. Que absurdo! Adorar os animais, a Lua, as estrelas, as forças da natureza!

Moisés, grande profeta bíblico tentou trazer entendimento aos homens falando e escrevendo do conceito do Deus único. Ainda assim, por falta de compreensão, Deus era concebido como alguém a espreitar a vida de todos, pronto para vingar-se e para punir quem infringisse Suas leis. Parem com isso! Deus é amor, acima de tudo. Seu amor jamais deve ser confundido.

O Autor da Vida, por amar o mundo de tal maneira, enviou seu Filho Unigênito para que, todo aquele que nele cresse não perecesse, mas que tivesse s vida eterna.

Eu e você podemos passar a vida inteira procurando um amor verdadeiro, perfeito, porém, jamais encontraremos algo tão supremo e verdadeiro como o amor de Deus. Ele sim é o Amor Primeiro, a inteligência suprema, a causa primária de todas as coisas, porém, nossas limitações intelectuais e emocionais não nos permitem avançar mais.

Quantas vezes já me perguntei por que isso ou aquilo teve que acontecer comigo, em minha vida? Será que eu tenho um coração de pedra que realmente não ama? Por que estou sofrendo e quem é que está realmente importando-se com as minhas lágrimas? Será que o Autor da Vida, o meu Criador realmente me conhece? Hoje sei que a vida nos revela tantas surpresas e nem todas são agradáveis. Não conseguimos entender o por que de certos desígnios divinos, a razão dessa ou daquela situação em nossa vida. Nenhuma síntese intelectual ou sofisticada discussão filosófica nos levará a entender Deus. Eu repito: Por que isso teve de acontecer comigo? Como milhões de pessoas eu também tenho uma história.

Hoje sei que será sempre pelos caminhos do coração e pelos olhos da alma que Ele, o Autor da Vida se fará mais claro para cada um de nós. Sinto dores, porém, tenho horas de alegria; nos dias desafiadores ou nos momentos de conquista, será sempre Ele o sustento, o alento, o apoio e o meu amparo.

Aprendi a amar o Senhor da minha vida, vendo o sol, no capricho do entardecer, colorir o azul do céu com variados matizes e, isso me emocionou muito, porque senti a necessidade de contemplar as obras da Criação (e sou parte dela) que são os testemunhos da Sua perfeição e amor. E assim, quero que você leitor, sinta o mesmo que eu, Deus, o Autor da sua Vida, em sua vida.

AMOR GIGANTE



O amor é lindo demais, gente! Por que brigar por minúcias da vida? Não fique aborrecido caso sua sogra, antes de ir embora de sua casa, deixe escapar uns peidos fedorentos. Ame-a e lembre-se que do ventre dela também saiu a sua boneca. Sua pelada não lembra um delicioso doce de abóbora debaixo dos lençóis?
Tem gente que briga a toa, por qualquer motivo, sô! Pra que? Deixa o cara te chamar de corno, viado, etc. Você não é. Ou será que é? Dê aquele sorrisinho Colgate das antigas pra ele, meu! O que?! Você não tem dentes? Não tem problemas. Sorria com sua bunda, sua anta.
Márcia era uma jovem linda, encantadora feita a suave voz da cantora brasileira Gal Costa. Apaixonada pra cacete. Ficava trancada 24 horas em seu luxuoso quarto e, lá, fazia de tudo, inclusive namorar pela internet. Conheceu Cabral via internet w, coincidentemente, o cabra era de Cabral, Portugal. Que homem lindo, sô! O que?! Rico feita as joias de Elizabeth Taylor. Educado, cavalheiro, charmoso e, pode parar! Ele já tinha um endereço certo para cavalgar e era com Márcia, a boneca humana brasileira.
Certa vez, por pouco, Cabral não estoura a memória de seu computador. Escreveu um poema para a linda Márcia mais longo do que a Bíblia católica e o alcorão dos muçulmanos. Ela leu tudinho e só se ouvia gemidos em seu quarto. Dizia para a sua mamãe: “Igual a Cabral não tem homem igual”.
O amor daquele nobre português era grande demais e, diga-se de passagem: um amor gigante. E que voz enlouquecedora tinha esse português, Rosana! Era Cabral ligar para o celular de Márcia, até a operadora telefônica nem cobrava tarifa e, ele fazia questão de ligar e sussurrava feita a velha vovó gata ouvindo seu gatão português lhe falar:
- Amor, estou aqui na sanita a pensar em tu. Estou a cansar de dar à sola noutras putas, pois, para eu, só existe tu, minha puta.
Vixi! Que linguagem esquisita, sô! Ainda bem que Márcia entendia o que seu Cabral queria lhe dizer.
“Amor, estou aqui no vaso sanitário pensando em você. Estou cansado de dar o fora em outras moças, pois, para mim, só existe você, minha moça”.
Finalmente, o grande dia esperado, não só pela mocinha Márcia, como para uma multidão de curiosos. Ei, olha lá quem vinha vindo ao corredor do aeroporto de Congonhas, sô! De mala e cuias, gente! Só que a mala dava dois dele. Cabral era um anão português do coração gigante. Que maravilha! Por isso é que eu digo gente: O amor não é lindo? Márcia não era tão grande assim, vai!
 Tinha apenas 2 m de altura e Cabral apenas 1 m. Pouca diferença, não é? Mas, sabe o que realmente faz diferença, bicudo? É o amor de duas criaturas que nasceram num único objetivo para a vida: para amar, entendeu? Preconceituoso do caramba! Tá achando você que tudo o que é grande é lindo bicudo? Tome vergonha na cara e faça como Cabral e Márcia: ame sem medidas.


