Como entender esta vida mística em que vivemos, onde ninguém,
absolutamente ninguém, tem a certeza de nada. A vida, na regra geral, é uma
viagem curta e, no percurso desta viagem muitos de nós somos lesados. Várias
são as lesões que nos atingem durante esta jornada terrena. Algumas são leves,
de fácil cicatrização, porém, outras são mais profundas e duradouras que,
talvez, nem mesmo o tempo possa curá-las. Entre elas vamos encontrar as
responsáveis por desatinos de variada ordem que são as lesões afetivas.
Fruto do desrespeito que temos uns pelos outros, as lesões
afetivas têm ocasionado homicídio, suicídio, abortos, injúrias que dilapidam ou
arrasam a existência das vítimas, feridas no afeto que lhes alimentava as
forças.
Como um filho pode perdoar um pai que o abandonou, ainda
quando era uma criança? É muito difícil. São lesões profundas, duradouras que,
como já citei, talvez nem mesmo o tempo possa curá-las.
Quantas lágrimas de aflição, quantos crimes são cometidos na
sombra, em nome dessas lesões provocadas nas profundezas da alma!
Esquecendo-nos de que cada criatura leva em sua intimidade caracteres própria,
não conseguimos medir suas resistências, nem suas reações diante de uma
promessa não cumprida. Usando a desculpa do amor livre e do sexo liberado, não
temos atentado para as consequências amargas que resultam da nossa falta de
respeito ao próximo. Na ânsia de satisfazer os desejos carnais, não hesitamos
em nos envolver levianamente com pessoas que sentem, tanto quanto nós mesmos,
carências de afeto e sede de compreensão e carinho.
Quanto tempo perdido! E agora, como reparar esses delitos
cometidos no passado? Quantas crianças nascem fruto desses envolvimentos
incertos, irresponsáveis e amargam, no percurso de suas vidas, o abandono e a
solidão como filhos rejeitados por um ou outro dos pais, ou pelos dois? Quantos
levam um coraçãozinho à tristeza de
não poder pronunciar a doce palavra pai, porque, aquele que o gerou não
honrou o compromisso deixando à companheira toda a responsabilidade pela
condução da criança?
Eu, Doutor Boa, um ser ciente, presente, uma consciência a
serviço, de serviço, um expoente para ser usado, se apoiado. Esta consciência
que ouve, escuta, dedica-se ao cociente e ao subconsciente da vivência, da
convivência da ausência, com o existente lógico, axiológico do ser, ainda
acredito na nobreza de um ser humano. Mesmo criticando-as, ainda gosto das
pessoas, porque sei, certamente que, muitos desses delitos não são catalogados
pelas leis humanas, mas, não passa despercebidos nas Leis do Autor da Vida, que
exigem dos responsáveis a devida reparação no momento certo.
É importante que refletimos acerca desse assunto que nos diz
respeito. É imprescindível que respeitemos os sentimentos alheios tanto quanto
desejamos ter os nossos sentimentos respeitados.
O universo é a obra mais perfeita que Deus criou. Nada ficará
impune. Aqueles que, por razões ignoradas, abandonaram seus filhos, além de
passarem aqui, nesta jornada terrena, uma vida incerta, terão que prestar
contas com o Autor da Vida.
Se hoje a carência afetiva nos dilacera a alma, pode ser que
estejamos reparando delitos cometidos anteriormente. É possível que o Autor da
Vida permita que soframos a falta do afeto que soubemos valorizar quando
tínhamos.
doutorboacultural.blogspot.com/
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