domingo, 14 de abril de 2013

OLHOS NOS OLHOS


Chico era um cara tranquilo, mulherengo pra caramba, aventureiro que só a peste. Magrelão alto gostava de tomar umas pinguinhas no boteco com os amigos sempre nos finais de semana. Tocava um violão que fazia chorar a madeira. Morava só numa casa bastante grande e, em troca de sua casa sempre bem arrumada, ele dava umas gorjetas para a velha Amélia que trabalhava para ele com prazer.


Chico com seus quarenta anos aparentava ter menos, queria arrumar uma companheira fixa para parar de galinhar. Foi para um bailão e ficou encantado com uma morena tão linda feita uma pantera. Dançou todas e mais uma com a moça de nome Bethânia e lotou sua mesa de cervejas e porções. Na hora de pagar a conta, danou-se. Esqueceu sua carteira em casa. Bethânia, muito gentil, emprestou dinheiro pra ele e boa. Foram pra casa de Chico. Amaram-se feito dois passarinhos naquela noite e Chico esqueceu até mesmo de pagar o dinheiro que devia a ela. Fez uma proposta:
- Queres morar comigo aqui para sempre, meu doce de goiaba?
Bethânia sorridente responde:
- Só se for agora, meu caldo de mocotó apimentado.
E Chico e Bethânia passaram a morar juntos naquela grande casa. Chico dispensou a velha Amélia:
- Não preciso mais de seus serviços, vovó. Adeus e boa sorte no seu final de vida.
O que?! Bethânia agora era quem comandava o lar. Deixava tudo arrumadinho, limpinho e cheirosinho para a chegada de Chico sempre as madrugadas. Vez! Parecia que o amor estava esfriando, sô! Pela cara do safado, ele estava festando com outras mulheres.
Bethânia que tinha as mãos tão lindas, suaves, agora já estava cheias de calos. Ela lavava até as meias e as cuecas do sem vergonha. Não tinha tempo sequer de sentar no vaso sanitário e ler versículos da Bíblia, pois, seu lema era trabalhar.
Bethânia que tinha a pele tão suave e macia, agora estava ficando sebosa, enrugada. Chico ficou uma semana fora, dando um perdido legal na pobre Bethânia. Apareceu num domingo pela manhã com cara de cachorro sem dono.
- Oi meu amor, tudo bem?
Bethânia estava brava.
- Podia ao menos ter ligado para mim, não é?
- Pois é, esqueci desse detalhe. Estava na casa do meu guri.
Chico foi tomar um banho e Bethânia foi conferir o que ele tinha no bolso da calça pesada de tanta sujeira. Vez, sô! Danou. Bilhetinhos diversos de mulheres apaixonadas. Bethânia chorou feita uma cabra nordestina no sertão da seca, da lama e do pau. Olhou-se no espelho e disse pra si mesma:
- Estou ficando velha e feia. Chico não me quer mais. Socorro mamãe Canô! Não posso perder este homem.
Chico com cara de leite pasteurizado lhe diz:
- Seja feliz e passe bem. Adeus.
Chico foi embora de mala e cuia deixando Bethânia na saudade. Na primeira semana ela chora feita uma besta, depois ela se toca e diz pra si mesma, olhando-se no espelho:
- Chega de chorar, sua anta! Daqui pra frente tudo vai ser diferente. Vou ter que aprender a ser gente. Ainda tenho o Roberto e ele está no portão.


Roberto era um grande amigo e também admirador de Bethânia. Amava ela demais, porém, respeitava seu amor por Chico. Bethânia foi sincera com ele:
- Chega de detalhes, desabafo e pare de olhar pros botões da minha blusa, Roberto. Tome seu café da manhã, vá embora e deixe em paz essa fera ferida.
Roberto foi embora procurar, quem, sabe, um amor sem limites.
Bethânia tinha um bom dinheiro na poupança que deixou seu falecido pai de herança. A tigreira passou a freqüentar salão de beleza, casas de massagem e só andava agora no salto alto. Contratou os serviços domésticos da velha Amélia e, agora era só alegria. O amor é lindo demais, Caetano! Até quem não ama sabe disso. Bethânia estava remoçando e, quando Chico a via ficava com cara de pivete desejando chupar um picolé. Ainda assim, depois do fora que Bethânia levou de Chico continuava amando-a com todas as letras de uma das mais belas canções do mundo.
Olhos Nos Olhos
Quando você me deixou, meu bem,
Me disse pra ser feliz e passar bem.
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci,
Mas depois, como era de costume, obedeci.
Quando você me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer.
Olhos nos olhos,
Quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você eu passo bem demais
E que venho até remoçando,
Me pego cantando, sem mais, nem por quê.
Tantas águas rolaram,
Quantos homens me amaram
Bem mais e melhor que você.
Quando talvez precisar de mim,
Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim.
Olhos nos olhos,
Quero ver o que você diz.
Quero ver como suporta me ver tão feliz.


quinta-feira, 11 de abril de 2013

AMOR VIA INTERNET


O amor, sem dúvida, é algo divino e muito bonito. Quem não ama vive um drama e perde a caravana com destino a felicidade. Sorria imundície, pois, os anjos te filmam. Até mesmo uma cadela sarnenta cheirando puro escroto de velho, ama seus filhotinhos cachorrinhos; a aranha bota seus ovinhos cuidando para estourar seu útero e não quebra-los devido ao seu peso; o galo não tem sócio. Só dá ele no terreiro; a pulga pula de tão apaixonada. Vai saber. Enfim, o amor é tudo e mais um pouco. Na falta de amar alguém, ame a si próprio, desastre ecológico. Olhe-se no espelho e veja o que a mãe natureza fez de novo: que é você, velho fedorento, sujo e imundo. Lembre-se que um dia tu foste um embrião, depois um feto, um ser que se formou no bacalhau do ventre de sua mãe e hoje está aí exalando seu cheiro de bunda ao mundo. Tá gostando de ser papai, seu verme? É bom furar o bola, não é? Vai devagar.

O amor é bom, engorda e faz peidar. Quem não ama é indigesto feito pepino com leite condensado e caldo de feijão; vive com cara de bunda furada, cheirando a sovaco de alma penada. Tem que beijar o ventre da velha, pois é de lá que sai o que entrou um dia. Você tem que amar a todos sem fazer acepção; tem que amar o bandido, o louco assassino, o veado, o bode tarado, etc. Tem que deixar o sol bater em sua bunda para a noite, a lua refresca-la, seu bicho asqueroso e nojento. Ame a mim também. Em troca te darei meu galo e junto dele você vai cantar no inferno, seu demônio! Vá falar de amor pro Diabo que ele vai gamar em você, “dofinho”, côrno.
Leonardo era um sujeito apaixonado. Por quem ele não sabia, mas, vivia sorrindo, assobiando e cantando feito um bobo alegre ou um débil mental. Passava horas de frente ao seu computador, colhendo informações diversas da internet e tirando meleca do seu nariz. Ficava trancado em seu quarto boa parte do dia. Que cheirinho desagradável tinha naquele quartinho, viu sô! Gases putrificados, concentrados e acumulados na cortina, na coberta, no lençol e, na cadeira de veludo. O que?! Na cadeira de veludo?! Sim, aquela coitada nem sabão de coco com detergente Juá de gente lavava. Os peidos revoltados ou quem sabe apaixonados deixaram suas marcas.
Leonardo procurava via internet um amor de verdade. Uma muleka bonita que pudesse massagear suas unhas encravadas dos pés e das mãos, que lambesse e chupasse seu sovaco, enfim, uma companheira que não fizesse acepção de cheiro: que gostasse de fedor, mesmo. Encantou-se com a gata Lúcia Helena. Eta, muleka bonita, sô!

Falavam de tudo e mais um pouco na escrita, sabe? Os computadores de ambos cheiravam puro bafo podre de saliva de tantos beijos. Que casalzinho idiota, sô! Nem webs can tinham. Beijar letras é coisa de psicopata, caramba!
Após dois anos de lero lero via internet, ambos não tinham mais o que falar, pois, haviam falado de tudo e mais um pouco. Tudo estava sendo repetitivo demais e isso já estava enchendo até o saco da Ruth. Grande Ruth!
Ele:
- Amor, verdadeiramente, estou te amando e ei de amá-la para todo o sempre.
Ela:
 – Te amo demais também, amor, porém, vamos direto ao que interessa: vai ficar nesse “rola ou embrulha”, até quando filho da mãe? Tô a fim de um treleleê piracurú lelê com você. Capitas?
Ele:
- Amor, estou um pouquinho diferente da foto que tens na tela, mas, continuo sendo eu, valeu?
Ela:
- Também estou um pouco diferente da foto, porém, deixemos de lado esses “oi, sou eu” e vamos partir pro “bateu valeu”.
E assim, Leonardo, que na realidade chamava-se Lesproso se encontrou com Lúcia Helena, que na realidade chamava-se Sustahiena e, se amaram pra valer. Amar é bom, não é? Hê, hê, hê, hê!